A NFL e a NFLPA estão próximas de selar o novo acordo trabalhista da liga. Nesta quarta-feira (26), a associação de jogadores anunciou que realizará uma votação entre os atletas para aprovar o CBA – sendo necessária apenas maioria simples.

O novo capítulo das conversas a respeito do CBA foi marcado por longas negociações. Inicialmente, o comitê executivo da NFLPA rejeitou o acordo em duas votações. Entretanto, a decisão final coube aos 32 jogadores representantes das franquias. Após uma nova reunião com representantes da liga, realizada nesta terça-feira (25), os integrantes da NFLPA aprovaram o CBA por 17 votos a 14, com uma abstenção. A decisão foi anunciada oficialmente via Twitter na madrugada desta quarta-feira. De acordo com a jornalista da ESPN Brooke Pryor, o quarterback do Green Bay Packers Aaron Rodgers assumiu a figura de liderança entre os jogadores ao longo do processo. A data para a votação ainda não foi definida.

O acordo foi aprovado pelos proprietários das 32 franquias na quinta-feira (20), embora não de forma unânime. Os donos das equipes buscam acelerar o processo para iniciar as negociações de direitos de transmissão. Entretanto, a NFLPA opta por avaliar os termos com cautela. Presidente da associação, o ex-jogador Eric Winston afirmou em declaração a jornalistas que não há pressa entre os atletas para aceitar o novo CBA.

“Eu já disse repetidas vezes que haverá fumaça branca apenas quando houver a fumaça branca. Apressar a decisão é a última coisa que faremos. Colocaremos todos os pingos nos ‘is’, cruzaremos todos os ‘tês’. Quando tiver que acontecer, então acontecerá”.

Dentre as mudanças propostas pelo novo acordo, as principais são o aumento da temporada regular para 17 jogos, e a expansão dos playoffs para 14 times. Como resultado, a pré-temporada será reduzida de quatro para três partidas. Também haverá uma ampliação dos elencos dos times, que passarão de 53 para 55 atletas, com a escalação permitindo 48 jogadores ativos para uma partida ao invés dos atuais 46. Os practice squads passariam a contar com 12 jogadores, eventualmente sendo expandidos para 14 atletas. Os times terão o mando de campo adicional em anos alternados. A proposta de uma bye week adicional não foi aceita.

A offseason é outro alvo de alterações para compensar o desgaste adicional. Atividades com equipamento completo no training camp serão reduzidas de 28 para 16 sessões. Haverá mais dias de descanso durante os treinamentos de pré-temporada, passando de cinco para oito. Os jogadores também contarão com uma aclimatação de cinco dias antes do início do training camp. A NFL aceitou outra exigência feita pelos atletas e aplicará punições menos severas em caso de uso de maconha.

No lado financeiro, os jogadores contarão com um aumento da participação nos lucros, que será de 48%. A porcentagem poderá ser renegociada após o aumento nos acordos de transmissão. Os proprietários também aceitaram eliminar o teto de US$ 250 mil para o pagamento adicional pelo 17º jogo, permitindo que os jogadores negociem um valor maior.

A NFL e a NFLPA pretendem selar o novo acordo trabalhista antes do dia 18 de março, data que marca o início do ano de 2020 para a liga. O atual CBA é válido até março de 2021.

(Foto: Reprodução Twitter/Around the NFL)