NFL quer começar a estudar efeitos anestésicos da maconha para os jogadores
Em conjunto com associação dos atletas, entidade começará a testar o uso da cannabis para gerenciamento de dores
Com o objetivo de potencializar o restabelecimento físico dos jogadores e contribuir para seu processo de recuperação de lesões, a NFL pode estar próxima de quebrar mais um tabu. A entidade teria enviado para a Associação de Jogadores da NFL um convite para ambas trabalharem juntas em estudo sobre a maconha, e sua possibilidade de servir como ferramenta para gerenciamento de dores dos atletas. A informação é do Washington Post.
O uso da maconha por parte dos jogadores, atualmente, é proibido pela liga, e é comum vermos casos de punição por esse motivo. A associação dos atletas (chamada de NFLPA, uma espécie de sindicato) hoje conduz um estudo independente sobre as propriedades da ‘cannabis’ em tratamentos para a dor (principalmente agudas e crônicas), e ainda não respondeu se aceita trabalhar cooperativamente com a NFL.
“Estamos ansiosos para trabalhar com a Associação dos Jogadores em todas as questões envolvendo a saúde e a segurança dos nossos jogadores”, declarou o vice-presidente executivo de comunicações da NFL, Joe Lockhart. A NFLPA já havia dito em outras ocasiões que, para além da pesquisa sobre tratamento da dor, tem viabilizado outras formas de uso recreativo da planta por parte dos jogadores.
Segundo o diretor executivo da Associação, DeMaurice Smith, a associação preparava uma proposta à NFL para a mesma ter uma abordagem menos punitiva quando o assunto fosse o uso de maconha por parte dos jogadores de futebol americano. “Acho que a forma de abordagem mais apropriada diz mais respeito ao tratamento do que à punição. Também é importante analisar se existem problemas de dependência. E acho importante não assumir simplesmente que o uso recreativo é o único motivo [pelo qual se usa a erva]”, afirmou.
A entidade que comanda o futebol americano profissional já havia tornado mais maleável os testes sobre o uso de maconha – que poderiam acarretar punição. Até 2014, a detecção de 14 nanogramas (que significa um bilionésimo de grama) de THC (tetrahidrocannabinol, substância presente na planta) por mililitro de sangue ou urina era considerado como positivo para o teste. Depois de acordo com a NFLPA, o limite subiu para 35 nanogramas.
“Tivemos várias conversas sobre esse assunto e, há vários anos, temos feito uma abordagem menos punitiva para a maconha. Esse é um dos temas no processo de negociação coletiva, que gostaríamos de começar em breve e não tardiamente”, sinalizou o comissário da NFL, Roger Goodell. A próxima ‘negociação coletiva’ apontada pelo dirigente está programada para acontecer em 2020 e pode já envolver o tema.
Muitos estudos hoje, e em todo mundo, indicam um uso cada vez maior da maconha de forma medicinal. Muitos jogadores e ex-jogadores da NFL já deram depoimentos dizendo que os efeitos da planta já aliviaram uma série de problemas físicas decorrentes do esporte, principalmente concussões. Atualmente, a maconha é permitida nos EUA apenas nos estados da Califórnia, Massachussets, Nevada, Maine, Colorado, Oregon, Alasca, Washington e no distrito de Columbia. Já nos estados da Flórida, Arkansas, Montana e Dakota do Norte, a erva só pode ser usada com fins medicinais.
Crédito da Foto: Montagem.