Clay Matthews diz que a NFL está ‘amolecendo’ com marcações de ‘roughing the passer’
Linebacker dos Packers não gostou ao saber que a NFL defendeu a marcação de falta no jogo contra os Redskins
A confusão em torno da nova orientação para a arbitragem da NFL em faltas de roughing the passer continua. O linebacker do Green Bay Packers Clay Matthews – que cometeu sua terceira falta deste tipo no jogo de domingo (23) contra o Washington Redskins – disse no vestiário após o jogo que a NFL está ‘ficando soft’, mole em português.
“Infelizmente esta liga está indo em uma direção que eu acho que muitas pessoas não gostam. Eu acho que eles estão amolecendo”, disse Clay. “A única coisa difícil com relação a isso é a multa que eles estão aplicando em jogadores como eu que jogam o jogo de forma dura”.
A NFL soltou uma declaração no Twitter dizendo que a falta ocorreu pois o jogador “caiu com todo ou quase todo o seu peso em cima do passador”, o que não é permitido conforme a Regra 12, Seção 2, Artigo 9(b) do livro de regras da liga.
This is a foul for roughing the passer – the defender lands “with all or most of the defender’s weight” on the passer. Rule 12, Section 2, Article 9(b): https://t.co/s9YKN8NLuT #GBvsWAS pic.twitter.com/ei2QZkvvzx
— NFL Football Operations (@NFLFootballOps) September 23, 2018
Essa regra foi introduzida este ano, muito por conta da lesão de Aaron Rodgers no ano passado, que quebrou a clavícula em um tackle do linebacker dos Vikings Anthony Barr. Nela, o defensor caiu com todo o seu peso em cima do quarterback de Green Bay.
Matthews ainda afirmou que “obviamente quando você está tackleando um jogador pela frente você irá cair em cima dele”. “Eu entendo o espírito da regra, mas quando você tem uma pancada como esta, é (somente) uma jogada de futebol americano.”
A mudança na regra aumentou consideravelmente a quantidade de faltas de roughing the passer marcadas até aqui na temporada. Enquanto nas três primeiras semanas de 2017 foram apenas nove dessas, já foram 21 marcações até aqui em 2018. Trata-se de uma penalidade que pode decidir uma partida, uma vez que concede 15 jardas ofensivas ao ataque, bem como uma primeira descida automática.
O linebacker diz que respeita a regra, mas não gosta da direção que o jogo está indo com essas mudanças. Na semana 2, os Packers pareciam que ganhariam o jogo após uma interceptação da defesa de Green Bay, mas uma marcação de falta em um tackle do mesmo Clay Matthews no quarterback Kirk Cousins anulou a jogada e deu nova chance ao ataque de Minnesota que conseguiu empatar e levar a partida para a prorrogação.
A orientação é para que o jogador que derruba o quarterback adversário tente tirar o peso de cima durante a queda, ou seja, abra os braços e evite usar o momento de seu corpo para bater o passador com força no chão. O grande problema, porém, é a subjetividade dessas marcações. Matthews e seus companheiros reclamam, por exemplo, de uma pancada do defensive lineman Daron Payne em cima de Rodgers na qual não foi jogada a flanela.
O juiz da partida Craig Wrolstad, quando perguntado sobre o tackle de Payne, disse não se lembrar da jogada. Já Matthews lembra bem: “foi essa a jogada em que Aaron foi arremessado ao chão? Sabe de uma coisa, eu assisti essa jogada das sidelines e disse ‘Como isso não é uma falta? Estamos falando do quarterback MVP e ele é arremessado ao chão e isso é ok? Mas, se eu coloco 113kg no quarterback da maneira correta, aí vem a falta”.
Como a grande maioria das mudanças de regra promovidas pela NFL, levará algum tempo até que os jogadores – e os próprios árbitros – se adaptem. Enquanto isso, a controvérsia deve continuar por toda a temporada.
(Foto: Reprodução/Site Green Bay Packers)