Quem surpreendeu e quem decepcionou na temporada – Pac-12
Conferência ficou marcada pela insanidade geral e por muitos upsets
A temporada de 2015 do futebol americano acabou e nada – mas nada mais mesmo – nos resta para fazer até o final de agosto. A offseason do College Football é extremamente parada e, para evitar possíveis surtos, vamos relembrar um pouco da temporada que se foi. Algumas lembranças são boas, outras nem tanto. Isso depende muito para qual universidade você torce.
Vamos fazer uma avaliação geral das equipes que fizeram temporada superior ou inferior às expectativas. As universidades que fizeram uma campanha “na média” ficarão de fora neste caso.
Avaliação geral da conferência: A Pac-12 foi a conferência mais interessante e competitiva de se acompanhar em 2015. Com tantos times fortes, ocorreu praticamente um assassinato coletivo das equipes, principalmente na fortíssima divisão sul. A consequência mais óbvia de tanta competitividade foi a impossibilidade de colocar sua campeã – Stanford – no College Football Playoff, por ter perdido duas partidas. Por esse motivo, não superou a SEC em qualidade e será abordada hoje.
Quem surpreendeu
Washington State Cougars: Trevas e solidão pareciam estar prontamente destinadas aos Cougars após a vergonhosa derrota sofrida em casa contra Portland State, da FCS. No entanto, o time fez provar durante a temporada que o revés fora um grande acidente de percurso: foram oito vitórias nos 11 jogos subsequentes, incluindo triunfos contra Oregon e UCLA, ambos fora de casa. Na Bowl Season, vitória sobre Miami (FL) no Sun Bowl e a certeza de que o time superou as expectativas postas antes da temporada começar.
Quem decepcionou
USC Trojans: Não foi Oregon a decepção do ano da Pac-12: USC a foi. Com um programa tradicionalíssimo, fortemente candidata a título nacional nos rankings de pré-temporada e com um elenco totalmente montado, o time viu sua chance de título ir embora com apenas quatro semanas de temporada. Depois disso, não houve muito o que fazer. O time ainda produziu alguns upsets, como no jogo contra Utah, mas decepcionou novamente no final da temporada ao perder o Holiday Bowl pra fraca equipe de Wisconsin. Muito se deve aos problemas de alcoolismo que culminaram na demissão do treinador Steve Sarkisian após a derrota para Washington – os quais comprometeram todo o ano dos Trojans – mas isso não esconde o fato do comando atlético da universidade ter falhado em tomar as decisões mais adequadas.
Colorado Buffaloes: Apesar da pouca expressão do programa dentro da Pac-12 (ainda mais na insana divisão sul, onde sempre foi saco de pancadas), esperava-se que, no terceiro ano de Mike MacIntyre no comando, o time conquistasse as seis vitórias necessárias para ir à primeira Bowl Season desde 2006. Porém, um time que começa uma com derrota para Hawaii já tem sua temporada condenada. Depois disso, o time conquistou vitórias apenas contra programas fracos – à exceção da rival Colorado State – e perdeu jogos dentro da conferência por placares apertados, que culminaram na trágica campanha com 4-9.
Arizona Wildcats: Apesar de não ter um programa de futebol americano tão tradicional, o time era relativamente forte e já havia provado isso em 2014, quando conquistou a Pac-12 Sul. Para 2015, não se esperava algo diferente, e o começo da temporada dava a entender perfeitamente isso. Porém, as esperanças caíram por terra logo nos dois primeiros jogos dentro da conferência, com derrotas acachapantes. Depois disso, o time passou por altos – como uma vitória por 37-30 sobre Utah, tirando a equipe completamente da luta por título nacional – e baixos – como a surra por 49-3 sofrida contra Washington. Chegou à Bowl Season no limite – seis vitórias – para derrotar New Mexico no New Mexico Bowl, ainda assim pouco para o tamanho do programa.
Arizona State Sun Devils: A maior rival de Arizona também contava com expectativas altas para 2015, com o diferencial de não ter conseguido iludir o seu torcedor em nenhum momento da temporada. Na estreia, uma derrota acachapante contra Texas A&M. Depois, vitórias sofridas sobre Cal Poly (FCS) e New Mexico, seguida de outra surra sofrida contra USC (e em casa). O fraco desempenho dava a entender que o time sequer iria conquistar as seis vitórias necessárias para se tornar elegível, mas o time também conseguiu produzir um upset sobre UCLA e derrotou, no penúltimo jogo da temporada regular, a rival estadual Arizona para se tornar elegível para a Bowl Season. Mas como a alegria durou pouco em Tempe nesse último ano, os Sun Devils perderam para West Virginia no Cactus Bowl e fecharam com a sua primeira temporada com recorde negativo desde 2011.
Oregon Ducks: Para o torcedor que se acostumou com Oregon no topo e lutando por título nacional em praticamente todos os anos, 2015 foi ano terrível para os Ducks. De fato, foi um ano muito abaixo do esperado: derrotas como a sofrida contra Utah em casa, a pior da história sofrida dentro do Autzen Stadium, são dignas de esquecimento. Porém, Oregon fez uma boa temporada dentro da medida do possível: com uma defesa que figurou entre as piores do país em jardas cedidas por jogo e por jogada, com um quarterback titular vindo de transferência de uma universidade da FCS faltando pouco mais de duas semanas para a temporada começar (e frise-se, Vernon Adams foi um quarterback extremamente prolífico para Oregon enquanto foi titular) e com um reserva na posição que, sinceramente, não seria titular em praticamente nenhuma universidade da FBS (ele foi titular no jogo que culminou na acachapante derrota para Utah e na virada espetacular de TCU no Alamo Bowl, depois de estar ganhando por 31-0), os Ducks tiveram fatos positivos. O time derrotou Stanford fora de casa, atuou muito bem contra USC e, não fosse a derrota contra Washington State em casa, teria ido para a decisão da Pac-12 pelo segundo ano consecutivo. E isso depois de contar com uma equipe praticamente desmanchada após um sensacional 2014. O grande questionamento é: o que será do futuro de Oregon? O treinador Mark Helfrich conta com inúmeros problemas – principalmente na posição de quarterback – e terá que lidar muito bem com isso caso não queira repetir ou até ir pior do que em 2015.
Fotos: Flickr