No segundo dia do Combine, Josh Allen se mostra melhor preparado entre os QBs
No dia dos QBs, Allen mostrou estar à frente de Lamar Jackson e Josh Rosen. Griffin surpreende novamente
No segundo dia de apresentação de habilidades, a NFL teve novas surpresas. Após a magnífica performance de Saquon Barkley no dia 1 do Combine, neste sábado (3), em Indianápolis, foi a vez de vermos quarterbacks, wide receivers e tight ends mostrarem seu melhor para galgar espaço nos quadros de recrutamento de cada franquia. O grande destaque entre os passadores ficou por conta de Josh Allen. Além de agradar em medidas corporais e porte atlético, o ex-QB de Wyoming mostrou que tem muita precisão nos passes – lançando, inclusive, uma bola de quase 70 jardas.
Allen conseguiu marcas impressionantes neste sábado. Além de surpreender os scouts como o melhor passador em campo, demonstrou bastante domínio em rotas longas. Contudo, o QB não se restringiu apenas a isto, lançou passes curtos e médios com a mesma qualidade, demonstrando aptidão para lançar a bola com acurácia quando as rotas são próximas à sideline, como nos famosos back shoulder throws. Por outro lado, as decepções na posição foram evidentes: Lamar Jackson e Josh Rosen.
Jackson, ex-Louisville, chegou determinado a demonstrar que não seria um WR na NFL, mas sim, um QB capaz de liderar uma franquia a títulos. Assim, optou por não realizar exercícios de atleticismo, uma vez que ninguém duvida de sua capacidade atlética. Jackson definiu que o foco ideal para seu Combine seriam os lançamentos. Entretanto, o jogador demonstrou pouca precisão, errando lançamentos que, certamente, o farão descer entre os QBs avaliados para o Draft. O jogador, que chegou a declarar que é “absolutamente desrespeitoso” quando as pessoas duvidam dele, acabou o dia entre os piores e terá de contar com seu porte atlético, ignorado hoje, para ter um bom Draft.
Rosen errou muitas vezes o alvo em lançamentos de média distância, decepcionando os scouts que o consideravam como o passador mais preparado para entrar na liga. A seu favor, por outro lado, estão sua mecânica e trabalho de pés, melhor que a média dos jogadores da posição. Mas a pergunta que ficou presente em Indianápolis foi: quem é Rosen? Há muita diferença entre o jogador que lançou hoje e os vídeos de seus jogos.
Entre os outros QBs, Sam Darnold, ex-USC, não realizou lançamentos e mostrou habilidades atléticas normais. O atual vencedor do Heisman, Baker Mayfield, ex-Oklahoma, teve bom desempenho nos passes e segue demonstrando qualidade. Mason Rudolph, por fim, ex-Oklahoma State, tem encantado pela capacidade de entendimento sobre o jogo, além de precisão na hora de conectar passes.
Entre os recebedores, o destaque ficou para D.J. Chark, ex-LSU, mesma universidade de Odell Beckham Jr. e Jarvis Landry. Além de ter apresentado bom rendimento na semana do Senior Bowl, Chark conseguiu aliar bons desempenhos físicos e técnicos. Calvin Ridley, ex-Alabama, segue considerado por muitos como o melhor WR deste ano. Há expectativas de que ele siga o caminho de outros ex-Alabama, como Julio Jones e Amari Cooper, se tornando uma bola de segurança na franquia que o draftar. Por fim, Christin Kirk merece destaque, por ter demonstrado boa capacidade em correr rotas, agarrar a bola, indo além de boas marcas atléticas.
Entre os tight ends, classe considerada fraca este ano, destaca-se o produto de South Carolina Hayden Hurst. Com a proliferação do passe no College, não é comum encontrar um jogador como Hurst, que consegue bloquear e receber bolas com a mesma categoria. Mark Andrews, ex-Oklahoma, espantou a todos quando correu 40 jardas em apenas 4,67 segundos, afinal, não é todo dia que alguém com mais de 115kg faz isto. Conseguindo executar algumas rotas e recebendo passes, Andrews pode ter garantido um bom Draft neste dia 2.
DESTAQUE
Grandes habilidades, tanto atléticas como técnicas, foram demonstradas no dia 2 do NFL Combine 2018. Contudo, nada é mais impressionante que a determinação – e força – do linebacker Shaquem Griffin. Mesmo utilizando uma prótese para conseguir realizar movimento do supino, o produto de de UCF segue demonstrando que não há obstáculos para se atingir o que se deseja. Se alguma franquia realmente draftar um jogador que não tem uma das mãos, terá, pelo menos, um jogador com dois corações.
(Foto: Reprodução Twitter/NFL)