Quatro segundos. Faltavam quatro míseros segundos para o fim. O time havia acabado de sofrer uma cesta de três pontos “espírita”, que igualara o placar em 74 pontos. Só que nunca se pode duvidar das loucuras de março, mesmo quando elas acontecem em abril. E foi nisso que Kris Jenkins se apegou. Com uma bola com o cronômetro praticamente zerado, o camisa 2 de Villanova foi o herói no título do March Madness dos Wildcats, no triunfo pra cima de North Carolina por 77 a 74, nesta segunda-feira (04), em Houston – estádio dos Texans (NFL) que recebeu 74 mil pessoas.

Jenkins, que fez ótimas partidas contra Oklahoma e Kansas, não vinha tendo o mesmo destaque na decisão. O ala pivô fechou o duelo com 14 pontos. Vindo do banco, a grande surpresa foi o armador Phil Booth, que durante a temporada acumulava médias de apenas 6 pontos por jogo, anotou ótimos 20. Ryan Arcidiacono, que no ano passado decidiu retornar para uma última temporada com a universidade, se despediu da NCAA com 16 pontos e o prêmio de melhor do Final Four (Most Outstanding Player). Por North Carolina, Marcus Paige com 21 e Joel Berry II com 20 pontos, foram os principais nomes.

Nova desceu para os vestiários no intervalo perdendo por cinco pontos. O time tinha enormes dificuldades em parar as bolas de três pontos dos Tar Heels. A parada se provou ótima para os Wildcats que conseguiram encaixar a já conhecida defesa sufocante da equipe e viraram o confronto. Mais do que isso, chegaram a abrir 10 pontos de diferença, quando faltavam pouco mais de cinco minutos para a buzina soar.

A mágica de Marcus Paige:

Só que outro atleta que se despedia da sua faculdade, resolveu dificultar as coisas. Paige liderou um ótimo retorno dos Tar Heels ao duelo, com cestas decisivas. Até que no que parecia ser o derradeiro ataque do encontro, quando o placar apontava vitória de Villanova por 3 pontos apenas, o camisa 5 fez um lance digno de Stephen Curry. Faltavam apenas seis segundos para o fim. Após receber um passe ruim de Berry II, conseguiu tirar Daniel Ochefu da jogada e pulou para o arremesso. Para evitar que Arcidiacono, que chegava na marcação desse o toco, girou a bola num lindo drible. Antes de cair no chão, soltou a pelota. Cesta. Partida empatada. Um momento que beirou o inacreditável.

Crying Jordan and the NCAA title game were made for each other. Twitter didn't disappoint. https://t.co/Xq5MM4Kv8S pic.twitter.com/ZBXt3gGph6

— Sporting News (@sportingnews) April 5, 2016

Michael Jordan, extasiado, comemorava como se fosse um título do Chicago Bulls nas arquibancadas, vendo sua a universidade em que atuou conseguindo reverter um quadro completamente desfavorável. O ginásio era um misto de alegria e tristeza. Mas aquelas 74 mil pessoas não sabiam o que aconteceria a seguir.

Um arremesso para a história:

O relógio mostrava 4.7 segundos para o término. Jenkins na saída passou para Arcidiacono. O armador deu um belíssimo drible em Berry II. Quando viu as portas se fecharem, passou a bola para trás. Lá estava Jenkins, que sem tempo, rapidamente arremessou. A bola caprichosa caiu direto, seca, num “chuá” clássico. 3 pontos. Título. Festa. Villanova era campeã novamente, algo que não acontecia desde 1985.

Uma final que definitivamente ficará na história do March Madness.

Fotos: reprodução twitter