Colin Kaepernick entra em lista dos mais influentes de 2016 da revista Time
Jogador faz parte da lista por conta dos protestos contra o racismo que liderou durante a temporada da NFL
O quarterback Colin Kaepernick foi nomeado uma das 100 pessoas mais influentes da revista Time em 2016, pela sua “coragem” de se impor diante das questões sociais no EUA – segundo organizadores.
Kaepernick foi o primeiro jogador da NFL a se ajoelhar para o hino nacional em protesto contra a injustiça social e brutalidade policial na América. Seu comportamento dividiu opiniões e transcendeu o mundo dos esportes. Mesmo com represálias, Colin se manteve firme em seus ideais, um dos motivos que lhe garantiu a nomeação na seção “Icones” na Revista Time.
O quarterback começou seu protesto solitário e aos poucos levou um punhado de outros jogadores a fazer o mesmo durante a temporada de 2016 o que foi um divisor de águas em sua carreira.
Kaep – cujo contínuo desemprego foi atribuído à sua decisão de ajoelhar – continua ajudando causas sociais. O jogador se comprometeu a doar US$ 1 milhão para causas de caridade. Uma de suas doações mais recentes foi um presente de US$ 50.000 para Meals on Wheels. O programa está enfrentando cortes significativos em seu financiamento federal no projeto de orçamento proposto pelo presidente Donald Trump para 2018.
O destino incerto de Kaepernick na NFL provem de uma fática temporada e seu comportamento, que para uns foi visto como falta de respeito e para outros, coragem de se impor diante da sociedade.
O ex-treinador dos San Francisco 49ers Jim Harbaugh, hoje comandante do programa de futebol americano da Universidade de Michigan, fez uma carta sobre Colin Kaepernick à revista.
Leia na íntegra:
“Colin Kaepernick estava sozinho em seus primeiros protestos no ano passado, quando corajosamente enfrentou desigualdades percebidas em nosso sistema de justiça social, recusando-se a defender o hino nacional. Às vezes, na história de nossa nação, fomos muito rápidos em julgar e nos opor a nossos colegas americanos por exercer seu direito à Primeira Emenda de abordar coisas que eles acreditam serem injustas.
Em vez de manchar seu caráter, devemos celebrar seu ato. Pois não podemos ser pioneiros e inventar se tivermos medo de desviar-nos da norma, prejudicando nossa percepção pública ou, o mais importante, prejudicando nossos interesses pessoais.
Agradeço a Colin por tudo o que ele contribuiu para o jogo de futebol americano como um excelente jogador e companheiro de equipe confiável. Aplaudo também Colin pela coragem que demonstrou ao exercer o seu direito garantido à liberdade de expressão. Sua disposição para tomar uma posição a custo pessoal é agora parte de nossa história americana.
Que sorte para todos nós e para nosso país ter entre nossos cidadãos alguém tão notável como Colin Kaepernick.”
(Foto: Otto Greule Jr/Getty Images)