O Miami Dolphins foi comunicado nesta terça-feira (2) pela NFL que perderá a escolha de primeira rodada do Draft de 2023. A punição foi aplicada por uma violação de diversas regras da NFL, uma das quais sendo a de não aliciamento.

Após uma investigação que durou seis meses, a liga concluiu que o Miami Dolphins, por meio do proprietário Stephen Ross e do vice-presidente Bruce Beal, violou as regras de não aliciamento da NFL em três ocasiões entre 2019 e 2022. Ross e Beal tiveram conversas diretas com Tom Brady e também com o empresário do então head coach do New Orleans Saints Sean Payton.

Como parte da punição, os Dolphins perderão também uma seleção de terceira rodada no Draft de 2024, além da já citada escolha de primeira rodada em 2023. Já Ross foi multado em US$ 1,5 milhão e suspenso até 17 de outubro. Dessa forma, o proprietário da franquia não poderá comparecer às instalações do time e nem representar os Dolphins em eventos. Ross também está suspenso de todas as reuniões entre proprietários até o próximo encontro anual, marcado para o fim de março de 2023.

Beal, por sua vez, foi multado em US$ 500 mil e proibido de comparecer às reuniões da NFL até o fim de 2022. O vice-presidente entrou em contato com Brady em 2019, quando o quarterback ainda estava sob contrato com o New England Patriots. Ross estava ciente da conversa.

Depois, já em 2021, tanto Ross quanto Beal voltaram a entrar em contato com Brady, agora já sob contrato com o Tampa Bay Buccaneers. Além de tentar discutir a possibilidade de o quarterback jogar pelos Dolphins, a dupla ainda convidou Brady para se juntar à franquia como executivo.

Em janeiro deste ano, os Dolphins entraram em contato com Don Yee, empresário de Brady e Sean Payton. O objetivo era convencer o então head coach a assumir o cargo em Miami. Como Payton ainda não havia se aposentado e seguia sob contrato com os Saints, cabia aos Dolphins requisitar permissão à franquia de New Orleans – o que não ocorreu.

Por meio de um comunicado oficial, o comissário da NFL, Roger Goodell, comentou a respeito da punição e definiu as ações dos Dolphins como “sem precedentes”.

“Os investigadores encontraram violações por aliciamento com extensão e gravidade sem precedentes. Não me recordo de nenhuma ocasião anterior na qual um time violou a proibição de aliciamento com um head coach e um jogador famoso, potencialmente prejudicando diversos outros times, ao longo de um período de anos. Da mesma forma, desconheço uma situação anterior na qual os proprietários da franquia estiveram diretamente envolvidos na violação”.

A acusação de aliciamento já havia sido feita anteriormente pelo ex-head coach Brian Flores, que citou o episódio no processo de discriminação racial contra a liga. A NFL investigou outras acusações feitas por Flores, incluindo a de que os proprietários teriam oferecido incentivos para perder jogos na temporada de 2019, mas não encontrou evidências que comprovassem a alegação feita pelo técnico.

Em comunicado, Ross voltou a negar as acusações feitas por Flores e discordou da punição da NFL.

“A investigação independente inocentou nossa organização das acusações de tanking e de todas as outras alegações feitas por Brian Flores. Como tenho dito sempre, essas alegações eram falsas, maliciosas e difamatórias, e essa questão está resolvida. Em relação às acusações de aliciamento, eu discordo completamente das conclusões e da punição. No entanto, aceitarei o resultado porque o mais importante é que não haja distrações para nosso time quando começarmos outra temporada empolgante e vitoriosa. Não permitirei que nada atrapalhe isso”.

Mesmo após a punição, o Miami Dolphins ainda terá uma seleção de primeira rodada em 2023. O time adquiriu a escolha do San Francisco 49ers como parte da troca pela terceira seleção geral do Draft de 2021.

(Foto: Reprodução Twitter/Hard Rock Stadium)