Anthony Lynn sobre protestos: “Eu não quero estar fazendo isso novamente daqui 20 anos”
Treinador dos Chargers se importa com "o que vai mudar" após protestos contra injustiças raciais e morte de George Floyd
Em meio a grandes protestos que estão tomando conta dos Estados Unidos após o brutal assassinato de George Floyd, em Minneapolis, o treinador Anthony Lynn, do Los Angeles Chargers, parece estar preocupado mais com as futuras mudanças do que somente com declarações públicas.
Sendo um de apenas quatro treinadores de “minoria” na NFL, Lynn participou dos protestos contra a brutalidade e abuso policial em Huntington Beach, Califórnia, após George Floyd ser morto por um policial branco na última semana.
O head coach comentou sobre o que sentiu durante o protesto em que participou: “Após cerca de uma hora, eu busquei o líder do protesto e nós conversamos sobre qual seria o objetivo final”, afirmou Lynn ao jornalista LZ Granderson, do Los Angeles Times.
“Depois dos protestos, o que vai mudar de fato? Foi aí que fiquei um pouco desapontado, porque não existe um plano. O protesto estava ali para ajudar as pessoas a se expressarem, mas sem uma visão final, um plano”, continuou explicando o treinador de 51 anos.
“Todo o sacrifício e o protesto, eu queria saber o final disso, se algo vai acontecer. Eu não quero estar fazendo isso novamente daqui 20 anos, então estou buscando formas de sentar numa mesa e ter conversas sobre este sistema quebrado”, prosseguiu Lynn.
O treinador, que entra em sua quarta temporada no cargo dos Chargers, continuou: “Mas isso que está acontecendo, com policiais utilizando de força bruta e homens negros desarmados morrendo, e as pessoas brancas achando que podem usar seu ‘privilégio’ para ameaçar pessoas negras, como aquela mulher branca fez no Central Park, isso é ridículo”.
“Como nós podemos afetar este tipo de mudança? Onde está a responsabilidade pra este tipo de m…? É nesta situação que estou agora. Estou bravo, estou irritado e eu não quero fazer apenas uma declaração ‘bonitinha'”, finalizou o head coach.
O mundo dos esportes está recheado de declarações desde que o policial Derek Chauvin imobilizou George Floyd por mais de oito minutos, pressionando seu joelho contra o pescoço de Floyd enquanto ele estava algemado no chão, causando seu falecimento.
O comissário da NFL, Roger Goodell, emitiu uma declaração oficial, afirmando que a liga está comprometida a servir como uma “agente” para ajudar nas mudanças sociais.
Ainda na mesma entrevista, Lynn contou um caso de racismo que viveu recentemente: “As luzes se acenderam, eu encostei meu carro, e a primeira coisa que o policial perguntou quando me viu foi se eu estava em liberdade condicional ou se eu já havia sido preso na vida”.
Imagem: Reprodução Vídeo/Site Los Angeles Chargers