Quem surpreendeu e quem decepcionou na temporada – Big XII
Apesar de enviar seu campeão para os playoffs, desempenho geral não foi satisfatório
A temporada de 2015 do futebol americano acabou e nada – mas nada mais mesmo – nos resta para fazer até o final de agosto. A offseason do College Football é extremamente parada e, para evitar possíveis surtos, vamos relembrar um pouco da temporada que se foi. Algumas lembranças são boas, outras nem tanto. Isso depende muito para qual universidade você torce.
Vamos fazer uma avaliação geral das equipes que fizeram temporada superior ou inferior às expectativas. As universidades que fizeram uma campanha “na média” ficarão de fora neste caso.
Avaliação geral da conferência: com exceção das quatro potências atuais, a Big XII não empolgou. Os ataques seguiram fortes e potentes, mas, ao mesmo tempo, o desempenho geral das defesas continuou horrível – Kansas terminou a temporada como a pior defesa da FBS em jardas cedidas por jogo, seguida por Texas Tech. Por isso, pode ser considerada a pior conferência do Power Five em 2015, apesar de levar um time ao College Football Playoff.
Quem surpreendeu
Oklahoma State Cowboys: Se perguntássemos antes da temporada de 2015 começar sobre a possibilidade de título da Big XII para Oklahoma State, não acharíamos um cidadão com resposta afirmativa sobre isso. Como quem não quisesse nada, o time foi conquistando vitórias aos poucos até chegar ao ponto de quase ninguém conseguir parar. Se não fosse o quase, talvez o time tivesse se saído ainda melhor. A equipe derrotou TCU e chegou a ficar com campanha 10-0 e ranqueada em 4º, mas as derrotas para Baylor e Oklahoma – neste jogo que intitulava-se como “a final da Big XII”, já que o vencedor da partida faturava a conferência na ausência de um Championship Game – acabaram com a possibilidade de playoff. Na Bowl Season, deu o azar de pegar uma Ole Miss em alta e sequer teve chances de vencer.
Oklahoma Sooners: Sim, eles surpreenderam. Em uma conferência que apontava Baylor e TCU como francos favoritos ao título da Big XII, o time conseguiu surpreender os críticos. Primeiro, vencendo adversários que ameaçavam derrubar a equipe da luta pelo título nacional, como Tennessee e West Virginia. Depois, ao sobreviver ao “novembro sangrento” e derrotar Baylor, TCU e Oklahoma State por três semanas consecutivas e conquistar o título da Big XII. Apesar da queda para Clemson na semifinal, a temporada contou com muito mais prós do que contras. Chegar aos playoffs foi difícil e não teria sido possível sem o seu grande ataque, com nomes como o quarterback Baker Mayfield, o running back Samaje Perine e o wide receiver Sterling Shepard.
Quem decepcionou
Kansas Jayhawks: O programa de futebol americano de Kansas é um símbolo do total desperdício de dinheiro da própria universidade. Não que as equipes atléticas não devam investir, porém chega a ser ridícula a quantidade de dinheiro despejada para o programa retomar os seus tempos de glória comparada com o resultado alcançado. A campanha 0-12 em 2015 foi a pior da história da universidade – foi apenas a segunda vez em toda a sua história que Kansas terminou uma temporada sem vencer nenhuma partida. Mesmo com uma comissão técnica totalmente nova, não há uma justificativa plausível para perder para South Dakota State, da FCS, e outras equipes levemente superiores, mas também pouco capazes de derrotar os Jayhawks com tanta facilidade como foi nesse ano. Muito disso é culpa da defesa pedestre, a pior do país em jardas cedidas por jogo e em pontos cedidos por partida. 2016 há de ser um novo ano para o programa, ou o treinador David Beaty começará a sofrer consequências.
Texas Longhorns: Um programa destruído. Isso foi o que Texas se tornou. Fora da Bowl Season apenas pela terceira vez em 21 anos e com duas temporadas seguidas com campanha negativa pela primeira vez desde as temporadas 1988/89, o fracasso não está apenas nos números. Surras sofridas contra Notre Dame e TCU deixaram os torcedores dos Longhorns simplesmente estarrecidos. Derrotas são normais e fazem parte do jogo, mas tratando-se da universidade mais tradicional do estado mais fanático por futebol americano no país, uma campanha 5-7 – apesar das vitórias sobre Oklahoma e Baylor – é extremamente decepcionante para a grande base de fãs da equipe. Charlie Strong, em seu terceiro ano no comando, nunca viu seu cargo de treinador mais ameaçado do que agora. 2016 será o “agora ou nunca” para ele.
Kansas State Wildcats: Não é fácil colocar Kansas State como decepção, mas faz-se necessário. Mesmo sem grandes expectativas sobre o time, a equipe vinha de um excelente 2014. Porém, diferentemente do ano anterior, o time sequer conseguiu ser competitivo dentro da Big XII, embora tenha feito duelos equilibradíssimos contra Oklahoma State e TCU, quando quase arrancou upsets. A temporada só foi salva com três vitórias dentro da conferência nas últimas três partidas – contra Iowa State, Kansas e West Virginia, sendo a vitória contra esta última por um placar apertado. O Bowl Game contra Arkansas apenas comprovou o fraco desempenho geral do time, incapaz de derrotar times mais fortes. De fato, não é fácil treinar Kansas State, um programa pouco atraente e que raramente recruta bem. Bill Snyder tem muito mérito em ter conseguido manter o time no topo por tanto tempo, mas no alto dos seus 76 anos de idade e sendo o treinador mais velho de toda a FBS, deveria pensar em se retirar definitivamente caso não tenha mais condições de tornar a equipe competitiva. Com contrato até o fim de 2017, os torcedores ainda esperam que o fraco desempenho no ano passado tenha sido passageiro e já tenha ido embora.
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