Quem surpreendeu e quem decepcionou na temporada – SEC
SEC foi a conferência mais forte do College Football em 2015
A temporada de 2015 do futebol americano acabou e nada – mas nada mais mesmo – nos resta para fazer até o final de agosto. A offseason do College Football é extremamente parada e, para evitar possíveis surtos, vamos relembrar um pouco da temporada que se foi. Algumas lembranças são boas, outras nem tanto. Isso depende muito para qual universidade você torce.
Vamos fazer uma avaliação geral das equipes que fizeram temporada superior ou inferior às expectativas. As universidades que fizeram uma campanha “na média” ficarão de fora neste caso.
Avaliação geral da conferência: Não há o que questionar: a SEC é a conferência mais forte de todo o College Football. Pelo segundo ano consecutivo, todas as equipes da divisão oeste foram à Bowl Season. Em jogos contra times de outras conferências, todos – com exceção de Arkansas e South Carolina – venceram ao menos três jogos, o maior índice da NCAA. As defesas, como sempre, continuaram implacáveis e entre as melhores do país, mas alguns ataques também conseguiram figurar entre os melhores. Em suma: a conferência é extremamente poderosa.
Quem surpreendeu
Alabama Crimson Tide: Entra ano, sai ano e Alabama sempre está no topo dos rankings. Por quê então a surpresa? Há ao menos dois anos, analistas apostam em uma queda de desempenho da equipe, que a impossibilitasse de lutar pelo título da SEC e, consequentemente, pelo título nacional. E tudo caminhava para que isso realmente acontecesse: o time perdeu para Ole Miss em casa pela primeira vez na história e vinha jogando mal. Mas, os mais experientes já sabem: nunca duvide de Nick Saban e sua trupe. Depois da derrota, Alabama derrotou uma emergente Georgia fora de casa – o mesmo pode ser dito para Texas A&M – venceu LSU e foi a primeira equipe a conseguir parar o running back Leonard Fournette. Superou adversários indigestos, como Tennessee, e derrotou Michigan State com uma facilidade tão grande que nos fez colocar em xeque o mérito do adversário em ter ido aos playoffs. A conquista do título nacional coroou uma temporada em que muitos desacreditavam no sucesso do Crimson Tide. Tudo isso foi fruto do grande trabalho geral da universidade, que teve o melhor recrutamento do país nos últimos 5 anos (dados do 247Sports), além de contar com a sua inquestionável defesa e com um incipiente ataque poderoso que, sob as mãos de Lane Kiffin, não depende apenas da sua fora defensiva para vencer.
Florida Gators: Com um treinador totalmente novo e recebendo um programa cheio de atribulações do seu antecessor, seria um ano de reconstrução para os Gators. Seria. Após um começo lento, o time superou a tudo e a todos até a suspensão do quarterback Will Grier. Com exceção da derrota para LSU, o time venceu enquanto podia. A claríssima queda de desempenho do ataque afetou a equipe como um todo e impediu sonhos mais altos, mas o resultado ainda foi muito superior ao esperado.
Mississippi State Bulldogs: O time sofreu uma verdadeira “limpa” após o fim de 2014, quando o time fez a melhor temporada desde 1999 e quase conquistou o título nacional. As previsões eram extremamente catastróficas: muitos colocavam o time como o pior da divisão oeste da SEC. Alguns até apostavam que o time não conseguiria vencer seis jogos. Por mais fraco que o time fosse, a previsão não se confirmou: sob o comando do quarterback Dak Prescott – um dos pouquíssimos jogadores que não se foi na temporada anterior – o time perdeu apenas para rivais divisionais fortíssimos, como Alabama, LSU e Ole Miss. Com a vitória fácil na Bowl Season sobre NC State, Mississippi State ficou com apenas uma vitória a menos do que no ano anterior e com um time bem pior do que aquele.
Quem decepcionou
Auburn Tigers: É difícil explicar o que aconteceu. Cotada para título nacional, o time rapidamente se tornou uma decepção: quase perdeu para Jacksonville State, da FCS, logo na segunda semana de temporada, levou uma verdadeira surra de LSU e viu seu quarterback titular, Jeremy Johnson, virar motivo de piada entre os rivais com suas atuações muito abaixo do esperado. Com muita sorte, ainda conseguiu se tornar elegível para a Bowl Season, mas não sem ser última colocada na SEC West. A vitória sobre Memphis no Birmingham Bowl agradou, mas foi muito pouco para o tamanho do programa.
Texas A&M Aggies: Entra ano, sai ano e ainda há quem se iluda com Texas A&M. Também cotada para título nacional – como quase todas as equipes da divisão oeste da SEC antes dos jogos internos da conferência – o time até começou bem, mas desandou após a derrota para Alabama e apresentou desempenho sofrível, principalmente no ataque. Antes pirotécnico, o ataque dos Aggies foi o que menos pontuou entre todos os times da SEC West. A defesa, comandada pelo ex-coordenador defensivo de LSU, John Chavis, até segurou enquanto possível, mas foi insuficiente. Para piorar, o futuro é extremamente nebuloso: dois quarterbacks pediram transferência da equipe só neste ano, o que indica que o programa enfrenta problemas sérios. O treinador Kevin Sumlin tem um abacaxi gigante para descascar em 2016.
Missouri Tigers: Missouri é a equipe do improvável: se surpreendeu positivamente em 2014, com o título da SEC East, desta vez decepcionou até mesmo os mais céticos. Com inúmeros problemas internos dentro da universidade – casos de racismo no campus de Columbia, a ausência de medidas contra tais e a ameaça de boicote dos jogadores negros de atuarem culminaram no pedido de renúncia do reitor da universidade – não havia como o desempenho dentro de campo não ser afetado. Sem o quarterback Maty Mauk, lesionado – e agora fora da universidade para sempre – e com seu reserva apresentando um desempenho horrível, vieram derrotas inacreditáveis, como as sofridas contra Kentucky e Vanderbilt, conhecidas por serem as piores da SEC. Com a saída do técnico Gary Pinkel, que se aposentou, será tarefa de Barry Odom reconstruir o programa.
Kentucky Wildcats: Futebol americano não é a praia da universidade, mas o time consegue superar todas as expectativas de decepção. A equipe começou com um inacreditável 4-1 – incluindo uma vitória sobre a ranqueada Missouri – todos foram levados a crer que este seria o ano para finalmente voltar a disputar um Bowl, o que não ocorre desde 2010. Porém, o time conseguiu perder seis dos últimos sete jogos – inclusive contra Vanderbilt – e fechou mais uma temporada vendo os Bowl Games pela televisão e esperando o time de basquete da universidade não decepcionar. De novo.
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