Estratégias para o Draft do fantasy football 2022: escolhendo no início (slots 1 ao 4)
Quer se preparar para o seu draft? Vem que o The Playoffs te mostra o que fazer a cada escolha, começando com quem for draftar nos slots iniciais
Agosto chegou, então já é fantasy season para os amantes do futebol americano! Mantendo a tradição iniciada ano passado, vamos retomar nossa série de textos de estratégia para o Draft, até porque cada temporada é única e temos que estar atentos em relação às novas tendências e filosofias de jogo – do próprio fantasy football e das equipes da NFL.
A essa altura, você provavelmente já sabe, principalmente, depois de ter lido nosso guia completo, que as ligas de fantasy não são ganhas no Draft. Suas movimentações ao longo da temporada, que incluem decisões sobre quem escalar, adicionar via waivers e mirar em negociações de troca são tão ou mais importantes.
Mas é no Draft que você forma a base fundamental do seu time. Um draft desleixado, sem um mínimo de estratégia, que resulte em um elenco desequilibrado, tanto em número de jogadores para cada posição, quanto no valor que cada um têm na produção de pontos em comparação com a altura em que foram selecionados, pode fazer com que você perca sua liga antes mesmo que os jogos comecem.
É por isso que o The Playoffs traz sugestões do que fazer no seu draft de fantasy em 2022, em uma série de três artigos, esteja você escolhendo no início, meio ou final da primeira rodada: este texto traz a primeira hipótese, falando dos slots 1 ao 4, enquanto as outras serão contempladas nos textos que serão lançados nas próximas semanas.
Ressaltando que estamos tomando como base uma liga padrão, com as configurações mais comuns de um campeonato que fosse criado do zero, hoje, nas principais plataformas, ou seja, pontuação PPR, 12 times e elencos de 15 jogadores, com a escalação titular sendo composta por um QB, dois RB, dois WR, um TE, um FLEX (RB, WR ou TE), um DEF e um K.
Vamos, então, para as estratégias de draft para quem estiver em algum dos quatro primeiros slots, detendo as escolhas 1, 2, 3 ou 4 da primeira rodada.
Considerando que, a partir do segundo round, sempre haverá duas escolhas muito próximas, agruparei os respectivos pares nas sugestões dali em diante.
Ao final do artigo, postaremos a imagem do board completo de um mock draft realizado a partir do slot 2 e seguindo as dicas dadas a partir de agora!
(Foto: Reprodução Twitter/Indianapolis Colts)
Round 1: Drafte um RB elite
Ainda que esta temporada seja praticamente um marco definitivo no que se refere à quebra da antiga “lei tácita do fantasy” de que um running back deveria ser sua escolha no primeiro round em mais de 75% das vezes, se você estiver posicionado em um dos quatro slots iniciais, é muito difícil deixar passar um dos quatro nomes com maior garantia de volume de toques, envolvimento em diversas fases do jogo e/ou capacidade de gerar números absurdos semana a semana. Os chamados bell cows ou workhorses, cada vez mais raros na NFL moderna.
São eles Jonathan Taylor (IND), Christian McCaffrey (CAR), Derrick Henry (TEN) e Austin Ekeler (LAC).
Certamente, não te julgo se preferir um wide receiver top 3 já a essa altura. Porém, apesar das preocupações – principalmente físicas – que ao menos metade dos corredores citados traz (destacadamente CMC, mas também Henry e Ekeler), prefiro assumir riscos em prol do upside, seguir respeitando a lei da oferta e da demanda e assegurar a combinação de piso e teto desse quarteto que atua na posição mais complicada do nosso jogo dentro do jogo caso detenha uma das quatro primeiras escolhas.
Rounds 2 e 3: Drafte um WR top 10 + um RB top 12
Esta faixa do Draft representa a grande vantagem de estar posicionado no início do board, pois a metade e o final do terceiro round são das mais ardilosas partes do processo em 2022.
Dito isso, é um verdadeiro privilégio poder escolher dentre nomes que fecham os dez melhores recebedores para o fantasy nesta temporada, sendo eles, com maior destaque aos dois primeiros, Deebo Samuel (SF), Mike Evans (TB), Tyreek Hill (MIA) e Keenan Allen (LAC).
Dentre os últimos chamados RB1, ou seja, running backs que fecham o top 12, há bastante potencial de utilização como cavalos de batalha em ataques proeminentes ou que prometem significativa melhora em relação ao último ano, especialmente no jogo aéreo, rendendo preciosas recepções, em nomes como Leonard Fournette (TB), Saquon Barkley (NYG) e James Conner (ARI). A exceção, tanto em relação à idade quanto à divisão de snaps com um companheiro de time (neste caso, Melvin Gordon), fica por conta de Javonte Williams (DEN), corredor que também é uma aposta mais do que válida a esta altura.
Há a opção de selecionar dois jogadores da mesma posição dentre os citados. Mas, neste caso, aconselho que sejam running backs, pois, como veremos a seguir, a qualidade dentre os wide receivers disponíveis no final do quarto e começo do quinto round é muito maior em comparação aos corredores.
(Foto: Reprodução Twitter / Around The NFL)
Rounds 4 e 5: Drafte dois WRs top 20
Considerando que já temos pelo menos dois sólidos running backs titulares, é hora de aproveitar os ótimos valores entre recebedores que costumam aparecer nesta faixa do Draft: wide receivers ranqueados no top 20 da posição e que tem totais chances de figurar no topo em termos de pontuação semanal com alguma frequência.
Não se preocupe com QB ainda e deixe seus adversários gastarem escolhas valiosas em uma posição com profundidade de opções e que pode até mesmo ser objeto de streaming.
Nossas sugestões para formar essa dupla de recebedores titulares com o upside necessário para corresponder aos requisitos descritos é composta por Mike Williams (LAC), Courtland Sutton (DEN) e DK Metcalf (SEA). Outra opção muito interessante, só que de muito mais piso do que teto, é representada por Brandin Cooks (HOU).
(Foto: Reprodução Twitter/Los Angeles Chargers)
Rounds 6 e 7: Drafte jovens valores com capacidade para explodir dentre WRs e RBs
Sem medo de “desrespeitar” ADP (average Draft position ou posição em que o jogador é draftado em média), já que, a partir deste momento do draft, acontecem as maiores variações na comparação entre rankings – tanto das próprias plataformas, quanto de especialistas em geral – nossas sugestões são bastante variadas, mas possuem algo em comum: juventude e a perspectiva de que vejamos se repetir a tendência dos últimos anos de calouros, segundanistas ou terceiranistas conseguirem dar aquele salto que os coloca nas primeiras prateleiras de suas posições.
Caso você tenha selecionado um wide receiver no round 2 ou 3, aconselha-se buscar ao menos um running back neste par de picks, até porque as opções são mais limitadas e atendem pelos nomes de Ken Walker (SEA) e James Cook (BUF). Mas, se você abriu com três corredores, fique à vontade para aproveitar o imenso potencial de Amon-Ra St. Brown (DET), Drake London (ATL), Rashod Bateman (BAL), Gabriel Davis (BUF), Darnell Mooney (CHI), Elijah Moore (NYJ), Treylon Burks (TEN), Brandon Aiyuk (SF), Chris Olave (NO) e Kadarius Toney (NYG).
Rounds 8 e 9: Drafte um terceiro jovem valor dentre os já citados + seu QB titular
Pelo menos um dos nomes listados no tópico acima costuma estar disponível na oitava rodada, então, aproveite a oportunidade.
Logo em seguida, chega a hora de buscar um dos signal callers que fecha os chamados QB1 (top 12 da posição).
Em um trio que conta com veteranos que comandam dois dos melhores ataques da liga, trazendo a possibilidade de superar a marca de 40 passes para touchdown ao longo da temporada, e um jovem que assumirá a titularidade de um ataque que também figura dentre os melhores da NFL e possui a tão valiosa capacidade de produzir com as pernas, temos Tom Brady (TB), Matthew Stafford (LAR) e Trey Lance (SF).
(Foto: Reprodução Twitter/Around The NFL)
Rounds 10 e 11: Drafte seu TE titular + um WR ou RB jovem com potencial
Aproveitando a profundidade que a posição de tight end oferece este ano, é possível selecionar seu primeiro jogador da posição apenas num round de dígitos duplos caso você esteja posicionado no início do board.
Com isso em mente, o principal nome a mirar é o de Cole Kmet (CHI), em ótima situação devido a escassez de armas no jogo aéreo dos Bears, mas Hunter Henry (NE) também é uma opção bastante sólida. Se preferir correr mais riscos, apostando em potencial atlético e qualidade do ataque/QB, vale dar uma chance para Albert Okwuegbunam (DEN).
Fechando o par de escolhas, é possível encontrar mais jovens intrigantes e talentosos dentre wide receivers e running backs, alguns em situação bastante favorável, como Christian Watson (GB), Dameon Pierce (HOU) e Jahan Dotson (WAS).
Rounds 12 e 13: Busque profundidade e/ou potencial com um olho nos handcuffs
Em regra, o foco deve seguir em skill position players, de preferência os de pouca idade e chances de ter explosões estatísticas. Porém, a esta altura, há, também, veteranos com papeis estabelecidos e boas situações, principalmente entre wide receivers.
No grupo de recebedores, os nomes que agradam, nesta área, são Julio Jones (TB), Jalen Tolbert (DAL), Marvin Jones (JAX), George Pickens (PIT) e DeVante Parker (NE). Algumas surpresas podem vir de jovens como Nico Collins (HOU) e Wan’Dale Robinson (NYG).
Caso você tenha um RB com um reserva imediato que assumiria papel muito parecido ao do titular em caso de ausência deste – o chamado handcuff (“algema” em português) –, vale a pena buscá-lo, principalmente pensando em segurança na hipótese de lesão de um de seus principais jogadores. Mas, se você quiser ser mais ousado, visando teto de pontuação – e zicando os amiguinhos no processo –, pode buscar handcuffs de outros RBs que não sejam um dos seus principais.
Dentre os handcuffs – alguns “puros” e outros que podem ter valor independentemente de ausência do titular – e que usualmente estão à disposição a esta altura do draft, destacam-se Kenneth Gainwell (PHI), Khalil Herbert (CHI), Tyler Allgeier (ATL), Zamir White (LV), Hassan Haskins (TEN) e D’Onta Foreman (CAR).
Apesar de não ser tão aconselhável quanto aumentar a profundidade e potencial entre jogadores das posições que você mais escala numa liga tradicional de fantasy, há, também, boas apostas nas chamadas posições unitárias nesta parte final do Draft. Como principal destaque temos Gerald Everett (LAC), que pode ser o tight end que Justin Herbert tanto busca nos Chargers, mas também podemos citar Trevor Lawrence (JAX), Justin Fields (CHI) e Jameis Winston (NO) como quarterbacks que podem surpreender e terminar o ano entre os dez melhores signal callers do nosso jogo dentro do jogo.
Rounds 14 e 15: Siga a mesma receita dos dois últimos rounds ou drafte uma DEF e um K
A esta altura, tudo depende da data em que estiver acontecendo o seu Draft.
Como já vimos, se ele ocorrer às vésperas da abertura da temporada, que será em 8 de setembro, com o Thursday Night Football entre Rams e Bills, busque uma defesa e um kicker com calendário favorável nas primeiras rodadas ou ao menos na semana 1.
Considerando que os principais nomes dessas posições provavelmente já terão saído do board, as sugestões ficam por conta das defesas de Denver Broncos, Cleveland Browns e Indianapolis Colts e dos kickers Tyler Bass (BUF), Matt Gay (LAR), Matt Prater (ARI) e Brandon McManus (DEN).
Mas, se o seu Draft acontecer com alguma antecedência em relação ao primeiro jogo da NFL, siga a mesma estratégia dos últimos rounds, com ênfase aos RBs handcuffs ou com alguma possibilidade de se tornarem relevantes em caso de lesões ao longo de treinamentos ou jogos de pré-temporada.
Só não se esqueça de, lá pelo dia 6 ou 7 de setembro, buscar sua DEF e seu K. Isso significa que você, provavelmente, descartará estes dois últimos jogadores selecionados. Porém, se o titular a quem estiverem “vinculados” realmente se machucar nesse meio tempo, considere-se um(a) vencedor(a) da loteria do fantasy football!
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E aí?! O que achou das dicas? Abaixo, você confere o board completo de um mock draft que as seguiu, escolhendo a partir do slot 2 (com direito a mega stack de Tampa Bay 😅).
DICAS PARA QUALQUER LUGAR DO DRAFT
É possível listar algumas dicas e noções gerais, independentemente do local em que você esteja posicionado no seu draft. Tome nota:
1. Lei da oferta e demanda
A escassez de bons valores em determinadas posições (e o número de titulares exigidos para tais posições) faz com que jogadores que nelas atuam tenham valor maior – devendo ser, em geral, draftados mais cedo – em comparação com jogadores de posições com mais fartura de opções, ainda que, individualmente e sem contexto, estes últimos produzam pontuação de fantasy maior do que aqueles.
“Traduzindo”: há muito mais alternativas “escaláveis para o fantasy” nas posições de quarterback (QB) e wide receiver (WR) versus as posições de running back (RB) e tight end (TE). Por isso que garantir jogadores de elite destas duas últimas posições nos rounds iniciais tem prioridade, a qual aumenta conforme mais raso seja o número de participantes de sua liga. Ou seja, ter Travis Kelce (KC) e/ou um RB top 10 te garante vantagem ainda maior em ligas de oito ou dez times.
2. Utilize prateleiras
Rankings sempre serão ferramentas úteis para o seu draft e, seja qual for a plataforma que você utilizar, haverá um ranqueamento pré-definido. Acontece que ele não contará com algo muito importante: a divisão dos jogadores em tiers (prateleiras no nosso bom português).
Facilita demais ter pelo menos uma noção das prateleiras ocupadas por cada grupo de jogadores de determinada posição, ou seja, se há pouca diferença entre o QB, RB, WR ou TE5, 6, 7 e 8, que faria com que fossem agrupados em uma mesma prateleira ou se, em alguma das transições, há um vácuo significativo na produção estatística esperada por parte daqueles jogadores, o que faria com que estivessem em prateleiras diferentes.
Mas não se preocupe, porque vamos te ajudar com isso por meio dos textos de rankings – com prateleiras – que sairão, no mais tardar, ao longo dos primeiros dias de setembro.
Assim, o mais aconselhável é que, não esquecendo as necessidades de seu próprio elenco conforme o Draft se desenrole, você sempre procure selecionar um jogador de final de prateleira, e não de começo, já que, teoricamente, estaria extraindo maior valor de Draft ao escolher alguém com expectativa de pontuação semelhante a jogadores da mesma posição que já saíram do board, mas com uma pick mais tardia.
3. Lembre-se que o campeonato não termina no Draft
Já que não estamos falando de ligas best ball, fica novamente a lembrança de que suas movimentações ao longo da temporada são ainda mais importantes para alcançar o título do que suas escolhas de Draft.
Em resumo, se o seu elenco terminar o ano idêntico àquele que foi draftado, você provavelmente nem se classificou para os playoffs. Caso contrário, considere-se uma pessoa extremamente sortuda por não ter lidado com lesões e por ter acertado 100% de suas previsões em relação à liga esportiva que mais sofre variações de uma semana para outra.
Com isso em mente, não se esqueça que, principalmente em relação a duas posições de uma liga tradicional, é muito fácil realizar o chamado streaming: defesas (DEF ou DST) e kickers (K).
Por serem aquelas com a maior variação (e, portanto menor consistência) de pontuação de um ano para o outro e rodada a rodada, é até aconselhável que você não se apegue a apenas uma DEF ou K ao longo de todo o campeonato, mas, sim, altere-os de acordo com o adversário: ataques (e/ou QBs ruins) geralmente significam boa produção das DEFs para o fantasy, enquanto ataques que chegam à red zone, mas têm dificuldades em alcançar a end zone, geralmente significam boa produção para os Ks.
Logo, a obtenção de tais jogadores ou unidades defensivas tem foco muito maior nas waivers. Não é absurdo algum você sair do seu Draft sem ter sequer escolhido um K ou uma DEF, principalmente se ele acontecer com boa antecedência em relação ao kickoff da NFL, em 9 de setembro.
Ainda que você faça questão de draftá-los – ou vá selecioná-los via waivers mais para perto da temporada –, o conselho é para que opte por DEFs e Ks com calendários favoráveis nas rodadas iniciais ou ao menos na semana 1.
Isso porque, se você draftar uma DEF ou K muito visado, mas não se sentir confortável com seu adversário na primeira rodada, será obrigado a gastar uma preciosa vaga de elenco com outro jogador daquela posição, perdendo margem de movimentação nas waivers quando estas mais importam: as primeiras semanas da NFL, em que contusões acontecem, situações se aclaram e RBs e WRs costumam emergir com valor inesperado em comparação a seus rankings pré-draft.
4. Divirta-se!
Estamos apenas dando sugestões. O mais importante é que você aproveite o seu draft com os amigos!
Semana que vem tem mais, com as estratégias para quem drafta nas posições intermediárias. Fique ligado(a)!