PRÉVIA: Kansas City Chiefs x San Francisco 49ers – Super Bowl LVIII
Para encerrar a temporada com chave de ouro, Chiefs e 49ers se enfrentam numa revanche do Super Bowl LIV
O principal jogo da NFL está chegando. Neste domingo (11), Kansas City Chiefs e San Francisco 49ers se enfrentam no Super Bowl LVIII em Las Vegas. A partida será uma revanche do SB LIV, no qual os Chiefs venceram os 49ers por 31 a 20, num confronto disputado até o final.
Ambas as equipes estão acostumadas com grandes decisões nos últimos anos. Kansas City chegou a seis finais de conferência seguidas, com três participações e dois títulos de Super Bowl. San Francisco por sua vez, chegou nas últimas três finais da NFC, e retorna ao grande jogo pela primeira vez desde 2019.
Os Chiefs, atuais campeões, tiveram uma temporada regular mais difícil do que se esperava. O ataque liderado por Patrick Mahomes e Travis Kelce não teve tanto sucesso. Apesar disso, a defesa de KC elevou seu nível para uma das melhores da liga. Chris Jones segue sendo um dos melhores defensive tackles da NFL, e a secundária conta com excelentes defensive backs.
Pelo contrário, os Niners foram dominantes na NFC. Brock Purdy continuou evoluindo como quarterback, até mesmo sendo considerado um candidato a MVP. O elenco, recheado de estrelas no ataque e na defesa, conquistou a primeira colocação na conferência com folga.
No final, os 49ers entraram nos playoffs com campanha de 12-5, vencendo a NFC West. Os Chiefs, com campanha de 11-6, venceram a AFC West, mas ficaram com a terceira colocação na Conferência Americana.
(Foto: Reprodução X / Around The NFL)
COMO CHEGAM
Mahomes e Kelce, com temporadas abaixo das expectativas, mostraram porque são dois dos melhores em suas posições nos playoffs. Em três partidas, o quarterback soma 718 jardas com aproveitamento de 68%, quatro touchdowns e nenhuma interceptação.
Nesses jogos, o camisa 87 acumula 23 recepções para 262 jardas e três touchdowns. O tight end é o segundo recebedor com mais jardas na história da pós-temporada com 1.810, atrás de Jerry Rice com 2.245. Vale destacar que Kelce se tornou o jogador com mais recepções nos playoffs, com 156, ultrapassando Rice com 151.
A primeira boa atuação do ataque foi contra o Miami Dolphins no Wild Card. Além dos 26 pontos do ataque, a defesa foi dominante contra Tua Tagovailoa e Tyreek Hill, limitados a apenas sete pontos.
O primeiro grande teste viria na rodada divisional, contra o Buffalo Bills. Pela primeira vez na era Mahomes, os Chiefs jogaram fora de casa nos playoffs. A defesa, pela primeira vez, se mostrou vulnerável, principalmente contra o ataque terrestre.
Josh Allen e James Cook combinaram para 133 jardas e dois touchdowns terrestres. Allen também contribuiu com um touchdown aéreo e nenhuma interceptação. Para vencer, Kansas City teve que responder com seu ataque.
Mahomes fez uma partida muito eficiente, completando 73% de seus passes para 215 jardas, dois touchdowns, recebidos por Kelce, e nenhuma interceptação. O jogo corrido também foi muito importante, somando 146 jardas e um TD.
O jogo muito disputado foi decidido no último quarto. Após os Chiefs tomarem a liderança por três pontos, Tyler Bass errou o field goal do empate no final, sacramentando a vitória dos visitantes.
Na final de conferência, KC visitou o Baltimore Ravens, com melhor campanha da liga. O ataque começou muito bem, marcando 17 pontos no primeiro tempo e abrindo vantagem. Apesar disso, foi a vez da defesa garantir a vitória no segundo tempo.
Baltimore se ajustou muito bem ao ataque dos Chiefs, e não cedeu nenhuma pontuação a partir do terceiro quarto. Com isso, a unidade defensiva dos Chiefs precisou segurar Lamar Jackson a apenas dez pontos no jogo.
Kansas City conseguiu esse feito principalmente forçando turnovers cruciais. O mais importante deles, foi o fumble de Zay Flowers na linha de goal. No início do último período, com o placar de 17 a 7, L’Jarius Sneed tirou a bola de Flowers, que acabou se perdendo na end zone para o touchback.
No final, os visitantes seguraram o placar de 17 a 10, e conquistaram seu lugar na grande decisão mais uma vez.
Ainda que tivessem a melhor campanha e mando de campo, a trajetória dos Niners nos playoffs também foi muito difícil. O primeiro desafio veio contra o Green Bay Packers do jovem Jordan Love.
O primeiro tempo foi muito defensivo, com os 49ers tendo a pequena vantagem de 7 a 6. O surpreendente desempenho de Green Bay continuou no terceiro quarto. Love passou para dois touchdowns, dando a liderança para seu time. Christian McCafrey respondeu com uma corrida de 39 jardas para o TD.
Chegando no quarto período, San Francisco perdia por sete pontos. Antes da partida, Kyle Shanahan tinha campanha de 2-41 quando perdendo por sete pontos ou mais no último quarto.
Ainda assim, os favoritos conseguiram virar o jogo. No fim do jogo, perdendo por quatro pontos, Purdy liderou a campanha decisiva. McCafrey achou a end zone mais uma vez, com pouco mais de um minuto. Na sequência, a defesa de San Fran conseguiu a interceptação que acabou com as esperanças dos Packers.
Seguindo a vitória apertada por 24 a 21, o próximo passo foi ainda mais complicado. Recebendo o Detroit Lions para a final da NFC, San Francisco mais uma vez mostrou sua resiliência.
Atrás de sua forte linha ofensiva, os Lions controlaram as trincheiras com seu jogo corrido. David Montgomery e Jahmyr Gibbs combinaram para 138 jardas e dois touchdowns, contribuindo para um primeiro tempo dominante. As equipes foram para o vestiário com o placar de 24 a 7 para Detroit.
A virada começou no terceiro quarto. Depois de pararem os Lions em uma quarta descida, o ataque dos Niners entrou totalmente no jogo. Após uma recepção milagrosa de Brendon Aiyuk, o próprio recebedor marcou o TD.
A defesa de San Francisco também passou a ter sucesso, forçando um fumble na próxima posse de Detroit. Com isso, foram 27 pontos dos Niners sem resposta, permitindo que tomassem o controle da partida.
Os visitantes até marcaram mais um touchdown no fim, mas falharam no onside kick, encerrando o jogo em 34 a 31. A virada de 17 pontos é a maior da história das finais da NFC. Os próprios 49ers já haviam conseguido tal feito em 2012 contra o Atlanta Falcons, que também liderou pela mesma margem.
Detroit e Green Bay acabaram cometendo erros cruciais em ambos os jogos. Mesmo assim, tais vitórias demonstraram que essa versão dos Niners sabe lidar com adversidade. A equipe antes conhecida como frontrunners, que não sabem jogar atrás no placar, provou ter muita resiliência, uma característica importantíssima para o Super Bowl.
O JOGO
Este grande confronto tem tudo para ser muito disputado. No ataque, os Chiefs possuem grande vantagem na posição de quarterback. No entanto, o camisa 15 terá que lidar contra mais uma forte defesa com um corpo de recebedores não muito profundo.
Isiah Pacheco será fundamental para trazer equilíbrio ao ataque. O running back lidera todos os corredores na pós-temporada com 254 jardas. Um bom ataque terrestre é sempre uma boa opção contra um pass rush forte como de San Fran.
Por outro lado, Purdy possui grandes opções em todos os setores. Deebo Samuel, Brandon Ayuk e George Kittle também se destacam em jardas após recepção. Ainda assim, a secundária de Kansas City tem lidado bem contra ótimos recebedores como Jaylen Waddle e Tyreek Hill.
Com isso, assim como Pacheco, Christian McCafrey pode ser a chave para a vitória dos 49ers. Seu time pode ter sucesso acionando bastante o jogo terrestre, assim como Buffalo. Além de CMC, Samuel também pode contribuir no backfield.
Diferente da defesa de KC, que tem mantido o alto nível na pós-temporada, a defesa de SF tem tido mais dificuldades. Detroit e Green Bay dominaram as trincheiras no jogo terrestre, Jordan Love e Jared Goff também tiveram boas atuações na maior parte.
É difícil imaginar que Mahomes e Andy Reid não repliquem boa parte desses planos de jogo. Outro fator a ser considerado é de que os Niners não podem se dar ao luxo de sair perdendo como o fizeram nesses playoffs. Contra os Ravens, os Chiefs mostraram que podem segurar o resultado quando necessário.
Contra qualquer grande QB, é sempre fundamental pressioná-lo. Por isso, Nick Bosa e Chase Young precisam se destacar contra a ótima linha ofensiva dos Chiefs. Se fizerem sua parte, a secundária pode focar na marcação de Kelce sem tanto prejuízo dos outros recebedores. Este duelo será muito interessante, já que a OL de KC se saiu bem contra os Ravens, que lideraram a NFL em sacks durante o ano.
No caso de Purdy, o camisa 13 tem o hábito de segurar bastante a bola. Nessas ocasiões, além de um possível sack, o QB tem mais chances de cometer erros, assim como no duelo contra os Packers.
Uma alternativa que foi instrumental para a virada na Final da NFC foram as corridas improvisadas de Purdy. Ao estender as jogadas, o jogador conseguiu primeiras descidas importantes com as pernas, o que pode ser uma arma importante contra a excelente secundária adversária.
QUEM PODE DECIDIR
Rashee Rice (Chiefs): Em um grupo de recebedores de pouco destaque, Rice ganhou a confiança de seu quarterback. O calouro evoluiu bastante durante a temporada, terminando com 78 recepções para 938 jardas e sete touchdowns. No SB, ele será fundamental como a segunda opção do ataque aéreo ao lado de Travis Kelce.
L’Jarius Sneed e Trent McDuffie (Chiefs): Seria injusto mencionar um separado do outro. Juntos, ambos formam talvez a melhor dupla de cornerbacks da NFL. Os dois serão os principais responsáveis contra Samuel e Aiyuk, e foram fundamentais na pós-temporada. A dupla fez boas partidas contra Tyreek Hill, Stefon Diggs e forçou o turnover contra Zay Flowers.
George Kittle (49ers): Aiyuk e Samuel terão uma missão muito difícil contra a secundária de Kansas City. Com isso, é muito importante que Kittle ache espaços no meio do campo, atacando a cobertura dos linebackers. Além disso, o tight end é muito bom bloqueando para o jogo terrestre, a principal arma do ataque.
Dre Greenlaw (49ers): Muitas vezes ofuscado por seu companheiro Fred Warner, Greenlaw é uma peça fundamental dessa defesa. Responsável por duas interceptações nessa pós-temporada, o linebacker será muito acionado contra Kelce. Além de cuidar do meio do campo, o camisa 57 terá que lidar contra as corridas de Pacheco.
PALPITE: Chiefs
Apesar de terem vantagem em vários setores do elenco, os Niners tem tido muitas dificuldades contra equipes inferiores da NFC. Seguindo esse padrão, imagina-se que os Chiefs não cometerão os mesmos erros dos Packers e dos Lions.
Além disso, Kansas City tem uma enorme vantagem em talento e experiência na posição de quarterback. No entanto, San Francisco tem as peças necessárias para causar problemas ao seu adversário.
Será fundamental que os Niners não abandonem o jogo corrido, assim como Baltimore fez. Reproduzindo o plano dos Bills, os 49ers podem controlar as trincheiras e a posse de bola, dificultando as coisas para KC.
SOBRE O JOGO
Dia: 11/02/2024
Horário: 20:30
Local: Allegiant Stadium, Las Vegas, Nevada
Transmissão no Brasil: ESPN 2, Star+ e RedeTV!