Em entrevista coletiva, Durval Queiroz afirma que tem chances de integrar o elenco principal dos Dolphins
“Duzão” falou sobre o Training Camp, perspectivas de integrar o roster dos Doplhins, estrutura da NFL e outros assuntos
Nesta quinta-feira (11), Durval Queiroz Neto, o “Duzão”, concedeu entrevista coletiva a portais da mídia esportiva brasileira, incluindo o The Playoffs. A entrevista foi realizada via telefone, contando com veículos de comunicação convidados.
O defensive tackle brasileiro de 1,94m de altura e 150 kg foi escolhido pelo Miami Dolphins no NFL Undiscovered (programa da NFL voltado ao recrutamento de atletas de excelência que atuam fora dos Estados Unidos da América). Duzão é o primeiro jogador latino a assinar com a Liga sem ter passado pelo college football.
Com passagens por Cuiabá Arsenal e Galo FA, o jogador, que pode ser o primeiro oriundo do futebol americano brasileiro a integrar a NFL, conseguiu se destacar em vários testes, entre eles o tiro de 40 jardas e o 3 cone drill, além de chamar a atenção de algumas franquias em virtude de sua agilidade.
Duzão foi perguntado acerca das perspectivas e expectativas para o Training Camp dos Dolphins, possibilidades de aperfeiçoamento físico e sobre a real chance de integrar o elenco principal da franquia do sudeste da Flórida.
“Então, eu acho, assim, eu tenho tudo para estar no roster no final do Training Camp. A grande dúvida, a grande transição que vai acontecer, cara, vai ser na parte teórica. Assim, quando eu estava nos treinamentos com o pessoal da NFL, nós fizemos uma preparação de como a gente vai receber esse conteúdo, entendeu? Porque, assim, atleticamente, eu não tenho nada de diferente dos jogadores que estão na NFL. Agora, o problema é como vai ser a parte do playbook, entendeu? Como vai ser esse entendimento, como vai ser as chamadas. Então, se eu tiver pronto, se eu conseguir entender tudo isso, eu tenho 0% de dúvidas que vou estar no roster ao final do Training Camp”.
Veja outros pontos da entrevista coletiva:
Primeiro contato com a franquia
“O primeiro contato com eles foi quando eu recebi a ligação na segunda-feira, quando o GM me ligou e me informou que estava feliz, que estava contente e que, por exemplo, assim, eles tinham ficado muito impressionados com o que tinham visto no Combine, que eles não tinham dúvida nenhuma que eu ia poder ajudar a franquia e me parabenizando, cara. Eu agradeci, e tal, e falei aquela mesma coisa que mandei para vocês, falei que eu agradeço pela oportunidade, que é a oportunidade da minha vida e que eu não ia desapontar eles, que eu estava indo para Miami fazer barulho”, disse a Gabriel Martins, do site FA Hoje.
Inspirações na NFL
“Olha, tem dois caras da minha posição de linha defensiva que eu sou muito fã. Um é o J.J. Watt, que joga no Houston Texas e o outro é o Aaron Donald. São dois caras, assim, que eu me inspiro muito, tanto dentro quanto fora de campo. J.J. Watt, principalmente fora de campo pelo tamanho do coração dele, pelo que ele faz pelas pessoas”, afirmou a Mirela Kamimura, do site NFL de Bolsa.
Estrutura
“Cara, é o seguinte, assim, a estrutura, velho, não é a principal coisa, a estrutura não é a principal coisa. Lógico que eles têm muito mais essa parte de fisioterapia, aquela câmara que entra dentro da recuperação muscular [..]. Essa parte de estrutura, eu entendo, mas a parte teórica, cara, a parte técnica que é realmente o divisor de águas, entendeu? O foco que eles têm na teoria, o foco que eles têm na técnica. Por exemplo, eu que sou DL, trabalhar com as mãos, como responder a certos tipos de bloqueios dos linhas ofensivas, cara, como entender o que está acontecendo na parte de ataque. Isso é o diferente. A estrutura, cara, é, assim, inimaginável. No Brasil, nós não temos nada comparado a isso, mas não é o que faz esses caras bons, entendeu? O que faz esses caras bons são a técnica, entendeu, a teoria, é isso que faz eles bons, melhor que nós do Brasil”, ressaltou a Fabrício Marques, do globoesporte.com.
Possibilidade de integrar os Special Teams
“No Brasil, eu jogava nos Special Teams, ora no time de bloqueio de punt, só que aqui a realidade é outra, entendeu? Tanto é que [nos treinamentos] eu treinava muito pouco isso aí, porque não era uma coisa que eles falavam assim ‘Duzão, você vai ter que mostrar seu trabalho’, entendeu? Porque sou muito grande, muito pesado, então eles falavam assim pra mim: ‘Duzão, seu negócio é na linha, você vai ter que mostrar trabalho lá’, entendeu? Mas, lógico que se eu for requisitado pra jogar em algum time, lógico que é uma oportunidade”, esclareceu a Gabriel Martins, do portal FA Hoje.
Reconstrução dos Dolphins
“Eu acho que Deus preparou esse time pra mim, cara, a situação que o time está, a situação que o time está precisando de defensive lineman, a situação dessa mudança de head coach, como ele já avisou que ele tem uma história, não parecida com a minha, mas seus pais eram hondurenhos, então ele já avisou ao pessoal da NFL ‘Eu entendo o que Durval está passando, tá vindo de outro país’. Então ele já falou que vai poder dar todo o suporte que eu precisar. Então, é um time com o melhor panorama, entendeu? Porque eles, se eu conseguir, é um time que eu vou poder ajudar, entendeu? Diferente de outros times que já têm a composição da linha defensiva bem estruturada”, relatou novamente a Gabriel Martins, do site FA Hoje
Divisão Leste da Conferência Americana
“O conhecimento que eu tenho da NFL é o mesmo que vocês no Brasil têm, sabe? Nós sabemos que o maior obstáculo todo ano de chegar aos playoffs é o Patriots, porque não consegue passar dessa linha por causa do Patriots. Eu acho que o principal foco, com certeza, é o Patriots, os outros times também todos, por exemplo, o Bills tem uma ultra de uma defesa, entendeu, principalmente linha defensiva”, afirmou ao Portal The Playoffs.
Técnica dos jogadores de linha defensiva
“A principal coisa, cara, é que no Brasil eu era muito livre pra fazer o que eu quisesse, entendeu? Por exemplo, eles me botavam no jogo e falavam ‘Duzão, você precisa fazer a jogada, precisamos que você pare a corrida, que você pare o quarterback’ e aqui o que foi passado para nós é que a NFL é completamente diferente, entendeu? Eu tenho que fazer minha função. Muitas vezes eu tenho que fazer minha função e não fazer a jogada. Então, você aprender isso, você aprender a responder aos bloqueios, você aprender, por exemplo, a sua responsabilidade, aqui eu aprendi muito a jogar. No Brasil eu jogava defesa 4-3 e aqui eles me ensinara muito defesa 3-4, onde eu jogo de nose [tackle]. Então, aprender a responsabilidade, isso foi o maior, o grande obstáculo que eu tive aqui, saber que nem sempre eu vou fazer a jogada, mas que eu preciso conter a minha responsabilidade, a minha técnica”, concluiu para Raphael Martins, do Canal Zona FA.
Durval se apresentará ao Miami Dolphins no dia 15 de abril, onde fará exames e iniciará a busca por uma das 53 vagas do elenco principal dos golfinhos.
Foto: Reprodução Instagram / Durval Queiroz Neto (via @arte__97)