Gayle Benson diz que Saints não fizeram nada errado ao ajudar igreja de Nova Orleans
Proprietária da franquia comenta pela primeira vez acusações que envolvem os Saints e escândalo de abuso sexual na igreja
A proprietária do New Orleans Saints e dos Pelicans (NBA), Gayle Benson, divulgou uma longa declaração na noite de segunda-feira (10) para “esclarecer dúvidas sobre o relacionamento” com a Arquidiocese da Igreja Católica Romana de Nova Orleans, em meio ao escândalo de abusos sexuais da igreja.
Benson e os executivos da equipe foram acusados por advogados de demandantes processando a igreja por ajudar a moldar as respostas de relações públicas da Arquidiocese, enquanto divulgavam os nomes dos membros do clero que foram acusados de abuso. Está prevista uma audiência para o final deste mês para determinar se os e-mails entre os executivos dos Saints e a Arquidiocese serão tornados públicos, algo que a franquia da NFL tenta evitar.
Os Saints insistiram em declarações anteriores que apenas ofereceram opiniões sobre como trabalhar com a mídia e que o conselho do vice-presidente sênior de comunicações, Greg Bensel, era “direto, aberto e totalmente transparente”.
No entanto, Gayle disse que se sentiu obrigada a escrever sua própria declaração depois que a Associated Press solicitou uma entrevista com ela para uma matéria que foi publicada terça-feira (11).
“Decidi não ficar mais calada enquanto histórias são escritas sobre o nosso papel nesse assunto e falo isso com minhas próprias palavras”, disse Benson, uma católica devota que tem uma longa amizade com o arcebispo local Gregory Aymond.
“Este é um momento profundamente triste para a Igreja, mas ainda mais para as vítimas que vivem com a dor diária que lhes foi infligida. Estamos orgulhosos do papel que desempenhamos e, sim, em retrospectiva, ajudaríamos novamente a Arquidiocese em sua capacidade de publicar a lista com a esperança de dar esse passo para curar a comunidade. Além disso, já entregamos todas os e-mail para os advogados do tribunal e do demandante. O que me leva à minha conexão com a Igreja, o arcebispo e com esta declaração. Fico repugnada pelas ações do clero passado nesse escândalo de abuso. Oro pela cura das vítimas e espero que este momento terrível forneça um caminho para erradicar esse comportamento na Igreja. É por isso que queríamos ajudar. É hora de curar, o que foi o objetivo de nosso envolvimento”.
Benson continuou detalhando que ela e seu falecido marido, Tom Benson, “apoiaram a Igreja Católica e a Arquidiocese, tanto financeira quanto espiritualmente, por décadas, com orgulho”. Mas ela insistiu que nem ela nem o marido nem nenhuma de suas organizações “contribuíram e nem farão pagamentos à Igreja Católica para acordos” com as vítimas. “Sugerir que eu ofereceria dinheiro para a Igreja Católica pagar por qualquer coisa relacionada à questão do abuso sexual de clérigos me enoja”.
Os advogados que representam um autor conhecido como John Doe responderam à dona dos Saints com uma declaração: “Como dissemos anteriormente, é óbvio que Gayle Marie Benson não leu os e-mails em questão ou releu seus próprios e-mails. Se ela tivesse feito isso, ela nunca teria feito algumas das falsas alegações afirmadas em sua declaração hoje”, dizia a nota.
Na noite de segunda-feira, os Saints não haviam sido acusados em processos judiciais por oferecer dinheiro para ajudar a pagar pelos acordos.
A NFL não comentou o caso e nem disse se a franquia pode enfrentar algum tipo de punição por seu envolvimento.
(Foto: Jonathan Bachman/Getty Images)