PRÉVIA NFL 2020: #18 Atlanta Falcons
Após outra temporada de decepção, os Falcons precisam manter seu elenco saudável para sonhar com algo maior numa NFC South ainda mais forte
Com a temporada 2020 cada vez mais próxima, o Atlanta Falcons precisa se libertar do fantasma do Super Bowl LI que assombra o time. Desde o fatídico jogo contra os Patriots em 2017, nada pareceu dar mais certo para a franquia da Geórgia. O ano de 2019 do time foi bem longe do esperado, já que ao menos brigar por uma vaga no wild card passou longe.
Na temporada passada, os Falcons trouxeram Dirk Koetter de volta, mas a mudança não surtiu o efeito esperado e não ajudou o time a brigar por coisas maiores na liga. O head coach Dan Quinn também decidiu atuar como DC durante a última temporada, visando a trazer uma defesa mais física. Ainda no meio da temporada, Raheem Morris e Jeff Ulbrich assumiram o setor. Em 2020, Morris será o responsável pela unidade, após ter ajudado a secundária a evoluir na segunda metade do ano passado.
O time começou a campanha 1-7 e voltou da bye week renovado ano passado. Até conseguiu boas vitórias, mas já era tarde para brigar pelos playoffs. Assim como em 2018, os Falcons tiveram um grande adversário: as lesões. A franquia foi umas das primeiras eliminadas em toda a NFL, mas conseguiu pular do último para o segundo lugar dentro da divisão na reta final. O lado ruim disso foi a colocação no Draft, uma vez que uma escolha no top 10 seria o cenário ideal para Atlanta.
Para 2020, os Falcons vão ter a divisão ainda mais forte. Além do New Orleans Saints como forte rival, o Tampa Bay Buccaneers trouxe Tom Brady e Rob Gronkowski e promete brigar forte pela liderança da divisão. Além disso, a franquia encara a AFC West este ano, ou seja, terá pela frente Patrick Mahomes e o Kansas City Chiefs, atual campeão da liga. Broncos e Raiders prometem dar mais trabalho e podem dificultar o caminho. Dentro da NFC, os adversários são os times da divisão norte, além de Seahawks e Cowboys pelo caminho.
Outra mudança que aconteceu na offseason foi com o uniforme do time (foto). A franquia trouxa novos modelos de jogo, com detalhes diferentes na fonte da numeração e na disposição da camisa. Os fardamentos branco e o preto mantiveram seu padrão, somente mudando os detalhes citados. Já o uniforme vermelho ganhou uma variação com calça preta e meias pretas, diferente do tradicional já acostumado pelos fãs do time.
Com tantos confrontos fortes, a linha ofensiva precisa estar inteira e disponível durante toda a temporada. Escolha de primeira rodada em 2019, Chris Lindstrom jogou apenas uma partida antes de ser afastado por lesão (só voltou no final da temporada), atrapalhando o desempenho da linha, que permitiu Matt Ryan sofrer 48 sacks. A qualidade existe nesse setor, uma vez que todos os OLs titulares são escolhas de primeira rodada. Aliás, com a adição do wide receiver Laquon Treadwell, o sistema ofensivo pode ser o primeiro da história a ter somente escolhas de first round em campo.
A defesa não é uma das melhores da NFL, mas pode ser eficiente se todos os setores ajudarem. A secundária saudável pode ser melhor que ano passado. Os safeties têm qualidade para não comprometer, mas os cornerbacks devem melhorar para bloquear tantos recebedores bons que virão pela frente. O front seven não é de encher os olhos, mas Grady Jarrett e o recém chegado Dante Fowley Jr. são o trunfo da unidade, que ainda sofre na posição de linebackers, tendo apenas Deion Jones como grande nome.
(Fotos: Reprodução Site/Atlanta Falcons; Reprodução /Twitter)
Principais chegadas: A principal adição do time veio em Todd Gurley. O time dispensou Devonta Freeman e com o que sobrou, assinou por um ano e US$ 5,5 milhões com o running back ex-Rams. Continuando no ataque, Atlanta trocou uma escolha de segunda rodada (que veio na troca de Mohamed Sanu) por Hayden Hurst, escolha de primeira rodada de 2018. Apesar de ser visto como caro, o tight end vai poder mostrar todo seu valor e justificar a escolha dos Ravens nele.
Outra adição foi em um wide receiver, com Laquon Treadwell, escolha de primeira rodada dos Vikings em 2016. O talento esperado nele não apareceu até hoje, assim o jogador perdeu espaço e mudou de ares. Com Julio Jones e Calvin Ridley no comando da posição, Treadwell pode ser uma surpresa como terceira opção e mostrar o desempenho dos tempos de Ole Miss.
Na defesa, Dante Fowler assinou por 3 anos e US$ 48 milhões com a franquia. Apesar do alto valor, o jogador pode ser muito útil no miolo da linha com Jarrett ou usado como linebacker e ajudando na pressão por fora do QB. O LB Deone Bucannon e o CB Darqueze Dennard foram adições interessantes também.
Já o Draft não foi o mais brilhante. AJ Terrell foi escolhido na pick 16 e causou controvérsia entre os torcedores. O cornerback jogava num sistema forte em Clemson e pode ser uma adição boa, mas precisa superar a desconfiança gerada após a seleção deste ano. O defensive lineman Marlon Davidson veio no segundo round para ser um backup de Jarrett. Outras seleções defensivas foram o LB Mykal Walker e o safety Jaylinn Hawkins no quarto round.
Por incrível que pareça, a escolha mais elogiada da franquia veio no terceiro round. O guard Matt Hennessy é considerado um bom OL e pode virar um grande nome da posição no futuro. Além disso, traz talento para um setor que pode se tornar o melhor do time.
Principais saídas: O time de Atlanta teve algumas perdas significativas e outras foram necessárias para ajeitar o salary cap. O tight end Austin Hooper, uma das armas do time e top 5 da posição atualmente, foi para o Cleveland Browns. Vic Beasley Jr., mesmo não sendo o mesmo de antes, assinou com o Tennessee Titans, deixando um pequeno buraco no pass-rush.
Grande arma do ataque na campanha do Super Bowl, Freeman foi cortado pela franquia após não chegar em um acordo salarial. O running back teve boas temporadas em Atlanta, mas a queda de rendimento e o salário pedido fizeram com que esse corte viesse. Outra dispensa foi de CB Desmond Trufant, mostrando que o time já pensa em rejuvenescer o elenco na medida do possível, sem perder qualidade.
O LB De’Vondre Campell foi outro a sair do time e ficar livre no mercado. Todos esses cortes economizaram por volta de US$ 10 milhões para os Falcons. Por fim, a ausência menos sentida deve ser de Ty Sambrilio, contando com a profundidade do corpo de OLs do elenco.
Ponto forte: Julio Jones. Não tem muito o que dizer sobre isso, o wide receiver é um dos melhores da posição nos últimos anos. Dono de recepções incríveis e principal esperança de touchdowns, Jones mais uma vez deve ser o nome principal do ataque dos Falcons. No último ano, foram 1.394 jardas e seis TDs em 99 recepções.
Além de ser a bola de segurança de Matt Ryan, a qualidade do receiver atrai muito a atenção das diversas defesas da liga. Ou seja, além de eficiente quando acionado, sua qualidade ajuda outros jogadores da equipe a terem mais espaço para marcar os pontos. Este ano é a chance de vermos o duo entre Jones e Calvin Ridley ser ainda mais eficiente em Atlanta, ainda mais com um quarterback como Ryan no comando. Qualquer sonho dos Falcons de ir aos playoffs passará pelas mãos do camisa 11 do ataque.
Ponte fraco: pass-rush. A defesa sofreu com lesões no ano passado, mas um setor que foi menos afetado foi o pass-rush. Nenhuma lesão de impacto afetou o rendimento do time, que teve pouca produção pela baixa produtividade de seus atletas. Beasley Jr. se foi, mas já não era o mesmo de 2016. Takkrist McKinley chega nesta temporada sem ter a opção de quinto ano exercida, o que deixa uma dúvida sobre sua capacidade de ter a melhor atuação da vida ou apenas repetir o mesmo de sempre.
Com a chegada de Fowler Jr., o pass-rush do time pode ter uma melhora significativa, já que o defensor chegou dizendo que pretende ter alto número de sacks. Além dele, precisamos ver como o interior da linha vai ser usado para furar bloqueios e conseguir achar brechas na linha ofensiva adversária para ser eficiente contra a corrida e impedir os QBs de conseguirem executar seus lançamentos.
Calouro para ficar de olho: Matt Hennessy. Os Falcons recrutaram Hennessy na terceira rodada do Draft deste ano. O calouro foi um dos principais centers do futebol americano universitário na última temporada. Mesmo que não seja titular, o talento conseguido nele, na altura em que foi feito no recrutamento, trouxe uma sensação de acerto na escolha. Com o bom desempenho no training camp, o jogador tem mostrado qualidade e deve brigar pela titularidade desde já na posição, que conta ainda James Carpenter e Matt Gono.
Campanha em 2019: 7-9
Projeção para 2020: 9-7
Técnico: Dan Quinn (2015-presente) – recorde 43-37 (3-2 na pós-temporada)
Briga por: Apesar da forte divisão, os Falcons têm time para sonhar com os playoffs, ainda mais com uma vaga a mais este ano. Não seria nada ousado dizer que a franquia disputa uma vaga no wild card.
TABELA 2020
Semana 1: Seahawks (casa)
Semana 2: Cowboys (fora)
Semana 3: Bears (casa)
Semana 4: Packers (fora)
Semana 5: Panthers (casa)
Semana 6: Vikings (fora)
Semana 7: Lions (casa)
Semana 8: Panthers (fora)
Semana 9: Broncos (casa)
Semana 10: bye week
Semana 11: Saints (fora)
Semana 12: Raiders (casa)
Semana 13: Saints (casa)
Semana 14: Chargers (fora)
Semana 15: Buccaneers (casa)
Semana 16: Chiefs (fora)
Semana 17: Buccaneers (fora)
POWER RANKING THE PLAYOFFS 2020
Atlanta Falcons: posição 18
Melhor nota: 8 / Pior nota: 6,5
>> A posição de cada time no Power Ranking do The Playoffs foi definida por um comitê do site que conta com Fabio Garcia, Fernando Ferreira, Gabriel Mandel, José Ferraz e Luis Felipe Saccini. Os cinco deram notas para as equipes levando em conta a força dos elencos em geral e a perspectiva delas neste momento. A partir da média, listamos as franquias neste ranking de 1 a 32. Semanalmente, a lista será atualizada de acordo com o desempenho dos times em campo durante a temporada regular.