A NFL afirmou nesta segunda-feira (24) que irá analisar as alegações de que o ex-offensive tackle e treinador de linha ofensiva da liga Eugene Chung, de origem sul-coreana, foi informado durante uma entrevista de emprego recente de que ele “não era a minoria certa” em determinada franquia.

Os comentários foram revelados por Chung na semana passada, mas ele não divulgou publicamente quem e qual time disse isso para ele. Contudo, segundo comunicado da NFL, tudo será revisado e investigado para que não aconteça mais.

“Vamos revisar o assunto”, disse o porta-voz da NFL, Brian McCarthy, em um comunicado. A decisão da liga ocorreu após um telefonema da Fritz Pollard Alliance, um grupo independente que promove a diversidade na liga, para houvesse uma investigação direta sobre o assunto.

“Esse comentário é completamente inapropriado e contrário aos valores da NFL e às políticas em um local de trabalho. A liga e suas organizações estão empenhados em fornecer oportunidades iguais de emprego para todos os funcionários de uma maneira que seja consistente com nosso compromisso com a diversidade, igualdade e inclusão”.

Em comunicado oficial , a Alliance também escreveu que “[…] se os comentários a respeito de seu status como coreano-americano forem verdadeiros, é mais uma prova de que as práticas reais de contratação da NFL ainda estão crivadas de discriminação”.

Eugene Chung, de 51 anos, jogou cinco temporadas como OT na liga profissional, aparecendo em 55 jogos na carreira por New England Patriots, Jacksonville Jaguars e Indianapolis Colts. Após se aposentar, ele atuou como treinador assistente de OLs do Philadelphia Eagles e do Kansas City Chiefs, embora não tenha ocupado mais nenhuma posição de coach desde que foi dispensado pelos Eagles após a temporada de 2019.

Os comentários foram feitos para Chung durante um período da offseason em que a NFL intensificou os esforços para diversificar seus cargos para treinadores e executivos, oferecendo pela primeira vez escolhas do Draft como recompensa para as equipes que desenvolvessem um candidato que faz parte de minorias que pudesse ser contratado como head coach ou general manager.

“Eu estava tipo,: ‘Espere um minuto. A última vez que eu verifiquei, quando me olhei no espelho e escovei os dentes, eu era uma minoria'”, segundo Eugene Chung, logo depois que ele pediu ao entrevistador para explicar o que ele quis dizer com “você não era a minoria certa que procuramos”.

Quando Chung escutou que ele “não é realmente uma minoria”, ele não quis acreditar.

“Eu perguntei sobre isso, e assim que o retrocesso começou. Eu disse: ‘Oh não, não, não, não, não… você disse isso. Agora que está aí, vamos conversar sobre isso. Foi absolutamente alucinante para mim que, em 2021, algo assim fosse na verdade uma narrativa”.

Entretanto, o treinador não apontou o dedo para a NFL pelo incidente ou pelo tratamento recebido nesta entrevista.

“Não estou sentado aqui para criticar a liga, porque nela existem grandes mentores e excelentes treinadores que abraçam a diferença”, comentou  Chung. “É só que quando os asiáticos não se encaixam na narrativa, é aí que meu estômago se revira um pouco”.

Atualmente, há cinco HCs e cinco GMs na NFL que estão em grupos minoritários. A vontade da liga é que exista cada vez mais diversidade em todos estes casos.

(Foto: Reprodução Twitter/Around The NFL)