Williamson se lesiona, Maye dá show e North Carolina vence Duke
Em jogo marcado por lesão de estrela, Tar Heels dominam do começo ao fim e batem Blue Devils
A noite prometia. Ingressos esgotados a preço de Super Bowl. Maior rivalidade da NCAA Basketball em quadra. Um jogo que tinha nome e sobrenome: Zion Williamson. Porém, a decepção foi gigante. A estrela universitário sofreu uma lesão no joelho e esteve em quadra por apenas 36 segundos. Com isso, #1 Duke (23-3), time de Zion e que jogava em casa, acabou superada com facilidade por #8 North Carolina (21-5) por 88 a 72, na noite desta quarta-feira (20).
“Obviamente, quando você perde o candidato a jogador nacional do ano”, começou o técnico Mike Krzyzewski, “haverá lacunas que você tem que ajustar.” Ficou nítido que a liderança em jogo de Williamson fez falta aos Blue Devils pelas palavras de outro calouro sensação, Cam Reddish: “Foi apenas um choque para nós. Obviamente, estamos acostumados a jogar com ele, então sem ele foi muito difícil. Sentimos sua falta hoje.”
Na plateia, nomes como Barack Obama, Spike Lee e Ken Griffey Jr que esperavam ver os voos de Zion, porém, não saíram tão decepcionados em termos de atuação. Isso porque Luke Maye deu um verdadeiro show. O camisa 32 de UNC prometia um grande embate contra Williamson e sem o rival, brilhou quase que de forma única. Foram 30 pontos e 15 rebotes. “Sempre tivemos nosso destino à nossa frente”, disse Maye.
Além do pivô, Cameron Johnson esteve impecável com 26 pontos, 7 rebotes e 4 assistências. Os Tar Heels provaram seu ponto de apostar em jogadores mais experientes. Do quinteto titular, três estão em seu último ano de NCAA (Johnson, Maye e Kenny Williams). Do banco, os dois atletas com mais minutos em quadra entre os reservas, Brandon Robinson e Seventh Woods, estão em seu terceiro ano.
O momento da lesão de Williamson:
Logo no começo, aconteceu o lance que será comentado por toda a semana. Williamson tentou um giro pelo garrafão e caiu de forma desajeitada. Seu tênis estourou e parece ter desequilibrado o atleta. A Nike, marca do calçado do camisa 1, divulgou uma nota sobre o ocorrido: “Estamos obviamente preocupados e queremos desejar a Zion uma rápida recuperação. A qualidade e o desempenho de nossos produtos são de extrema importância. Embora seja uma ocorrência isolada, estamos trabalhando para identificar o problema.”
O jogador saiu de quadra com uma entorse leve no joelho que impediu seu retorno ao confronto. Ainda não se tem uma previsão sobre a situação de Zion para a sequência da temporada universitária. Contudo, pelo que apresentou em quadra, Duke torce para que isso seja o mais rápido possível. Sem sua referência, a equipe se tornou presa fácil para UNC. Reddish e Barrett tentavam de tudo para suprir a falta de Williamson. Os Blue Devils forçavam bolas de três que não se mostravam efetivas. Tanto que ao final do duelo, os donos da casa obtiveram apenas 20,5% de aproveitamento nos chutes de longa distância.
Enquanto isso, Maye era soberano no garrafão. Contando com boa noite de Johnson, North Carolina parecia jogar em casa. A tranquilidade foi tanta, que a equipe pôde se dar ao luxo de uma péssima noite, assim como Duke, nas bolas de três. Os visitantes encaixaram apenas 10% das tentativas. Contudo, na defesa, os Tar Heels conseguiam com certo esforço parar os rivais. No final da primeira etapa, 42 a 32 para os visitantes.
Na volta dos vestiários, Duke seguia se esforçando. Barrett (33 pontos e 13 rebotes) liderava o time no ataque, distribuindo o jogo. Reddish (27 pontos), na ausência de Williamson, era mais acionado ainda que o habitual. Porém somente os dois tiveram números relevantes pelos Blue Devils. Tre Jones, outro calouro que têm se destacado, saiu do jogo com apenas um arremesso certo em 11 tentativas.
Uma atuação memorável de Maye:
North Carolina controlou muito bem o ímpeto dos donos da casa na segunda etapa. Mesmo com a torcida fazendo a sua parte, Duke não conseguia segurar os rivais. Próximo à metade da etapa final, os visitantes abriram 20 pontos de vantagem numa bola de três de Coby White. Ali, ficou latente que a equipe não seria capaz de reverter o quadro. Por fim, o placar de 88 a 72 pareceu justo pelo que ambas equipes apresentaram.
“Você entra com o seu plano de jogo, entra no jogo e, depois de 36 segundos, sai um dos seus principais jogadores”, disse Barrett. “Foi difícil para nós nos recuperarmos disso, e North Carolina realmente nos bateu o tempo todo.”
“Primeiro, estou pensando se ele está bem, cara”, disse Luke Maye, após o confronto, sobre Zion. “Eu não quero ver alguém se machucar, especialmente um cara desse calibre, e espero que ele faça uma recuperação rápida. Mas quando ele cai, eu obviamente estou tentando atacar – e eu ia fazer isso. Iria tentar entrar e trabalhar de dentro para fora e apenas jogar meu jogo do jeito que eu sei que posso fazer”, concluiu a estrela da noite.
North Carolina não vencia uma equipe número 1 do ranking desde 2013, quando bateu Michigan State. O time se recoloca na briga e iguala a campanha de Duke na conferência (11-2). A revanche deste duelo já está marcada: no dia 9/3 os times voltam a se enfrentar, dessa vez em Chapel Hill, casa dos Tar Heels. Será que veremos Zion Williamson lá?
O próximo duelo de North Carolina é no sábado (23), em casa, contra Florida State. Já Duke viaja para duelar contra Syracuse no mesmo dia.
Foto: Twitter / North Carolina