Virginia segura Purdue na prorrogação, mesmo com atuação histórica de Carson Edwards
Cavaliers ignoram os 42 pontos do armador rival e se classificam para o Final Four
No que possivelmente foi o melhor confronto do March Madness até aqui, Virginia Cavaliers bateu neste sábado (31) a equipe de Purdue Boilermakers pelo placar de 80 a 75, apesar da noite fantástica do armador Carsen Edwards, autor de 42 pontos na partida. Com o título da Região Sul do torneio, é a primeira vez em 35 anos que os Cavaliers vão ao Final Four. O time de Tonny Bennett agora aguarda o vencedor do duelo deste domingo entre Kentucky e Auburn.
O confronto
Os primeiros minutos resultaram em um verdadeiro bombardeio: o aproveitamento de ambas as equipes beirava os 80%. Cada um adotava a estratégia que utilizou durante todos seus primeiros jogos da pós-temporada.
Como já era de se esperar, Purdue apostava no perímetro. Uma das equipes mais prolíficas do país nesse quesito logo de cara já mostrava seu cartão de visitas. Ryan Cline e Carsen Edwards tomava conta da área de fora do arco. Somados, foram seis bolas de três na primeira etapa.
Enquanto isso, Virginia dominava o interior. Já que seus armadores estavam muito bem marcados, o técnico Tony Bennett resolveu concentrar suas ações no garrafão, especialmente com Mamadi Diakite. O ala guineense vem numa crescente absurda e se mostrando cada vez mais importante para o plano de jogo defensivo e ofensivo. Diakite terminava o primeiro tempo com 5-8 no aproveitamento e 10 pontos. Os dois times foram para os vestiários com o placar de 30 a 29 a favor de Purdue.
Carsen Edwards' #Elite8 highlight tape is one for the ages. 👏#MarchMadness | @BoilerBall pic.twitter.com/Vz3v41c0PA
— NCAA March Madness (@MarchMadnessMBB) March 31, 2019
Os 16 pontos de Carsen Edwards no primeiro tempo já impressionavam. O que ninguém esperava era que o armador ainda teria um desempenho ainda na volta do intervalo. Com arremessos do perímetro dos mais diversos estilos, distâncias e dificuldades, Edwards chegou aos 42 pontos e carregou os Boilermakers até o final da partida – nenhum outro jogador da equipe atingiu a marca dos dígitos duplos. As 28 bolas de três convertidas durante todo o torneio tornaram Carsen Edwards o maior recordista deste quesito na história, ultrapassando ninguém menos que Stephen Curry em sua passagem por Davidson.
Em compensação, Purdue continuava sofrendo com Virginia e seu jogo de garrafão. Os big men dos Cavaliers se sobressaíam perante ao fraquíssimo bloqueio para rebote defensivo do treinador Matt Painter. Tony Bennet, então, começou a explorar outras armas ofensivas, como as bolas de três. O armador Kyle Guy se mostrou um atleta extremamente decisivo para a partida – 25 pontos no total, sendo 21 apenas na segunda etapa.
A duas jogadas do paraíso
Restando pouco menos de 20 segundos, o placar maracava 69 a 67 para Purdue. Grady Eifert havia garantido um rebote ofensivo importantíssimo que obrigou o adversário a fazer a falta em Ryan Cline para o cronômetro não correr. Cline acertou o primeiro lance, mas errou o segundo, o que deu sobrevida aos Cavaliers.
Matt Painter optou por não correr o risco e fazer a falta antes que o oponente empatasse o jogo com um arremesso de três. E lá foi Ty Jerome para a linha com cinco segundos para o fim Assim como Cline, o primeiro. Mais uma vez Purdue não conseguiu o rebote defensivo e a bola sobrou para Virginia. Foi então que num ato de coragem (e loucura, afinal estamos no March Madness), Kihei Clark ao invés de arremessar de muito longe preferiu fazer um passe longo bem arriscado para Diakité, que se encontrava na região dos dois pontos. Bem, o resto é história. Overtime. Confira abaixo
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Na prorrogação, um herói improvável porém bem conhecido deu as caras. DeAndre Hunter, jogador com maior cotação para o draft de todo elenco de Virginia, resolveu aparecer. O armador até que teve seus seis pontos, mas se mostrava completamente apático e bem abaixo de sua média de pontuação. Nos cinco minutos mais decisivos de sua carreira, chamou o jogo para si e converteu duas bolas importantíssimas que colocaram um ponto final na partida. Vitória dos Cavaliers.
Em dez anos comandando Virginia, Tony Bennett, considerado um dos melhores treinadores de sua geração, nunca tinha ido a um Final Four. Após diversas zoações por ter caído para um time cabeça de chave número 16 no ano passado, esse tabu não poderia ter sido quebrado em melhor hora.
Foto: Reprodução Twitter/Virginia Cavaliers