RJ Hampton surpreende, desiste do College Basketball e se profissionaliza
Armador faz surpresa e anuncia ida ao basquete australiano pulando a NCAA
Você já ouviu falar em RJ Hampton? Bom, o nome do garoto ficou girando pela mídia nesta terça-feira (28) por uma decisão que pode se tornar cada vez mais comum. O jogador decidiu “pular” a carreira universitária e deixar o Ensino Médio direto para uma liga profissional ao assinar com o New Zealand Breakers, equipe da National Basketball League (NBL), o campeonato australiano de basquete.
Hampton era considerado um recruta cinco estrelas pelos especialistas de College Basketball. O impacto da opção do garoto do Texas por se profissionalizar foi gigantesco. O armador havia recebido algumas boas ofertas de bolsa para a faculdade. Dentre elas, as tradicionalíssimas Kentucky, Duke, Kansas e Memphis. RJ assinou por dois anos com a equipe neozelandesa.
“Meu objetivo número um é jogar na NBA. Eu queria ser um jogador da NBA antes de querer ser um jogador universitário. Isso é sobre se preparar para o próximo nível de forma mais rápida e eficiente”, disse o atleta em um programa da ESPN americana. Hampton ainda comentou sobre o outro aspecto de atuar em uma equipe da NCAA: a possibilidade de conseguir um diploma universitário.
“Os meus pais foram para a universidade. Minha mãe tem seu mestrado A educação é uma grande coisa em nossa família, mas essa decisão é focada 100 por cento no basquete. Você sempre pode voltar para a faculdade, mas há apenas uma pequena janela como um atleta, onde você pode jogar profissionalmente basquete, e quero aproveitar isso. Acho que desafiar-se diariamente é a melhor maneira de melhorar.”
Hampton conseguiu ótimos números durante sua passagem pela escola secundarista Little Elm no Texas. A expectativa por sua presença no College era grande, com a possibilidade real de ser o principal jogador de um grande time. Matt Walsh, um dos donos os Breakers, comentou sobre a chegada da jovem estrela ao basquete australiano: “Será um momento de despertar para os programas da faculdade”, comentou. “As pessoas vão pensar: ‘Como as universidades o perderam para a Nova Zelândia?’”
Alguns lances de Hampton no high school:
“Big bag got em big mad 🤣” – RJ Hampton
— Ballislife.com (@Ballislife) May 28, 2019
E o melhor, para Walsh, é que o salário do atleta não custará um centavo do cofre dos Breakers. Como Hampton se juntará a equipe pelo programa chamado “Next Stars”, seu salário será bancado pela própria liga. O contrato padrão para jogadores que chegam ao basquete australiano dessa forma é de 100 mil dólares. Pelas informações cedidas pelo proprietário, RJ quebrará essa barreira recebendo um pouco mais.
O armador estará disponível para a seleção de 2020 da NBA. Porém, com a assinatura do contrato com a equipe estrangeira, fará com que a franquia da NBA que selecionar o jogador no draft tenha que compensar financeiramente o New Zealand Breakers. Caso Hampton saia na primeira rodada, de acordo com informações de Walsh, os Breakers deverão receber a quantia de 800 mil dólares.
A opção do jogador por ir até o outro lado do mundo para ser um profissional, de acordo com o próprio RJ, partiu do exemplo de Luka Doncic. “Doncic é um dos meus jogadores favoritos. Comecei a segui-lo dois anos antes dele ser recrutado e assisti pelo menos 10 jogos dele nesta temporada. Vendo como ele entrou na NBA e sendo indiscutivelmente o melhor calouro da NBA, você não tem que ir para a faculdade para ter sucesso. Jogar profissionalmente contra os homens o ajudou a chegar onde está agora. Ele não é o cara mais rápido ou mais atlético, mas chega onde quer no chão e lê melhor as defesas do que quase qualquer outro jogador na NBA”.
Hampton não é o primeiro a fazer uma ponte no basquete profissional antes de ser selecionado por uma equipe da NBA via draft. Dois famosos casos são os de Emmanuel Mudiay e Brandon Jennings. Mudiay passou por dois colégios no Kansas e decidiu assinar um contrato de 1.2 milhões de dólares com o Guangdong Southern Tigers. Devido a uma lesão, só atuou por 10 vezes pelo time, antes de ser selecionado em 2015 na sétima escolha pelo Denver Nuggets.
Já Brandon Jennings, após atuar por dois colégios no high school, ao invés de ir para a NCAA, assinou um contrato de 1.65 milhões de dólares com a Lottomatica Roma da Itália. Por lá foram 27 jogos com direito a participação na Euroleague. Depois, se tornou o primeiro jogador que pulou a universidade e atuou na Europa a ser draftado na décima escolha de 2009 pelo Milwaukee Bucks.
O destino de Hampton está traçado. Será que o jogador pode tornar a não ida para o College uma tendência?