Cheerleaders do Washington Redskins teriam sido obrigadas a posar nuas
Viagem de líderes de torcida dos Redskins em 2013 envolveu ensaio de topless e "serviço de acompanhantes"
No mesmo dia em que foi processada por Eric Reid, a NFL encontra-se envolvida em mais uma situação polêmica e extremamente delicada. O The New York Times revelou em uma matéria publicada nesta quarta-feira (2) que cheerleaders do Washington Redskins alegam ter sido obrigadas a posar de topless ou cobertas apenas por pintura corporal durante uma viagem a Costa Rica em 2013. O evento também envolveu a presença de convidados durante o ensaio e o que é descrito como um serviço de “acompanhantes pessoais”.
O Times revela que logo na chegada à Costa Rica, as líderes de torcida tiveram os passaportes retidos por integrantes dos Redskins. Em seguida, foram levadas para o resort Occidental Grand Papagayo, onde foi realizado o ensaio voltado para um calendário do time. Algumas das cheerleaders teriam então sido obrigadas a retirar a parte superior da roupa, enquanto outras foram fotografadas apenas com pintura corporal. As moças contam ainda que o ensaio teve a presença de representantes dos patrocinadores e sócios de camarotes da franquia no FedEx Field. As fotos em questão não foram utilizadas no calendário.
Em uma outra ocasião, algumas líderes de torcida do Washington Redskins foram informadas, após um treino de dança e poses, que teriam uma “tarefa especial” para a noite: atuar como acompanhantes para representantes dos patrocinadores da franquia, todos homens.
“Não apontaram uma arma para nossas cabeças, mas fomos obrigadas a ir. Não nos pediram isso, apenas ordenaram”, afirma uma das entrevistadas pela matéria.
O serviço não envolveu qualquer tipo de atividade sexual conforme informação das próprias cheerleaders. Entretanto, elas afirmam que a consideraram a exigência semelhante à “prostituição”. O fato de terem sido utilizadas como “símbolo sexual” para agradar aos patrocinadores, continuam, não faz parte da profissão de cheerleader.
“Não é correto obrigar cheerleaders a sair com homens que não conhecem. Mas, infelizmente, acho que nada irá mudar até que algo terrível aconteça, como assédio sexual ou estupro. Os times só irão prestar atenção quando for tarde demais”.
Stephanie Jojokian, que dirige o programa das líderes de torcida do Washington Redskins, se defendeu das acusações. “Não obriguei ninguém a fazer isso. Sou uma mãe para elas, e cuido de todas, não apenas das cheerleaders. Somos uma grande família. Respeitamos todas elas e sua profissão. Oferecemos um ambiente de apoio”.
Os Redskins também se pronunciaram a respeito. Em comunicado divulgado pelo Times, a franquia afirmou zelar pela segurança das integrantes de um dos “principais programas de cheerleaders” da NFL.
“O programa de cheerleaders dos Redskins é um dos principais da NFL em termos de participação, profissionalismo e serviço comunitário. Todas são protegidas por contratos para garantir um ambiente seguro e construtivo. O trabalho que realizam com a comunidade, visitando soldados no exterior e incentivando o time em campo é motivo de orgulho para a organização e para os torcedores”.
Esse é o segundo escândalo envolvendo líderes de torcida em menos de um mês. As ex-cheerleaders Kristian Ware, do Miami Dolphins, e Bailey Davis, do New Orleans Saints, processaram a NFL por discriminação sexual. As duas afirmam aceitar uma reparação simbólica de US$ 1 em troca de uma audiência com o comissário Roger Goodell. Por meio de um porta-voz, a liga também se manifestou.
“A NFL não interfere na maneira como as equipes utilizam suas cheerleaders. Trabalhamos junto aos nosso times para tomar as melhores atitudes nas relações com as líderes de torcida para fornecer um ambiente de trabalho apropriado”.
(Foto: Divulgação Twitter/Washington Redskins)