PRÉVIA NFL 2020: #19 Los Angeles Rams
Depois de um 2019 decepcionante, Rams precisam provar sua força sob comando de McVay e Goff
A temporada de 2020-2021 para o Los Angeles Rams pode ser considerada uma temporada de recomeço, mas esse recomeço vem seguindo um planejamento e estratégia desenhados quando Sean McVay assumiu o time em 2017. Óbvio que a ideia era estar injetando juventude nesse ponto com um Super Bowl no currículo. Porém a estrategia de “título ou bust” implementada dois anos atrás bateu na trave diante de New England há duas temporadas, e as contusões crônicas de Todd Gurley e Brandin Cooks forçaram o time a se livrar de dois grandes pilares ofensivos, admitindo falhas nas extensões contratuais de ambos.
Mas nada disso abalou a energia de McVay, que vem pra este ano com uma comissão técnica rejuvenescida, e um elenco que conta com muito otimismo sobre seus jovens talentos, diferente da preocupação com os veteranos baleados que dominou a offseason ano passado.
Esta temporada ficará marcada como o verdadeiro teste de Sean McVay e Jared Goff. De um lado temos McVay, que há alguns anos já gerava a expectativa de ser um dos grandes HCs na historia da NFL. Com um início de carreira fulminante, o técnico mais jovem na historia da liga transformou o eterno “meio de tabela Rams” numa máquina explosiva, que atropelou a liga até o Super Bowl LIII. O menino prodígio ofensivo parecia o rei Midas da mitologia grega, tudo que encostava se tornava ouro. Inclusive seus auxiliares, que começaram a ser contratados por outras franquias.
Porém, tudo veio muito fácil para McVay. Após ficar fora dos playoffs pela primeira vez na carreira em 2019, McVay agora se encontra com a exigência de transformar jovens talentos em um time competitivo diante da divisão mais complicada da NFL. Sua comissão técnica também conta com mudanças importante, com Wade Phillips saindo para a entrada de Brandon Staley na coordenação defensiva, e Kevon O’Connell assumindo a posição de OC, que ficou vaga apos a saída de Matt LeFleur (HC dos Packers) dois anos atrás. Os Rams completam uma metamorfose planejada desde a chegada de McVay, que nos seus primeiros anos buscou auxiliares experientes para conciliar com sua juventude, e agora monta uma comissão técnica mais parelha com sua juventude e energia. Sem dúvidas esse será um grande teste da qualidade de McVay como um head coach na NFL.
Do outro lado temos Jared Goff, primeira escolha do Draft de 2016 que foi de “bust” com Jeff Fisher para candidato a MVP com McVay em dois anos. E agora parece completamente desacreditado por boa parte da imprensa pelo ano passado. Acho injustas boa parte das críticas a Goff. A grande fraqueza dos Rams ano passado foi a instabilidade da linha ofensiva por boa parte da temporada, combinado com um jogo terrestre completamente ineficiente atrás de Todd Gurley e seu joelho estragado. Com um esquema que rodava muita parte do seu ataque no play action, a situação era longe de ser ideal para que Goff tivesse sucesso.
Disso tudo saiu algo positivo. Durante a temporada, os Rams encaixaram sua OL com jovens talentos promissores como Austin Blythe sendo movido pra center, e Austin Corbett, que veio de uma troca com Cleveland. Junto com os dois calouros, Bobby Evans e David Edwards, que dominaram o lado direito da OL, e a linha de Los Angeles acabou o ano como uma das mais efetivas da liga em termos de evitar sacks. Outra mudança que vimos durante o ano foi no esquema ofensivo. McVay conquistou a liga no 11 personnel e play action, mas já vimos no final da temporada de 2018-2019 que as defesas tinham decifrado os segredos de McVay, e com as limitações de Gurley e Cooks no campeonato passado, os Rams encerraram o ano com uma bela variedade de pacotes ofensivos, especialmente utilizando o tight end Tyler Highbee, que teve um ótimo final de ano.
Para 2020 a equipe conta com uma nova injeção de talentos ofensivos. Oportunidades serão dadas a Josh Reynolds, que mostrou flashes de talento nesses primeiros anos de carreira, e pro calouro Van Jefferson, que tem chamado atenção nos treinos. Sem contar com o novo comitê de RBs da liga.
Esse ataque dos Rams pode provar a qualidade de McVay como um gênio ofensivo e de Goff como um verdadeiro franchise QB ou vai expor a fragilidade de ambos. O time entra para este ano com o grande potencial de ser eletrizante como foi pela maioria da “era McVay” ou um fracasso como vimos no Super Bowl LIII, mas vale a pena acompanhar o resultado.
(Foto: Reprodução Twitter/NFL)
Principais chegadas: Leonard Floyd vem para a posição deixada por Dante Fowler (EDGE, foi oara Atlanta). Floyd entrou na liga como uma grande promessa, mas nunca atingiu o que esperávamos dele em Chicago. Com um contrato de um ano, ele tem tudo pra ter uma campanha como Shaq Barret teve ano passado com os Bucs. Vem pra provar que é elite, e para isso, jogará lado a lado do melhor jogador defensivo da liga, Aaron Donald, e ainda terá a cobertura do melhor cornerback da liga em Jalen Ramsey. Se Floyd souber aproveitar as brechas deixadas pelos adversários preocupados com Donald e ser um fator no jogo terrestre, ele já acrescenta muito a essa defesa.
O outro grande reforço vem na comissão técnica. Kevin O’Connell. O novo OC vem com a missão de tirar um pouco da carga de Sean McVay – que continuará chamando as jogadas ofensivas – e de ajudar a desenvolver Goff. Ficou bem claro na última temporada que McVay precisava de um outro ponto de vista diante de algumas barreiras defensivas. O’Connell pode ser a peça que faltava na estrategia de jogo dos Rams.
Principais saídas: É verdade que os Rams perderam grandes nomes como Gurley, Cooks, Fowler, Clay Matthews e o kicker Greg Zuerlein. Analisando o que algumas essas peças fizeram em campo ano passado: Fowler nunca foi consistente o suficiente para valer um contrato longo; Cooks vivia machucado e já não era mais o mesmo em campo; Gurley sumiu no jogo aéreo e não conseguia mais quebrar tackles, seu grande impacto era no red zone. Acredito que os Rams estarão até mais forte nessas posições em 2020.
Porém um nome fará muita falta: Cory Littleton. O ILB que foi para os Raiders era o grande líder entre os linebackers do time. Com um motor inigualável, Littleton acompanhava o jogo terrestre e foi um dos LBs mais eficientes na cobertura de passes nos últimos dois anos. Staley terá de tirar o máximo dos jovens talentos na posição já que os Rams não contrataram ninguém da posição na free agency e não investiram escolhas altas da Draft também. Pode ser o grande problema do time em 2020.
Ponto forte: Aaron “f*cking” Donald. Podia deixar só nisso e todos concordariam. Donald é um dos melhores jogadores na história da liga. Impossível de marcar, o monstro de LA ainda tem uma vantagem este ano. Enquanto boa parte da liga ficou parada durante a pandemia, ele fez a única coisa que ele faz: treinou. É possível que teremos um Donald ainda melhor nesta temporada.
Diferente de Wade Phillips, Staley vem com uma defesa de esquemas. Significa que o time vai buscar mudar sua tática defensiva para se adaptar diante de cada oponente. Em vez de deixar Donald se virar diante de dois ou três bloqueadores, o novo DC vai buscar esconder o rush e forcar marcações individuais. No mano a mano contra Donald, o resultado é sack. Sem contar que o time ainda tem Jalen Ramsey na cobertura dos passes.
Ponto fraco: O grupo de linebackers conta com muitos pontos de interrogações. Pelo interior o time conta com nomes como Micah Kiser, Kenny Young e Travin Howard, que não tiveram muitos snaps nos últimos anos por motivos diferentes. Clay Johnston que veio no Draft e pode ser uma boa opção. Para EDGE, o time ate trouxe Floyd. Nos últimos anos os EDGE rushers não conseguiram aproveitar com consistência o espaço criado por Donald. Dos nomes que sobraram, Samson Ebukam leva vantagem por ter tido grandes momentos com a equipe. Porém a expectativa é que Obo Okoronkwo finalmente se mantenha saudável pra ter um impacto positivo e o calouro Terrelle Lewis também se transforme em um fator positivo no pass rush. Muitas dúvidas aqui também.
Calouro pra ficar de olho: Cam Akers foi um dos running backs mais produtivos do college jogando atrás de uma péssima OL de Florida State. Nenhum outro RB teve tantas jardas após o primeiro contato. Ele vem para operar em um comitê com Darrell Henderson e Malcolm Brown, mas vejo Akers tomando conta da posição e dominando bela parte dos snaps na função que pertencia a Gurley. Menção honrosa para Van Jefferson, que vem chamando atenção na pré-temporada, lembrando muito Cooper Kupp no seu primeiro camp com os Rams.
Campanha de 2019: 9-7
Projeção para 2020: 11-5
Técnico: Sean McVay (desde 2017) / recorde 35-17 (2-2 playoffs)
Briga por: título divisional. E se vencer essa divisão extremamente complicada, vira um time difícil de bater nos playoffs
TABELA 2020
Dallas Cowboys (casa)
Philadelphia Eagles (fora)
Buffalo Bills (fora)
New York Giants (casa)
Washington Football Team (fora)
San Francisco 49ers (fora)
Chicago Bears (casa)
Miami Dolphins (fora)
Bye Week
Seattle Seahawks (casa)
Tampa Bay Buccaneers (fora)
San Francisco 49ers (casa)
Arizona Cardinals (fora)
New England Patriots (casa)
New York Jets (casa)
Seattle Seahawks (fora)
Arizona Cardinals (casa)
POWER RANKING THE PLAYOFFS 2020
Los Angeles Rams: posição 19
Melhor nota: 7,5 / Pior nota: 7
>> A posição de cada time no Power Ranking do The Playoffs foi definida por um comitê do site que conta com Fabio Garcia, Fernando Ferreira, Gabriel Mandel, José Ferraz e Luis Felipe Saccini. Os cinco deram notas para as equipes levando em conta a força dos elencos em geral e a perspectiva delas neste momento. A partir da média, listamos as franquias neste ranking de 1 a 32. Semanalmente, a lista será atualizada de acordo com o desempenho dos times em campo durante a temporada regular.