PRÉVIA NFL 2020: #31 Jacksonville Jaguars
Minshew precisa mostrar seu valor e Doug Marrone deve ter sua última chance em Jacksonville
Após a surpreendente e quase ida ao Super Bowl na temporada 2017, o Jacksonville Jaguars acumula dois anos consecutivos com campanha negativa e começou neste ano uma grande reformulação. Daquele time que fez a final da AFC com os Patriots, apenas Yannick Ngakoue (mais ou menos), Leonard Fournette, Myles Jack, Cam Robinson e Josh Lambo ainda estão em Duval (considerando só os principais). A temporada 2020 não parece que será diferente das anteriores no que diz respeito a campanha, mas a franquia espera encontrar algumas respostas ao longo do ano.
A maior questão dos Jaguars nesta temporada é a mesma da maioria dos times todos os anos: o que fazer na posição de quarterback? Em 2019, Gardner Minshew teve um desempenho surpreendente, principalmente se tratando de um jogador escolhido na sexta rodada. Mas há muitos questionamentos sobre ele. Qual é o seu teto? Qual será o tamanho de sua evolução? Ele é o franchise QB dos Jaguars? Devido à sua inconsistência no primeiro ano, é difícil dar alguma resposta certeira para essas perguntas. Ele mostrou algumas qualidades interessantes, mas também defeitos preocupantes.
O coordenador ofensivo Jay Gruden chega a Jacksonville para tentar polir Minshew e recuperar o trabalho ruim deixado por John DeFilippo. A questão é que o quarterback precisa melhorar algo que se mostrou muito problemático em 2019: os passes curtos. Gruden gosta de ataques dinâmicos e jogadas rápidas. Isso ajudaria muito os recebedores Dede Westbrook, Chris Conley e o novato Laviska Shenault, mas pode não ajudar o QB. Minshew teve problemas com passes curtos e até com leituras. Em muitas situações, ele demorou para fazer as leituras de passes curtos, segurou a bola por muito tempo e deixou o pocket se transformar em um terremoto.
É aí que entra algo que não sabemos se é qualidade ou defeito, e que em 2019 foi um pouco de cada. Minshew protagonizou grandes jogadas escapando da pressão quando o sack parecia inevitável. O problema é que nem sempre isso dá certo e muitas vezes esse sufoco dentro do pocket foi causado pelo próprio quarterback, que segurou demais a bola ao invés de fazer uma leitura rápida ou, em caso de muita pressão, jogá-la fora.
Se Minshew é uma grande incógnita, o mesmo não pode ser dito sobre o wide receiver D.J. Chark. Ele se mostrou um recebedor completo em 2019, superando as baixas expectativas após um fraco desempenho como calouro em 2018. Com 73 recepções, 1.008 jardas e oito touchdowns, ele se confirmou como uma grande ameaça em profundidade e uma arma confiante para Minshew. Mas, nenhum WR consegue jogar sozinho e Chark vai precisar da ascensão de Dede Westbrook e Chris Conley para continuar produzindo em alto nível.
Na posição de tight end, os Jaguars querem tapar definitivamente o buraco deixado após a saída de Marcedes Lewis em 2018. A equipe contratou Tyler Eifert, ex-Bengals, que se mostrou ao longo dos anos ser um dos mais talentosos da NFL. Porém, Eifert dificilmente consegue ficar longe das lesões. Por mais que tenha jogado todos os jogos em 2019, ele é uma grande incógnita e um nome difícil de se apostar. Mas os Jags vão precisar dele, já que que a equipe teve apenas quatro touchdowns de tight ends nas últimas duas temporadas somadas.
Os Jaguars vêm para 2020 basicamente com a mesma linha ofensiva, que teve problemas no último ano. Muito por conta desses problemas, o time foi apenas o 31º em eficiência na red zone e permitiu 182 pressões ao quarterback em 2019, de acordo com o Pro Football Focus. Andrew Norwell esteve longe de atender às expectativas criadas quando contratado em 2018, e Cam Robinson jogou baleado durante quase todo o tempo. Jawaan Taylor mostrou qualidade, mas abusou das faltas. A equipe adquiriu Ben Bartch no Draft deste ano, o que deve dar um pouco mais de profundidade para o setor.
Leonard Fournette não deve carregar a bola tantas vezes no ataque de Gruden, principalmente se compararmos ao ano passado. O running back teve 265 carregadas em 2019 e 76 recepções. Os Jaguars optaram por não assinar a opção de quinto ano com o camisa 27, o que pode motivar o jogador a ter um alto rendimento nesta temporada para conseguir um bom contrato em 2021.
A defesa vem com muitas mudanças com relação à última temporada. Com a adição de C.J. Henderson na nona escolha geral do Draft deste ano, a secundária vem renovada e ainda vai ter D.J. Hayden, Tre Herndon e o recém-contratado Rashaan Melvin, ex-Lions.
O pass rush não deve ter o mesmo desempenho de 2017, mas também não deve gerar insatisfação nos torcedores. Mesmo com as saídas de Calais Campbell, Marcell Dareus e a indecisão sobre a situação de Ngakoue (ele quer ser trocado), os Jaguars têm Josh Allen e K’Lavon Chaisson na linha defensiva. Enquanto o primeiro vem de um ótimo desempenho em seu primeiro ano, o segundo chega sob muita expectativa, principalmente por sua versatilidade. Allen e Chaisson têm tudo para aterrorizar as linhas ofensivas adversárias em 2020.
O Jacksonville Jaguars terá um dos elencos mais jovens da NFL em 2020. Dos 80 jogadores fazendo a pré-temporada, 68 têm quatro anos ou menos de experiência na liga. Além disso, 39 desses 80 não estavam na equipe em 2019. É um time extremamente jovem, com alguns talentos interessantes, mas com muitas dúvidas e que claramente está em reconstrução.
As reconstruções na NFL não têm uma duração padrão, podem durar anos ou podem ter uma grande ascensão de um ano para outro. Os Jaguars têm talento suficiente para não ser o pior time da temporada, mas são muitas incógnitas e vários possíveis buracos para um ano com muitas vitórias. A tendência é que Doug Marrone vá para o seu terceiro ano seguido com campanha negativa e o time fique posicionado no top 5 do Draft de 2021.
(Foto: Andy Lyons/Getty Images)
Principais chegadas: Como os Jaguars passaram a free agency abrindo espaço no cap, os principais novos nomes vêm do Draft. C.J. Henderson e K’Lavon Chaisson são os que mais chamam atenção. Este segundo tem tudo para fazer estrago junto com Josh Allen na linha defensiva.
Na free agency, uma contratação que chamou atenção foi a do linebacker Joe Schobert, que jogou a última temporada Cleveland Browns. Schobert tem tudo para ser um bom encaixe e formar uma sólida dupla de linebackers com Myles Jack.
Principais saídas: Calais Campbell, Marcell Dareus e A.J. Bouye. Três nomes que foram importantíssimos na campanha que levou o time à final da AFC em 2017. Apesar de veterano, Campbell ainda é um dos melhores jogadores da liga em sua posição e encaixou como uma luva na linha defensiva dos Jaguars. De 2018 para cá saíram Dante Fowler Jr. e Malik Jackson, mas Calais manteve o alto nível do setor.
Dareus era uma importante e sólida arma contra o jogo terrestre. Ele foi contratado ao longo da temporada 2017, já que a contenção de corridas era um defeito daquela estupenda defesa. Não era um nome que chamasse muito a atenção, mas foi um jogador sólido e importante.
A.J. Bouye não teve o melhor de seus desempenhos em 2019, mas ainda é um ótimo cornerback. Fica a frustração pelas lesões nos dois últimos anos e também pela baixa recompensa que os Jaguars conseguiram ao trocá-lo com os Broncos (escolha de quarta rodada).
Ponto forte: Por mais que a equipe tenha perdido Campbell, Dareus e que ainda seja possível perder Ngakoue, o front seven permanece como o ponto mais forte dos Jaguars. Pelo menos é onde se encontra mais talento, com Josh Allen e K’Lavon Chaisson na DL; Myles Jack e Joe Schobert como linebackers.
A chegada de Schobert possibilita a Jack voltar à sua posição de origem, já que ele havia sido deslocado para suprir a ausência de Telvin Smith, que se aposentou precocemente. É um front seven jovem, rápido e muito talentoso
Ponto fraco: secundária, jogo aéreo e o treinador. C.J. Henderson chega com a difícil missão de suprir as saídas de Jalen Ramsey e A.J. Bouye. O calouro até promete ter uma boa temporada e ser um grande jogador, o problema é que ele não tem ajuda. Os Jaguars estão bem longe de ter uma secundária parecida com a de 2017 e vêm de um ano no qual cederam muitas big plays. Henderson pode render em alto nível, mas é improvável que só ele seja suficiente para uma grande mudança no setor.
No ataque, os Jaguars têm inúmeras incógnitas. A principal delas é Minshew, que precisa mostrar seu verdadeiro valor. Mas a questão vai além do quarterback. A franquia contratou um tight end super talentoso, mas que não é garantia de disponibilidade. Se Eifert machucar, os Jags voltam à estaca zero na posição, que tem sido um problema desde a saída de Marcedes Lewis.
O grupo de recebedores também pode ser um problema. Enquanto D.J. Chark ascende como um grande wide receiver, os demais não conseguem emergir. Para o ataque aéreo ser bastante produtivo, Dede Westbrook, draftado em 2017, precisa jogar o que ainda não jogou, Chris Conley tem que ser mais consistente e o novato Lavisk Shenault precisa ter um impacto imediato. Além, é claro, de Minshew evoluir consideravelmente.
Com relação ao treinador, Doug Marrone desperta pouca confiança. O impacto após sua chegada em 2017 foi evidente, mas desde então o time não tem rendido. Olhando para os elencos dos Jaguars em 2018 e 2019, com certeza não dizemos que eram para ganhar no máximo seis jogos. Havia talento, mas isso não foi aproveitado. Há grandes chances de Marrone se despedir de Jacksonville neste ano, a não ser que o time tenha um desempenho extraordinário e conquiste resultados improváveis. Do contrário, esta temporada tende a ser a última dele como treinador da equipe.
Calouro para ficar de olho: Impossível não olhar para um dos draftados pelos Jaguars e não se atentar mais em K’Lavon Chaisson. É um jogador instintivo, rápido e versátil. Tem tudo para causar um grande impacto imediato na linha defensiva dos Jaguars e manter o alto nível que o setor vem apresentando de 2017 para cá.
Campanha em 2019: 6-10
Projeção para 2020: 5-11
Técnico: Doug Marrone (desde 2017) – histórico: (21-27)
Briga por: 1ª escolha do Draft de 2021
TABELA 2020
Semana 1: Colts (casa)
Semana 2: Titans (fora)
Semana 3: Dolphins (casa)
Semana 4: Bengals (fora)
Semana 5: Texans (fora)
Semana 6: Lions (casa)
Semana 7: Bye week
Semana 8: Chargers (fora)
Semana 9: Texans (casa)
Semana 10: Packers (fora)
Semana 11: Steelers (casa)
Semana 12: Browns (casa)
Semana 13: Vikings (fora)
Semana 14: Titans (casa)
Semana 15: Ravens (fora)
Semana 16: Bears (casa)
Semana 17: Colts (fora)
POWER RANKING THE PLAYOFFS 2020
Jacksonville Jaguars: posição 31
Melhor nota: 5,5 / Pior nota: 5
>> A posição de cada time no Power Ranking do The Playoffs foi definida por um comitê do site que conta com Fabio Garcia, Fernando Ferreira, Gabriel Mandel, José Ferraz e Luis Felipe Saccini. Os cinco deram notas para as equipes levando em conta a força dos elencos em geral e a perspectiva delas neste momento. A partir da média, listamos as franquias neste ranking de 1 a 32. Semanalmente, a lista será atualizada de acordo com o desempenho dos times em campo durante a temporada regular.