[PRÉVIA] Famous Idaho Potato Bowl – Akron Zips vs. Utah State Aggies
Por Felipe Michalski
Horário: 18h30 – JOGO COM TRANSMISSÃO AO VIVO NA ESPN+
Local: Albertson’s Stadium, Boise, Idaho
É inegável: é um dos bowls menos interessantes de todos. Akron não é uma equipe hegemônica em seu estado (Ohio) – aliás, nem de perto -, Utah State não é uma equipe hegemônica em seu estado. Ambos sofreram para garantir a tão sonhada vaga na Bowl Season, o que pode tornar o jogo interessante ou não.
Akron, se for levada em conta, não possui nenhum – frise-se, nenhum – fator diferencial. Seu quarterback, Thomas Woodson, lançou para pouco mais de 2 mil jardas e 16 touchdowns. Para quem foi titular durante uma temporada inteira, são números fracos. O principal corredor da equipe é Conor Hundley, com 883 jardas corridas e 10 touchdowns. Números como esses colocam o time como o 3º pior ataque em jardas totais da MAC – míseras 363 jardas por jogo. Não fosse a eficiência defensiva, a universidade estaria relegada ao nada: o setor é o que menos cedeu jardas por jogada na conferência, com média de 4,84. Foi suficiente para garantir sete vitórias e uma vaga na Bowl Season. Resta saber se isso será suficiente para vencer.
Do lado de Utah State, Chukie Keeton deve ser o quarterback titular – o que inspira preocupação, pois para cada touchdown lançado, são duas interceptações. Ele se lesionou na Semana 3 e perdeu parte considerável da temporada, mas sua volta será importante para as ambições do time, ainda mais se levarmos em conta que os Aggies possuem uma média inferior a 7 jardas por passe. Isso, aliado a um fraco jogo terrestre – o 4º pior da Mountain West – tornam a unidade uma das piores da conferência. O que salva mesmo, assim como em Akron, é a defesa, principalmente contra a corrida. No geral, é a 2ª melhor da Mountain West, com 4,93 jardas cedidas por jogada.
Para quem espera um jogo com muitos pontos, lamento: este dificilmente o será. Mas paciência, ainda temos mais de 30 bowls.
O palco da partida
O Albertson’s Stadium é a casa da equipe de futebol americano da Boise State University desde 1970, inicialmente para uma capacidade de 14,5 mil torcedores. Com a rápida expansão do programa (o time saiu da Division II para a FCS – antiga Division I-AA – em 1977 e desta saiu para a FBS em 1996), a universidade resolveu aumentar a capacidade do estádio aos poucos, até chegar aos atuais 36.387 torcedores. Apesar da capacidade relativamente baixa, o estádio é considerado um dos piores lugares para um adversário atuar, com intensidade de barulho semelhante a de estádios com capacidade de até 100 mil torcedores. Não à toa, Boise State não havia perdido mais de um jogo em casa por ano desde 1999, quando em 2015 perdeu para New Mexico e Air Force.
Uma das particularidades do estádio é o gramado azul. Sim, azul. Você não está sofrendo de daltonismo ou qualquer outro problema de visão. Desde 1986, esta é a cor do gramado, permitida pela NCAA. Muitos adversários reclamam até hoje da vantagem trazida pela cor do gramado ao time, já que estes estão acostumados e, como Boise State joga toda de azul, os adversários sofrem mais para tackleá-los por conta da dificuldade de reconhecimento inicial. Por causa disso, a Mountain West proibiu o uso do smurf turf (em referência à cor azul dos Smurfs no filme homônimo) em 2011. Porém, diante da possibilidade de saída de Boise State para a Big East, uma das exigências para a sua manutenção na conferência era a permissão para poder atuar com o gramado azul.
Eventualmente, a universidade cede o estádio – principalmente durante o período da offseason – para amistosos internacionais de futebol. Em uma das oportunidades, no final do mês de julho deste ano, Athletic Bilbao e Tijuana se enfrentaram. Para isso, foi necessário “retirar” o gramado azul e voltar ao tradicional verde, o que gerou polêmica.
Se o jogo não for fator suficiente para lhe incentivar a partida, ainda existem duas razões:
- A partida é transmitida ao vivo na ESPN+.
- O gramado. Já tá bom?