PRÉVIA NFL 2020: #14 Philadelphia Eagles
Com elenco repleto de talentos, equipe de Doug Pederson briga com os Cowboys pelo título de divisão
Já virou cultura o Philadelphia Eagles começar a temporada com grandes expectativas no atual século, especialmente depois que ganhou o Super Bowl contra o New England Patriots, a grande dinastia dos últimos anos. No entanto, apesar do elenco repleto de talentos, a franquia vem de duas temporadas de altos e baixos, em que acabou oscilando bastante ao longo da jornada.
Para 2020/21, a tendência segue a mesma: expectativas elevadas pelo alto talento do elenco, mas pés no chão por conta da grande montanha-russa que é Philadelphia. Dito isso, é claro para todos que o potencial do time comandado por Doug Pederson é grande.
O elenco sofreu poucas mudanças em relação à temporada passada e isso é um fator relevante. Em 2019, apesar das idas e vindas, os Eagles chegaram até o wild card contra o Seattle Seahawks, mas os desfalques foram enormes e isso impediu que a franquia pudesse avançar na pós-temporada. Uma derrota aceitável, compreensível pelo contexto e que não trouxe crises. Durante a fase regular, Philly chegou a ficar 5-7, mas ressurgiu das cinzas na reta final, engrenou quatro vitórias seguidas e foi para os playoffs, reação semelhante com a temporada retrasada.
O grande desafio para este ano é manter o elenco saudável, especialmente Carson Wentz. O quarterback tem um vasto histórico de lesão em quatro temporadas de NFL, e nos playoffs passado deixou o campo e desfalcou Philly no jogo decisivo. Aliás, ele tem apenas breves minutos de pós-temporada na carreira, pois já havia perdido as partidas em outras duas ocasiões, quando Nick Foles o substituiu – e correspondeu. Mas na partida contra Seattle em janeiro, Josh McCown foi o QB dos Eagles, que ainda não pôde contar com Zach Ertz, DeSean Jackson e Alshon Jeffery, os três melhores recebedores do elenco.
O camisa 11 entra em seu quinto ano na NFL. Após uma temporada de calouro ‘ok’, uma segunda digna de MVP (responsável pela campanha 13-3 da franquia), a terceira e a quarta foram de lesões nos momentos decisivos. O quarterback ainda busca jogar uma partida inteira de playoff e voltar aos seus grandes dias, quando encantou a liga com uma variedade imensa de jogadas e um poder de improvisação como poucos.
Assim como o quarterback, esse é o grande foco do Philadelphia Eagles: não só chegar aos playoffs, mas ter vida na pós-temporada. Há uma linha tênue que separa Philly de ser mais competitivo. Porém, há um fator que deve se levar em conta: Doug Pederson já provou que consegue trabalhar com o que tem. No ano que foi campeão do Super Bowl, a equipe teve muitos desfalques para o grande duelo contra o New England Patriots, e mesmo assim o head coach teve capacidade de montar um ataque poderoso contra uma das maiores mentalidades defensivas da história, Bill Belichick. 41 pontos, ‘Philly Special’ e Nick Foles MVP da grande final.
Resiliência é a palavra.
Foto: Reprodução Twitter/Philadelphia Eagles
Principais chegadas: o elenco na temporada passada já era muito talentoso, mas as contusões minaram o potencial do time. Um dos grandes problemas foi o corpo de recebedores, que tinha simplesmente Alshon Jeffery e DeSean Jackson como alvos, mas ambos se machucaram e o camisa 11 de Philly ficou com pouquíssimas opções confiáveis para lançar. Além da manutenção dos dois, Philadelphia draftou o promissor Jalen Reagor. Assinou também com Marquise Goodwin, ex-San Francisco 49ers, outro alvo importantíssimo.
A offseason dos Eagles foi realmente boa e outros setores que eram anêmicos ganharam vida. Philadelphia tem uma secundária instável há anos, e a aquisição de Darius Slay, um dos melhores cornerbacks da liga, traz o up necessário para uma mudança de patamar no nível. O jogador já atuou com Jim Schwartz, o coordenador defensivo, no Detroit Lions e é a principal contratação da franquia de Philly.
Principais saídas: Malcolm Jenkins é a saída mais sentida. Líder, versátil, agressivo e com uma presença no setor como poucos. O safety de 32 anos voltou ao New Orleans Saints, onde já havia jogado e conquistado um Super Bowl. Outro experiente deixou a franquia: Darren Sproles, com grande importância no playbook por conta de seu leque de jogadas, se aposentou e abaixa o nível do grupo de corredores, que perdeu também Jordan Howard, novo jogador do Miami Dolphins após apenas uma temporada sendo running back de Philly.
Doug Pederson adora ter variedade no jogo corrido, além de jogadores que podem alinhar como running backs e receber passes curtos. Portanto, ambos farão falta. Miles Sanders será o número 1 nesta posição.
Ponto forte: a continuidade de grande parte do elenco é um quesito importante para os Eagles. Encorpado e entrosado, a manutenção de talentos juntos por algum tempo não pode ser um fator subestimado, ainda mais em um ano de pandemia que interferiu diretamente na preparação e nos treinos das equipes durante a pré-temporada. Vale ressaltar que Philadelphia é a única franquia da NFC Leste que manteve seu head coach, já que os três rivais trocaram de comando.
As deficiências no ataque foram supridas. O corpo de recebedores praticamente inteiro se lesionou e Wentz ficou com poucos alvos. Com os reforços de Marquise Goodwin e Jalen Reagor (via Draft), esse problema foi resolvido e há um leque de opções. Os Eagles gostam de jogar com o ‘pacote 12’ e contam com Zach Ertz e Dallas Goedert no elenco, dois tight ends muito talentosos e de impacto. Jogadores pelo meio chamam a atenção da defesa, fato que ajuda em jogadas longas com DeSean Jackson, especialista em big plays.
A linha defensiva continua sendo uma arma importante na defesa e um dos grupos mais talentosos de toda NFL. Derek Barnett e Brandon Graham pelas beiradas, Fletcher Cox e Javon Hargrave pelo meio e ainda Malik Jackson e Vinny Curry como opções. É um grupo versátil, forte e até aterrorizante para os quarterbacks alheios. A força no primeiro nível defensivo dos Eagles é capaz de forçar turnovers e vencer jogos.
Ponto fraco: a linha ofensiva não é exatamente um ponto fraco, mas a perda de Brandon Brooks deixa uma grande dúvida; ele rompeu o tendão de Aquiles e está fora da temporada. Esse é mais um setor que sofre com muitas contusões, e isso pode prejudicar o andamento completo do ataque de Philadelphia. Após a confirmação que Brooks seria desfalque, a franquia contratou Jason Peters, jogador no qual havia liberado anteriormente. O veterano irá jogar como right guard, posição que não atuou em sua carreira. É esperado uma queda de rendimento natural. Nesta quinta-feira (27) surgiu uma lamentável notícia: Andre Dillard, que não vinha treinando bem tecnicamente, rompeu um músculo no braço e também não irá atuar em 2020. Com desfalques, será uma longa temporada para Wentz…
O grande problema da equipe está também em outro setor: o corpo de linebackers é limitadíssimo. A rotação é escassa e claramente é um buraco que pode causar quebra de sintonia com a linha defensiva. Mesmo com a força do primeiro nível, essa parte do campo deve comprometer a engrenagem da defesa em alguns momentos. Jim Schwartz não costuma ter esse setor como foco em seu esquema, e não dá para negar que há um grande temor sobre como o time irá se comportar nesta parte do campo.
Não dá para classificar a secundária exatamente como um ponto fraco, mas a ineficiência dos últimos anos ascende um sinal de alerta. O setor até ganhou força pelos lados, com Darius Slay, mas a perda de Malcolm Jenkins, referência técnica e de liderança por muitos anos, faz com que o grupo de safeties caia consideravelmente de nível.
Calouro para ficar de olho: Jalen Reagor foi draftado na primeira rodada, na escolha 21. Apesar das controvérsias por conta da perda de CeeDee Lamb para o Dallas Cowboys, ele é o principal calouro da equipe para 2020. O wide receiver se torna mais uma opção para Wentz, que a princípio tem ótimos alvos. O calouro de 21 anos se destaca pela grande velocidade, capacidade de separação da marcação e atleticismo, o perfil que a comissão procurava, mas ainda precisa ser melhor lapidado em alguns quesitos.
Campanha de 2019: 9-7
Projeção para 2020: 10-6
Técnico: Doug Pederson (desde 2016) / recorde 38-26 (4-2 playoffs)
Briga por: título divisional contra o Dallas Cowboys. O confronto direto deve ser crucial para definir o campeão. Se avançar aos playoffs, tem elenco e talento para chegar até a final de conferência e, consequentemente, o Super Bowl.
TABELA 2020
Semana 1: Washington Football Team (fora)
Semana 2: Los Angeles Rams (casa)
Semana 3: Cincinnati Bengals (casa)
Semana 4: San Francisco 49ers (fora)
Semana 5: Pittsburgh Steelers (fora)
Semana 6: Baltimore Ravens (casa)
Semana 7: New York Giants (casa)
Semana 8: Dallas Cowboys (casa)
Semana 9: bye week
Semana 10: New York Giants (fora)
Semana 11: Cleveland Browns (fora)
Semana 12: Seattle Seahawks (casa)
Semana 13: Green Bay Packers (fora)
Semana 14: New Orleans Saints (casa)
Semana 15: Arizona Cardinals (fora)
Semana 16: Dallas Cowboys (fora)
Semana 17: Washington Football Team (casa)
POWER RANKING THE PLAYOFFS 2020
Philadelphia Eagles: posição #14
Melhor nota: 8,5/ Pior nota: 7
>> A posição de cada time no Power Ranking do The Playoffs foi definida por um comitê do site que conta com Fabio Garcia, Fernando Ferreira, Gabriel Mandel, José Ferraz e Luis Felipe Saccini. Os cinco deram notas para as equipes levando em conta a força dos elencos em geral e a perspectiva delas neste momento. A partir da média, listamos as franquias neste ranking de 1 a 32. Semanalmente, a lista será atualizada de acordo com o desempenho dos times em campo durante a temporada regular.