Green Bay Packers ultrapassa US$ 500 milhões em receita anual
Franquia da NFL atinge marca histórica e tem faturamento superior a meio bilhão de dólares pela primeira vez em sua história
As perdas financeiras durante a pandemia de COVID-19 para a maioria das equipes e ligas esportivas têm sido impressionantes e os donos das franquias das grandes ligas americanas têm destacado cada vez mais o quanto o coronavírus vai gerar impacto econômico negativo nos times. Contudo, nesta quarta-feira (22), o Green Bay Packers anunciou que registrou uma receita total de US$ 506,9 milhões em seu ano fiscal encerrado em 31 de março, marcando a primeira vez que a franquia ultrapassou meio bilhão de dólares em ganhos em um único período.
Os números mais recentes da organização também mostram um lucro operacional de US$ 70,3 milhões, o que representa um aumento de 9,6% em relação ao ano anterior – embora o relatório do ano passado compreendesse várias despesas pontuais em um total de US$ 56 milhões. Já as despesas totais para o ano fiscal de 2020 chegaram a US$ 436,6 milhões, pouco mais de US$ 40,6 milhões a menos que no ano anterior, enquanto o lucro líquido foi de US$ 34,9 milhões em comparação com US$ 8,4 milhões em 2019.
Os Packers são a franquia de menor mercado da NFL e são os únicos entre entre as principais equipes dos EUA que não possuem um único proprietário, mas sim de propriedade pública, já que um conselho de administração reponde aos 361.169 acionistas. E por isso o time de Green Bay é o único que relata suas finanças publicamente.
O aumento anual de US$ 29 milhões dos Packers na receita total se deveu em grande parte aos contratos nacionais de TV da NFL, que viram cada equipe receber US$ 21,7 milhões extras devido às cláusulas contratuais. A parte remanescente do aumento – US$ 7,3 milhões – foi atribuída a contratos locais de transmissão e patrocínio, além de um jogo de playoff em casa. No total, a receita nacional dos Packers cresceu de US$ 274,3 milhões para US$ 296 milhões, enquanto a receita local aumentou de US$ 203,7 milhões para US$ 210,9 milhões.
As finanças deste ano não refletem o impacto econômico da pandemia de coronavírus, que ainda estava engatinhando nos EUA quando o último ano fiscal terminou. O relatório do próximo ano deve mostrar um impacto significativo nas finanças das organizações, principalmente com a venda de ingressos, já que a capacidade dos estádios será fortemente reduzida, isso quando não tiver público algum.
Na conferência para anunciar os lucros da equipe, o presidente e CEO do Green Bay Packers, Mark Murphy, disse que os ganhos são suficientes por si só para cobrir as despesas com o time e os jogadores. “Se você disser que vamos jogamos uma temporada inteira sem fãs, mais ou menos, ainda teríamos dois terços de nossa receita. Ele também afirmou que os Packers estão planejando receber entre 10.000 e 12.000 torcedores no Lambeau Field na temporada 2020, caso os fãs sejam autorizados a entrar no estádio com capacidade para 78.000 pessoas.
Murphy acrescentou que o fundo de reservas corporativas dos Packers, que atualmente soma mais de US$ 400 milhões, deve “nos servir bem durante o próximo ano”, pois a equipe procura compensar as consequências financeiras da pandemia. Ele também observou como o novo acordo coletivo de dez anos da NFL (CBA) com o sindicato de jogadores (NFLPA) fornece um certo grau de segurança financeira para cada equipe. “Obviamente, nossa receita será impactada, mas não a vejo como catastrófica para a organização”.
“Acho que você sabe o quanto é importante mencionar que, pela primeira vez, conseguimos mais de US$ 500 milhões [de receita]. E, obviamente, a receita nacional de TV cresceu em um ritmo muito saudável. Eu acho que isso é um tributo à popularidade contínua da NFL e seus programas, fora que a maior parte está relacionada aos nossos acordos de transmissão que tiveram aumentos internos nesse período. E, ao olharmos para o futuro, nos sentimos muito, muito bem com aqueles que continuam a crescer nesse ritmo”, comentou.
O CEO ainda descreveu o período dos próximos 12 meses – até março de 2021 – como “um ano de recuperação”, observando o impacto do retorno da equipe aos playoffs após uma ausência de dois anos. “No ano anterior, tivemos despesas extraordinárias únicas que não tivemos este ano, e isso torna nosso cenário financeiro um pouco diferente agora. São incertezas que todas as empresas e organizações têm. No entanto, sentimos que a nossa organização está bem posicionada para enfrentar essa pandemia”.
Agora é esperado que o time do Green Bay Packers vá tão bem em campo na temporada deste ano da NFL quanto está indo fora dele com suas finanças.
(Foto: Reprodução Twitter/Green Bay Packers)