Estratégias para seu draft de fantasy football: escolhendo no início (slots 1 ao 4)
Quer se preparar para o seu draft? Vem que a gente te mostra o que fazer a cada escolha, começando com quem for draftar nos slots iniciais
Como você já sabe – ou deveria saber –, principalmente depois de ter lido nosso guia completo, ligas de fantasy football da NFL não são ganhas no draft. Suas movimentações ao longo da temporada, que incluem decisões sobre quem escalar, adicionar via waivers e mirar em negociações de troca são tão ou mais importantes.
De qualquer maneira, é no draft que você forma a base fundamental do seu time. Um draft desleixado, sem um mínimo de estratégia, que resulte em um elenco desequilibrado, tanto em número de jogadores para cada posição quanto no valor que cada um têm na produção de pontos em comparação com a altura em que foram selecionados, pode fazer com que você perca sua liga antes mesmo que os jogos comecem.
É por isso que o The Playoffs traz sugestões do que fazer no seu draft de fantasy em 2021, em uma série de três artigos, esteja você escolhendo no início, meio ou final da primeira rodada: este texto traz a primeira hipótese, falando dos slots 1 ao 4, enquanto as outras serão contempladas nos textos que serão lançados nas próximas semanas.
Ressaltando que estamos tomando como base uma liga padrão, com as configurações mais comuns de um campeonato que fosse criado do zero, hoje, nas principais plataformas, ou seja, pontuação PPR, 12 times e elencos de 15 jogadores, com a escalação titular sendo composta por 1 QB, 2 RB, 2 WR, 1 TE, 1 FLEX (RB, WR ou TE), 1 DEF e 1 K (embora a grande maioria seja aplicável a ligas half PPR e com as implicações de número de participantes sendo mencionadas especificamente).
Vamos, então, para as estratégias de draft para quem estiver em algum dos quatro primeiros slots, detendo as escolhas 1, 2, 3 ou 4 da primeira rodada.
Considerando que, a partir do segundo round, sempre haverá duas escolhas muito próximas, agruparei os respectivos pares nas sugestões dali em diante.
Ao final do artigo, postaremos a imagem do board completo de um mock draft realizado a partir do slot 2 e seguindo as dicas dadas a partir de agora!
Foto: Reprodução site oficial/Tennessee Titans
Round 1: Drafte um RB elite
Considerando que ao menos 12 RBs serão selecionados nas 24 primeiras escolhas, não há como deixar passar a oportunidade de garantir um dos quatro ou cinco nomes com maior garantia de volume de toques, envolvimento em diversas fases do jogo e/ou capacidade de gerar números absurdos semana a semana. Os chamados bell cows ou workhorses, cada vez mais raros na NFL moderna.
As principais opções são Christian McCaffrey (CAR), Dalvin Cook (MIN), Alvin Kamara (NO) e Derrick Henry (TEN), com Saquon Barkley (NYG) correndo por fora.
Rounds 2 e 3: Drafte um RB jovem com chance de breakout rumo ao top 10 da posição + um TE top 3
Embora seja grande a tentação de escolher um WR top 5 com uma dessas escolhas – Justin Jefferson (MIN) estava disponível no nosso mock –, é importante se lembrar da regra da oferta e da demanda (ver mais abaixo).
Por isso, para a escolha de segundo round, as nossas sugestões de RB jovem, talentoso, líder claro de seu backfield e com potencial de explodir em 2021 contemplam apenas segundanistas ou calouros: Antonio Gibson (WAS), Najee Harris (PIT), D’Andre Swift (DET) e Clyde Edwards-Helaire (KC).
Além disso, pensando na sequência do draft, é de se ter em mente que, entre o fim da terceira rodada e o início da sexta, o valor geralmente disponível na posição de WR é muito maior (e certeiro em relação às suas projeções) do que nas outras.
Há dúvidas, de natureza variada, especialmente em relação aos RBs draftados por ali, grupo que se convencionou chamar de “RB dead zone” ou “zona morta de RBs”, formada pelos corredores usualmente ranqueados após o top 15 até, mais ou menos, o top 24: nomes como Mike Davis (ATL), Miles Sanders (PHI), Myles Gaskin (MIA) e James Robinson (JAX).
Quanto à posição de TE, a mais escassa de todas – após Travis Kelce (KC), Darren Waller (LV), George Kittle (SF), T.J. Hockenson (DET), Kyle Pitts (ATL) e Mark Andrews (BAL) há uma grandíssima queda –, ainda é possível encontrar valores excelentes – representados pelos dois que fecham o chamado “big 3” (Kelce costuma sair, com justiça, no primeiro round), caindo para o início do terceiro. Este que vos escreve tem predileção significativa por Waller, mas Kittle também é uma ótima opção.
(Foto: Reprodução Twitter/Kansas City Chiefs)
Rounds 4 e 5: Drafte dois WRs
Considerando que as posições de maior preocupação já foram endereçadas no que se refere aos principais titulares, é hora de aproveitar os ótimos valores entre recebedores que costumam aparecer nesta faixa do draft: wide receivers que, se não fazem parte do top 10 dos rankings pré-draft, certamente figurarão entre os dez principais de cada semana com alguma frequência.
Não se preocupe com QB ainda e deixe seus adversários gastarem escolhas valiosas em uma posição com profundidade de opções e que pode até mesmo ser objeto de streaming.
Nossas sugestões para seus dois principais WRs e que costumam estar à disposição a essa altura contemplam companheiros de equipe, um candidato a reencontrar o padrão de elite de duas temporadas atrás em último ano de contrato e um jovem em franca ascensão: Amari Cooper (DAL), CeeDee Lamb (DAL), Cooper Kupp (LAR), Robert Woods (LAR), Chris Godwin (TB) e Brandon Aiyuk (SF).
(Foto: Reprodução Twitter/Dallas Cowboys)
Rounds 6 e 7: Drafte mais dois WRs
Partindo do pressuposto que já não esteja mais disponível o grupo de principais quarterbacks, formado por Mahomes (KC), Murray (ARI), Allen (BUF), Jackson (BAL) e Prescott (DAL), quase todos capazes de produzir tanto com os braços quanto com as pernas e únicos nomes da posição que valeriam a pena a essa altura do draft, é hora de solidificar o grupo de recebedores, pois as duas vagas de RBs titulares foram muito bem preenchidas e, principalmente em uma liga PPR, WRs dão, em média, maior retorno como opção para ocupar a vaga de flex.
Portanto, sem medo de “desrespeitar” ADP (average draft position ou posição em que o jogador é draftado em média), já que, a partir deste momento do draft, acontecem as maiores variações na comparação entre rankings – tanto das próprias plataformas quanto de especialistas em geral – as sugestões deste que vos escreve são recebedores que serão os principais das respectivas equipes, com garantia de um bom volume de alvos, ou jovens com perspectiva de crescimento: Brandin Cooks (HOU), Corey Davis (NYJ), Jerry Jeudy (DEN), Chase Claypool (PIT), Courtland Sutton (DEN), Deebo Samuel (SF) e Curtis Samuel (WAS).
Rounds 8 e 9: Drafte seu terceiro RB + seu QB titular
Novamente pensando na escassez de cada posição/lei da oferta e demanda, é hora de deixar passar bons valores de WR para garantir um dos últimos RBs titulares das franquias em que atuam. O ideal é buscar nomes jovens, como os calouros Michael Carter (NYJ) e Trey Sermon (SF), a não ser que David Johnson (HOU) e seu esperado grande envolvimento no jogo aéreo em frequentes gamescripts desfavoráveis esteja disponível. Outra opção interessante é Damien Harris (NE).
Logo em seguida, costuma estar disponível o grupo de signal callers que fecha os chamados “QB1s” (entre o QB1 e o QB12). Com cardápio variado entre veteranos em bons ataques com possibilidade de superarem a marca de 40 TDs de passe e jovens que podem produzir também com as pernas, garantindo o chamado rushing floor, temos Tom Brady (TB), Matthew Stafford (LAR), Ryan Tannehill (TEN) e Jalen Hurts (PHI), com Joe Burrow (CIN) e Trevor Lawrence (JAX) correndo por fora.
(Foto: Reprodução Twitter/Around The NFL)
Rounds 10 e 11: Busque profundidade e potencial
Para solidificar seu banco de reservas com jogadores capazes de terem uma explosão de desempenho (e estatísticas) nesta temporada, busque WRs ou RBs jovens e/ou com situações favoráveis em função de saídas e chegadas de outros jogadores ou de treinadores nos respectivos times em que atuam na NFL.
Visando ao chamado upside, as nossas sugestões, considerando quem costuma estar disponível a essa altura, são os WRs Russell Gage (ATL), Elijah Moore (NYJ), Mike Williams (LAC) e Darnel Mooney (CHI) e os RBs A.J. Dillon (GB), Nyheim Hines (IND) e Gus Edwards (BAL).
Rounds 12 e 13: Busque profundidade e/ou potencial com um olho nos handcuffs
Considerando que, neste ponto, não mais estarão disponíveis Trey Lance (SF) e Justin Fields (CHI), os QBs calouros com “alegria nas pernas” e braços fortes, significando chance de arrebentar para o fantasy caso se tornem titulares, o foco deve seguir em skill position players, de preferência os de pouca idade e oportunidades para explodir. Porém, a esta altura, há, também, veteranos com papeis estabelecidos e boas situações na posição de WR.
Dentre WRs, os nomes que agradam, nesta área, são Brian Edwards (LV), Nico Collins (HOU), Jakobi Meyers (NE), Marvin Jones (JAX), Emmanuel Sanders (BUF) e, apesar de sua postura lamentável em relação à vacinação, Cole Beasley (BUF).
Há, também, ótimas opções de TEs com possibilidade de se solidificarem no top 10, levando em conta a volatilidade da posição dentre os classificados na segunda metade de tal ranking. Deixando registrado que teria, inclusive, preferência em escolher um desses nomes ao invés de um WR, são eles: Adam Trautman (NO), Gerald Everett (SEA), Jonnu Smith (NE) e Blake Jarwin (DAL).
Caso você tenha um RB com um reserva imediato que assumiria papel muito parecido ao do titular em caso de ausência deste – o chamado handcuff (“algema” em português) –, vale a pena buscá-lo, principalmente pensando em segurança na hipótese de lesão de um de seus principais jogadores. Mas, se você quiser ser mais ousado, visando ao teto de pontuação – e zicando os amiguinhos no processo –, pode buscar handcuffs de outros RBs que não sejam um dos seus principais.
Dentre os handcuffs “puros” usualmente à disposição a esta altura do draft, destacam-se Tony Pollard (DAL), Alexander Mattison (MIN), Chuba Hubbard (CAR) e Devontae Booker (NYG).
Rounds 14 e 15: Siga a mesma receita dos dois últimos rounds ou drafte uma DEF e um K
A esta altura, tudo depende da data em que estiver acontecendo o seu draft.
Como já vimos, se ele ocorrer às vésperas da abertura da temporada, que será em 9 de setembro, com o Thursday Night Football entre Buccaneers e Cowboys, busque uma defesa e um kicker com calendário favorável nas primeiras rodadas ou ao menos na semana 1.
Considerando que os principais nomes dessas posições provavelmente já terão saído do board, as sugestões ficam por conta das defesas de Patriots, Broncos, Bills e Falcons e dos kickers Tyler Bass (BUF), Matt Prater (ARI) e Dustin Hopkins (WAS).
Mas, se o seu draft acontecer com alguma antecedência em relação ao primeiro jogo da NFL, continue a mesma estratégia dos últimos rounds, com ênfase aos RBs handcuffs ou com alguma possibilidade de se tornarem relevantes em caso de lesões ao longo de treinamentos ou jogos de pré-temporada.
Nomes que ainda não foram citados incluem Darrel Williams (KC), Salvon Ahmed (MIA), Marlon Mack (IND), Damien Williams (CHI) e Elijah Mitchell (SF).
Só não se esqueça de, lá pelo dia 7 ou 8 de setembro, buscar sua DEF e seu K. Isso significa que você provavelmente descartará estes dois últimos jogadores selecionados. Porém, se o titular a quem estiverem “vinculados” realmente se machucar nesse meio tempo, considere-se um(a) vencedor(a) da loteria do fantasy football!
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E aí?! O que achou das dicas? Abaixo, você confere o board completo de um mock draft que as seguiu, escolhendo a partir do slot 2.
DICAS PARA QUALQUER LUGAR DO DRAFT
É possível listar algumas dicas e noções gerais, independentemente do local em que você esteja posicionado no seu draft. Tome nota:
1. Lei da oferta e demanda
A escassez de bons valores em determinadas posições (e o número de titulares exigidos para tais posições) faz com que jogadores que nelas atuam tenham valor maior – devendo ser, em geral, draftados mais cedo – em comparação com jogadores de posições com mais fartura de opções, ainda que, individualmente e sem contexto, estes últimos produzam pontuação de fantasy maior do que aqueles.
“Traduzindo”: há muito mais alternativas “escaláveis para o fantasy” nas posições de quarterback (QB) e wide receiver (WR) versus as posições de running back (RB) e tight end (TE). Por isso que garantir jogadores de elite destas duas últimas posições nos rounds iniciais tem prioridade, a qual aumenta conforme mais raso seja o número de participantes de sua liga. Ou seja, ter Travis Kelce (KC) e/ou um RB top 10 te garante vantagem ainda maior em ligas de 8 ou 10 times.
2. Utilize prateleiras
Rankings sempre serão ferramentas úteis para o seu draft e, seja qual for a plataforma que você utilizar, haverá um ranqueamento pré-definido. Acontece que ele não contará com algo muito importante: a divisão dos jogadores em tiers (prateleiras no nosso bom português).
Facilita demais ter pelo menos uma noção das prateleiras ocupadas por cada grupo de jogadores de determinada posição, ou seja, se há pouca diferença entre o QB, RB, WR ou TE5, 6, 7 e 8, que faria com que fossem agrupados em uma mesma prateleira ou se, em alguma das transições, há um vácuo significativo na produção estatística esperada por parte daqueles jogadores, o que faria com que estivessem em prateleiras diferentes.
Mas não se preocupe, porque vamos te ajudar com isso por meio dos textos de rankings – com prateleiras – que sairão ao longo dos primeiros dias de setembro.
Assim, o mais aconselhável é que, não esquecendo as necessidades de seu próprio elenco conforme o draft se desenrole, você sempre procure selecionar um jogador de final de prateleira, e não de começo, já que, teoricamente, estaria extraindo maior valor de draft ao escolher alguém com expectativa de pontuação semelhante a jogadores da mesma posição que já saíram do board, mas com uma pick mais tardia.
3. Lembre-se que o campeonato não termina no draft
Já que não estamos falando de ligas best ball, fica novamente a lembrança de que suas movimentações ao longo da temporada são ainda mais importantes para alcançar o título do que suas escolhas de draft.
Em resumo, se o seu elenco terminar o ano idêntico àquele que foi draftado, você provavelmente nem se classificou para os playoffs. Caso contrário, considere-se uma pessoa extremamente sortuda por não ter lidado com lesões e por ter acertado 100% de suas previsões em relação à liga esportiva que mais sofre variações de uma semana para outra.
Com isso em mente, não se esqueça que, principalmente em relação a duas posições de uma liga tradicional, é muito fácil realizar o chamado streaming: defesas (DEF ou DST) e kickers (K).
Por serem aquelas com a maior variação (e, portanto menor consistência) de pontuação de um ano para o outro e rodada a rodada, é até aconselhável que você não se apegue a apenas uma DEF ou K ao longo de todo o campeonato, mas, sim, altere-os de acordo com o adversário: ataques (e/ou QBs ruins) geralmente significam boa produção das DEFs para o fantasy, enquanto ataques que chegam à red zone, mas têm dificuldades em alcançar a end zone, geralmente significam boa produção para os Ks.
Logo, a obtenção de tais jogadores ou unidades defensivas tem foco muito maior nas waivers. Não é absurdo algum você sair do seu draft sem ter sequer escolhido um K ou uma DEF, principalmente se ele acontecer com boa antecedência em relação ao kickoff da NFL, em 9 de setembro.
Ainda que você faça questão de draftá-los – ou vá selecioná-los via waivers mais para perto da temporada –, o conselho é para que opte por DEFs e Ks com calendários favoráveis nas rodadas iniciais ou ao menos na semana 1.
Isso porque, se você draftar uma DEF ou K muito visado, mas não se sentir confortável com seu adversário na primeira rodada, será obrigado a gastar uma preciosa vaga de elenco com outro jogador daquela posição, perdendo margem de movimentação nas waivers quando estas mais importam: as primeiras semanas da NFL, em que contusões acontecem, situações se aclaram e RBs e WRs costumam emergir com valor inesperado em comparação a seus rankings pré-draft.
4. Se divirta!
Estamos apenas dando sugestões. O mais importante é que você aproveite o seu draft com os amigos!
Semana que vem tem mais, com as estratégias para quem drafta nas posições intermediárias. Fique ligado(a)!