Kaepernick é criticado por Trump por boicote a hino e pode ser punido
Candidato republicano ataca jogador e departamento de polícia de San Francisco pede à liga e à franquia que o denunciem
A represália ao quarterback Colin Kaepernick após seu protesto durante a execução do hino nacional norte-americano na última partida do San Francisco 49ers na pré-temporada tem sido forte.
Como forma de protestar contra o racismo e outros tipo de opressão nos EUA, o jogador optou por ficar sentado durante a execução do hino, o que gerou um mal-estar no país, e pode até causar uma punição ao atleta.
Chamado de “abertamente racista” por Kaep, o candidato republicano à presidência dos EUA Donald Trump criticou duramente o jogador por sua atitude. “Eu acompanhei isso e pessoalmente penso que isso não é uma coisa boa. Acho que é uma coisa terrível, e você sabe, talvez ele possa encontrar um país que funcionasse melhor para ele, deixem-no tentar, o que não vai acontecer”, declarou o empresário.
O quarterback dos 49ers, no entanto, já expôs suas convicções políticas sobre as eleições norte-americanas anteriormente. “Acredito que os dois candidatos à presidência representam atualmente também as questões que temos no país hoje. Você tem Hillary [Clinton, candidata pelo Partido Democrata], que é chamada de super-predadora de crianças e adolescentes negros. E tem Donald Trump, que é abertamente racista. Temos um candidato à presidência que deleta e-mails e faz coisas de forma ilegal e mesmo assim é um candidato a ser presidente. Isso não faz sentido para mim, porque se fosse qualquer outra pessoa, estaria na prisão. Então para o que este país está realmente se levantando”, declarou Kaepernick, no último domingo (28 de agosto).
Descontente com as atitudes do jogador de 28 anos, que disse que os policiais estadunidenses estão “recebendo licença remunerada para matar pessoas”, o departamento de polícia de San Francisco emitiu um comunicado pedindo um pedido de desculpas da NFL e dos 49ers, e solicitando que ambos denunciem e afastem o quarterback. Na nota, o corpo policial ainda pede que Kaep participe de um dos treinos dos oficiais. Martin Halloran, presidente da Associação dos profissionais, ainda disse que o atleta tem “uma incrível falta de conhecimento sobre a nossa profissão, e uma total falta de sensibilidade para com os policiais”.
Outro que criticou as atitudes de Kaepernick foi seu ex-treinador Jim Harbaugh, que atualmente dirige o futebol americano da Universidade de Michigan. “Eu reconheço seu direito de fazer isso. Mas não respeito sua motivação para ter essa ação”, disse Harbaugh. Pouco depois, o técnico voltou atrás, pediu desculpas pela sua primeira declaração e disse que apoia as motivações do jogador com quem trabalhou em San Francisco.
Entretanto, Colin Kaepernick não parece estar abalado ou intimidado com as consequência de seu protesto. Decidido, o jogador apontou a causa pela qual se manifesta como principal responsável por continuar o boicote. “Eu vou continuar a me sentar. Continuarei ao lado das pessoas que estão sendo oprimidas. Para mim, isso é algo que tem que mudar, e enquanto não houver mudança significativa e que essa bandeira represente quem ela supostamente deveria representar, e que o país represente quem ele deveria, eu ficarei”, afirmou o quarterback.
Crédito da Foto: Divulgação/San Francisco 49ers.