Dallas Cowboys pagou US$ 2,4 milhões em acordo confidencial sobre ‘voyeurismo’
Caso ocorreu em 2015 e envolveu Richard Dalrymple, vice-presidente de relações públicas da franquia e conselheiro de Jerry Jones
De acordo com documentos legais obtidos e revelados pela ESPN americana nesta quarta-feira (16), o Dallas Cowboys pagou US$ 2,4 milhões em um acordo confidencial feito com quatro cheerleaders. A acusação envolvia uma denúncia de voyeurismo contra Richard Dalrymple, então vice-presidente de relações públicas dos Cowboys e conselheiro pessoal de Jerry Jones.
O caso ocorreu em 2015, durante um evento realizado no AT&T Stadium. Dalrymple teria se escondido atrás de uma divisória no vestiário dos Cowboys e filmado enquanto as cheerleaders trocavam de roupa. O executivo da franquia teria usado um cartão de acesso e entrado no vestiário por meio de uma porta dos fundos.
Há ainda outra acusação, essa feita por um torcedor, também em 2015. De acordo com o depoimento prestado à polícia, o torcedor teria flagrado Dalrymple fotografando por baixo da saia de Charlotte Jones, filha do proprietário da franquia e executiva do time. O flagra ocorreu durante uma transmissão ao vivo da war room dos Cowboys no Draft de 2015.
Os Cowboys afirmaram que as denúncias foram recebidas pela franquia, que conduziu uma investigação particular. Jim Wilkinson, integrante da assessoria de comunicação do time, afirmou que não houve evidências para confirmar as acusações.
“A organização tratou essas acusações com enorme seriedade, e imediatamente prosseguiu com uma investigação detalhada. O processo foi conduzido de forma consistente com as práticas legais de recursos humanos e não encontrou evidências. Caso tivéssemos encontrado alguma prova, Rich teria sido demitido imediatamente. Todos os envolvidos sentiram-se muito mal com esse incidente”.
Dalrymple se aposentou no início de fevereiro deste ano, encerrando uma passagem de 32 anos pela franquia. O executivo se pronunciou oficialmente por meio de um comunicado. Ele alegou que o caso envolvendo as cheerleaders teria sido apenas um acidente, e negou as acusações feitas pelo torcedor.
“As pessoas que me conhecem – colegas de trabalho, a imprensa, amigos – sabem quem eu sou e o que eu faço. Eu compreendo a natureza grave dessas acusações e as trato com seriedade. As acusações, no entanto, são falsas. Uma foi apenas um acidente e a outra simplesmente não aconteceu. Tudo foi investigado por completo há alguns anos e com minha colaboração total”.
As quatro mulheres envolvidas no caso, além dos maridos de três delas, assinaram um acordo de confidencialidade com os Cowboys em maio de 2016. Uma outra líder de torcida, sem envolvimento no caso mas com conhecimento da situação, comentou a respeito do acordo.
“Isso dói no meu coração, porque eu sei o quanto isso afetou as pessoas envolvidas. Foi assim: ‘é um livro fechado, não falem sobre isso, e essa pessoa vai continuar no cargo’. Eles simplesmente fizeram tudo sumir”.
(Foto: Reprodução Twitter/Dallas Cowboys)