PRÉVIA NFL 2020: #27 Detroit Lions
Após queda drástica de produção em 2019, head coach Matt Patricia entra em sua terceira temporada no comando dos Lions com tudo em jogo
Talvez a melhor forma de definir o que pode ser a temporada 2020 do Detroit Lions seja com a velha expressão “tudo ou nada”, tão usada nos esportes e situações cotidianas. Há três anos longe dos playoffs, os Lions vivem uma fase que parece infinitamente inconsistente. A “janela” para tirar proveito de seu ótimo quarterback Matthew Stafford parece cada dia menor, seja pelos problemas físicos de Stafford ou por um conjunto de coadjuvantes insuficientes para apoiar a maior estrela da franquia.
Matt Patricia, treinador da equipe, entra em sua terceira temporada como head coach e talvez seja o maior exemplo do ”tudo ou nada”. Após uma primeira temporada mediana (6-10), o técnico viu o desempenho de seu time despencar de um penhasco. Em 2019, os Lions tiveram a terceira pior campanha da NFL (3-12-1). Agora, Patricia, junto do general manager Bob Quinn, pupilos de Bill Belichick, tentam de todas as formas replicar o “modelo Patriots” em seu elenco. Sheila Ford Hemp, nova dona dos Lions, espera que seu clube tenha sucesso. Uma temporada desastrosa pode significar a demissão de ambos, Patricia e Quinn, ao final do ano.
Como para todas as equipes da liga, os jogos de divisão são chave na briga por uma vaga nos playoffs. Detroit, na NFC Norte, tem pela frente um Chicago Bears que pode surpreender tanto de forma positiva como de forma negativa, o sempre temido Green Bay Packers de Aaron Rodgers, que, embora continue sendo ‘a grande equipe da divisão’, passa por um momento nebuloso e de grandes questionamentos, e o Minnesota Vikings, que vem com um elenco competitivo e forte. Porém, nenhuma das equipes desta divisão desponta como uma “grande força”, o que pode abrir as portas para uma campanha surpreendente dos Lions.
Apesar das três vitorias em 2019, o desempenho mostrado em campo foi muito melhor do que o apontado pelos resultados finais da partidas. Em cinco jogos diferentes na última temporada, Detroit teve a liderança no 4º período, perdendo todos esses jogos. Isso sem contar uma partida em que os Lions batiam os Cardinals por 24 a 6 e acabaram com um raro empate e 27 a 27. Números que apontam, claramente, uma equipe que levou seus adversários ao limite e que, com bons ajustes táticos e um pouco mais de sorte, poderia até ter brigado por uma vaga de Wild Card em 2019.
O ataque dos Lions é, sem dúvidas, o elo forte do time. Se Stafford conseguir se manter saudável por toda a temporada, ele é capaz de liderar a equipe a uma vaga de wild card ou até ao topo da divisão. Cercado de boas armas como Kenny Golladay, que desponta de forma “despercebida” como um dos principais wide receivers da NFL, Marvin Jones, um dos recebedores mais perigosos da liga em passes intermediários, e o experiente Danny Amendola no slot, o camisa 9 tem tudo para guiar um dos ataques mais perigosos da NFL.
T.J. Hockenson chegou no Draft de 2019 como uma escolha top 10 e teve um excelente início com Stafford no comando do ataque, porém sofreu no resto de seu primeiro ano. Com tantos atributos físicos e talento natural, a evolução do jovem tight end é um outro fator chave no ataque de Detroit. O jogo corrido pode ter também grande evolução em 2020. Kerryon Johnson provou ser um bom corredor, porém ele sofre constantemente com contusões. Por esse motivo, D’Andre Swift foi selecionado na 2ª rodada do último draft e deverá ter efeito instantâneo no ataque dos Lions, prometendo ser uma ameaça tanto no jogo corrido como no jogo aéreo, além de tirar a pressão das costas de Johnson.
A linha ofensiva apresenta uma base sólida entre o lado esquerdo de Taylor Decker e Joe Dahl e o center Frank Ragnow. Porém, o lado direito é questionável, principalmente com a saída de Graham Glasgow na free agency. O right tackle Halapoulivaati Vaitai precisa justificar seu grande nome contrato e deverá ter o apoio do novato Jonah Jackson ao seu lado, na posição de guard.
Se ofensivamente os prospectos são empolgantes, defensivamente o torcedor de Detroit não consegue “ter tanta fé”. A unidade defensiva que foi a pior da NFL será coordenada por Cody Undlin, contratado para realizar a tarefa neste ano. Contra o jogo corrido, os números da equipe até foram decentes, porém a saída de Damon Harrison pode ter um impacto negativo neste quesito, mesmo com a chegada de Danny Shelton para ocupar sua função de “run-stuffer”. Outro que chegou foi o linebacker Jamie Collins, também ex-Patriots, que tem potencial para ajudar contra o jogo corrido e incomodar quarterbacks adversários com suas fortes habilidades de pass-rush.
Por falar em pass-rush, em 2019 o grupo dos Lions foi o segundo pior da NFL em quantidade de sacks. Trey Flowers precisa produzir com maior consistência e deve ter o suporte de Romeo Okwara e de seu irmão, o recém draftado Julian Okwara. Na secundária, Darius Slay Jr. foi trocado, deixando um buraco enorme na pior defesa contra o jogo aéreo da liga. Para seu lugar chegou Jeffrey Okudah, com a 3ª escolha geral do Draft. Okudah parece ser um produto ‘pronto’, que ainda pode evoluir e se tornar rapidamente um cornerback de nível elite.
Ao lado oposto do novato estará o experiente Desmond Trufant, que busca reviver o auge de sua carreira em Detroit e oferece um potencial intrigante devido a suas quatro interceptações em apenas nove jogos na temporada passada. Mais um ex-Patriots que agora faz parte da defesa dos Lions é Duron Harmon, que se encaixará perfeitamente como safety titular no esquema defensivo da equipe.
No Draft, o GM Bob Quinn parece ter feito um trabalho decente, não inventando muito, selecionando bons jogadores, porém “ignorando” algumas necessidades da equipe. Jeffrey Okudah era tido como o melhor CB da classe e preenche imediatamente um buraco na secundária mais fraca da liga. D’Andre Swift é um belo corredor que oferece ameaças de múltiplas formas, porém talvez ele tenha sido selecionado um pouco cedo demais com a 35ª escolha geral. Julian Okwara teve problemas graves de contusão no college, porém, se saudável, pode ser um dos maiores “steals” do draft, oferecendo um enorme potencial na linha defensiva fraca de Detroit.
Jonah Jackson pode chegar como titular na posição de right guard e Logan Stenberg deve ser seu reserva, atuando como um ”híbrido” capaz de preencher diversas posições na OL enquanto refina seu jogo. Quintez Cephus, selecionado no 5º round, tem ótimas habilidades puras para a posição de wide receiver, mas sua velocidade e atributos físicos parecem bem questionáveis.
No final das contas, os Lions parecem ter uma temporada interessantíssima pela frente, com diversas questões a serem respondidas e com o desenvolvimento de vários jogadores jovens se tornando fundamental no atual momento. Detroit pode tirar proveito de um possível cenário conturbado para seus rivais de divisão e brigar realisticamente por uma vaga de wild card, assim como pode voltar a ter problemas de contusão e inconsistência, caindo na “mesmice” dos anos recentes.
(Foto: Reprodução Twitter/Detroit Lions)
Principais chegadas: Desmond Trufant com certeza reforçará a secundária fraca de Detroit, buscando voltar aos auge de sua carreira, vivido no Atlanta Falcons. Os três defensores vindos dos Patriots (o DT Danny Shelton, o LB Jamie Collins Sr. e o S Duron Harmon) serão peças fundamentais também na reconstrução defensiva dos Lions.
No ataque, o mediano RT Hal Vaitai recebeu um enorme contrato (US$ 50 milhões por cinco anos) e terá de justificar o investimento de imediato, enquanto o QB Chase Daniel chega para ser o reserva imediato de Stafford.
Principais saídas: Sem dúvidas a principal saída foi a do CB Darius Slay Jr, um dos melhores da NFL na posição, que foi mandado para o Philadelphia Eagles via troca. Os defensive tackles Snacks Harrison e A’Shawn Robinson dificilmente serão substituídos à altura. O LB Devon Kennard teve 7,0 sacks em 2019 e foi embora também, enfraquecendo uma área da equipe que já era ruim mesmo com sua presença.
Ofensivamente, a saída do guard Graham Glasgow, um dos melhores da liga, deve afetar o “equilíbrio” da linha ofensiva, embora os Lions creiam que possa substituir sua produção com o novato Jonah Jackson.
Ponto forte: O grupo de recebedores disponíveis para Matthew Stafford encanta. Kenny Golladay e Marvin Jones formam uma dupla excepcional, misturando rotas curtas, médias e longas, infernizando qualquer defesa da liga. Com o camisa 9 no comando, os desempenhos de ambos devem seguir crescendo. A chave do sucesso para os Lions é abusar das qualidades de seus recebedores (incluindo também Danny Amendola e o segundanista T.J. Hockenson).
Ponto fraco: Fica difícil destacar apenas um ponto fraco em uma defesa que, em 2019, foi uma das piores da liga em todos aspectos possíveis. Mas com a renovação importante de material humano na secundária, o “front-seven” dos Lions parece ser o calcanhar de aquiles da equipe. Jogadores que não inspiram confiança, medianos em todos os aspectos do jogo, alguns “materiais incompletos” e outros apenas inconsistentes. A evolução do grupo de pass-rush de Detroit é absurdamente necessária para o time ter qualquer sucesso em 2020.
Calouro para ficar de olho: A melhor escolha possível para os Lions no Draft só poderia ser Jeffrey Okudah. O cornerback de Ohio State preenche uma necessidade gritante na secundária da equipe e apresenta um potencial absurdo.
Ele já chega como um dos melhores prospectos da posição em anos recentes, com habilidades e instintos naturais prontos para o jogo mais físico e de “outro nível” da NFL. Se não criar problemas fora de campo, e até agora ele não indica que terá isso em seu caminho, Okudah pode se tornar brevemente um dos melhores atletas de secundária da liga.
(Fotos: Reprodução Twitter/Around The NFL)
Campanha em 2019: 3-12-1
Projeção para 2020: 7-9
Técnico: Matt Patricia (desde 2018)
Briga por: Pode beliscar um wild card na melhor das hipóteses, mas deve acabar com uma pick de top 10 ou 15 no Draft.
TABELA 2020
Semana 1: Bears (casa)
Semana 2: Packers (fora)
Semana 3: Cardinals (fora)
Semana 4: Saints (casa)
Semana 5: Bye Week
Semana 6: Jaguars (fora)
Semana 7: Falcons (fora)
Semana 8: Colts (casa)
Semana 9: Vikings (fora)
Semana 10: Washington Football Team (casa)
Semana 11: Panthers (fora)
Semana 12: Texans (casa)
Semana 13: Bears (fora)
Semana 14: Packers (casa)
Semana 15: Titans (fora)
Semana 16: Buccaneers (casa)
Semana 17: Vikings (casa)
POWER RANKING THE PLAYOFFS 2020
Detroit Lions: posição 27
Melhor nota: 7 / Pior nota: 6
>> A posição de cada time no Power Ranking do The Playoffs foi definida por um comitê do site que conta com Fabio Garcia, Fernando Ferreira, Gabriel Mandel, José Ferraz e Luis Felipe Saccini. Os cinco deram notas para as equipes levando em conta a força dos elencos em geral e a perspectiva delas neste momento. A partir da média, listamos as franquias neste ranking de 1 a 32. Semanalmente, a lista será atualizada de acordo com o desempenho dos times em campo durante a temporada regular.