Malcolm Jenkins: NFL precisa resolver caso de Colin Kaepernick
Safety diz que a liga só irá se retratar de forma correta se pedir desculpas a Kaepernick ou ele voltar a jogar na liga
O debate sobre o racismo nos EUA segue forte e nos esportes não seria diferente, ainda mais no futebol americano. Figura protagonista sobre o tema na NFL, Colin Kaepernick está fora da liga desde 2016.
Agora, depois da morte de George Floyd, o nome do quarterback e um suposto conluio que supostamente o impediu de jogar novamente na liga voltam ao centro das atenções, algo que o safety Malcolm Jenkins procurou ressaltar após manifestações do comissário Roger Goodell sobre as injustiças raciais que a própria NFL não reconheceu antes, segundo disse o próprio comissário.
“Ainda acho que [a NFL] não acertou. Até que eles se desculpem, especificamente, a Colin Kaepernick, ou o contratem para uma equipe, não acho que eles acabem no lado certo da história”, disse o jogador do New Orleans Saints, que é co-fundador da Players Coalition, nesta terça-feira, em uma aparição na “CBS This Morning”.
“No final das contas, eles ouviram seus jogadores, doaram dinheiro, criaram uma plataforma Inspire Change; tentaram fazer as coisas até esse ponto. Mas há um jogador em particular que eles ignoraram e não reconheceram, e esse é Colin Kaepernick”, continuou Jenkins.
Goodell disse em vídeo na última sexta-feira (05) que a NFL sustenta que “condena o racismo e a opressão sistemática de pessoas negras” e fez uma auto-crítica de que a liga demorou a ouvir os jogadores e os incentivou a falar e protestar de forma pacífica. O comunicado veio em resposta a posicionamentos de diversos atletas, que cobravam providências mais práticas por parte do comissário, mas o nome de Kaep não foi citado no vídeo.
“Essa é a única coisa que as pessoas querem ouvir”, disse Jenkins sobre o silêncio da NFL em relação a Kaepernick. “Se não for para corrigir isso ou reconhecer isso (os erros da liga com ele), tudo mais não precisa ser dito”, concluiu.
Colin Kaepernick foi o primeiro jogador da NFL a ajoelhar-se durante o hino nacional em 2016, para chamar atenção da sociedade depois das mortes de Philando Castile e Alton Sterling, homens negros também assassinados por policiais naquela época. Depois de deixar o contrato com o San Francisco 49ers no começo de 2017, o quarterback nunca mais assinou com outra franquia da liga.
Crédito da Foto: Divulgação/San Francisco 49ers