Noiva de Aaron Hernandez processa NFL e Patriots após diagnóstico cerebral
Processo leva em conta grau avançado de doença degenerativa, que pode ter influenciado o comportamento do ex-jogador
A família de Aaron Hernandez, antigo tight end do New England Patriots e que morreu neste ano, está movendo um processo contra a franquia e a NFL baseado na constatação do avançado estágio de doença degenerativa no cérebro do ex-jogador, em diagnóstico feito por pesquisadores da Universidade de Boston. A ação foi movida pela viúva do jogador, Shayanna Jenkins-Hernandez, em nome da filha do casal, Avielle Hernandez.
O diagnóstico do cérebro de Hernandez apontou uma encefalopatia traumática crônica (ETC, ou CTE em inglês), doença associada às pancadas na cabeça às quais jogadores de futebol americano estão sujeitos. Os sinais da doença só podem ser verificados após a morte, o que motivou pesquisa da universidade com 202 cérebros de jogadores de todos os níveis. Entre os 111 pertencentes a ex-jogadores da NFL, apenas um não mostrou sintomas da doença.
O caso de Hernandez, entretanto, parece fora da curva. A pesquisa mostrou ETC de grau 3 no cérebro do jogador, um estágio da doença associado a ex-jogadores mortos com uma média de 67 anos de idade. O advogado da família, Jose Baez, disse que, segundo os pesquisadores, o caso de Aaron foi “o mais severo já encontrado em alguém daquela idade”.
Com 27 anos de idade, Aaron Hernandez foi encontrado morto em abril deste ano, em sua cela na prisão de Lancaster, onde cumpria pena perpétua desde 2013 pelo assassinato do jogador de futebol americano amador Odin Lloyd. A perícia do caso concluiu que Hernandez cometeu suicídio. Em maio, a família cedeu o cérebro do ex-jogador para que a Universidade de Boston pudesse avaliá-lo.
O processo movido pela viúva de Hernandez alega negligência por parte da NFL e dos Patriots com os danos causados pelo futebol americano ao jogador. Em determinado momento, o documento cita que “depressão, agressividade incontrolável e impulsos suicidas são sintomas de estágios avançados da ETC”, considerando que Aaron sucumbiu à doença ao cometer suicídio.
A família pede US$ 20 milhões em danos, alegando que a conduta da liga e da franquia em relação às lesões de Aaron Hernandez impediram sua filha, Avielle, de conviver com o “amor, afeto e companhia de seu pai enquanto ele estava vivo”.
Foto: Reprodução NFL/Site Oficial