Michigan State choca o mundo e despacha Duke e Zion Williamson
Spartans conseguem segurar estrelas de Duke e voltam ao Final Four quatro anos depois
De um lado Mike Krzyzewski. Do outro, Tom Izzo. No duelo entre os dois, Coach K levava vantagem por 11-1. Mas a freguesia, na noite deste domingo (31) as coisas mudaram. No que parece ser a despedida de Zion Williamson do College Basketball, Michigan State surpreendeu o mundo. Jogando de forma muito aguerrida e liderados por Cassius Winston, os Spartans bateram Duke por 68 a 67 e voltam ao Final Four do March Madness, algo que não ocorria desde 2015.
Winston ofuscou Williamson. A máquina de Duke fez grande jogo, mas o veterano armador dos Spartans brilhou nos momentos certos. Foram 20 pontos e 10 assistências. Além disso, foram quatro roubadas de bola para o jogador. Outro atleta decisivo foi Xavier Tillman. Depois de cometer um turnover no fim do embate, o ala foi preciso numa assistência para um arremesso de três pontos que definiu o placar. Tillman deixou a quadra com 19 pontos e nove rebotes.
O confronto deve, muito provavelmente, ter marcado o fim da passagem de Zion Williamson pelos Blue Devils. A estrela tem tudo para ser a primeira escolha do próximo draft da NBA. E o adeus foi com uma partida monstruosa. O camisa um anotou 24 pontos e recuperou 14 rebotes em mais um duplo-duplo. RJ Barrett marcou 21 pontos, mas cometeu sete turnovers e deixou o embate marcado por um erro de lance livre decisivo nos segundos finais.
A bola que definiu o confronto:
What a CLUTCH 3️⃣ to put @MSU_Basketball up ✌️! #MarchMadness | #Elite8 pic.twitter.com/OX5Dpe9OgL
— NCAA March Madness (@MarchMadnessMBB) March 31, 2019
“Eu queria fazer tudo o que pudesse para que minha equipe nos levasse a esse ponto. Estamos trabalhando muito para ter que parar agora”, disse Winston após o triunfo heróico. “Winston foi quem fez a diferença”, comentou Coach K. “Ele estava marcando ou ajudando. Ele é o melhor armador que jogamos contra”, encerrou o técnico que não leva os Blue Devils ao Final Four desde 2015, quando conquistou o título.
“Estamos muito chateados, obviamente, mas parabéns Michigan State”, expôs Williamson. “Basta olhar em volta do vestiário e ver seus colegas de equipe, seus irmãos e você apenas acha que esse grupo provavelmente nunca mais jogará junto novamente”. O indício é claro de que as estrelas novatas do time devem dar adeus ao College rumo a NBA.
O duelo começou truncado. As duas equipes haviam feito o dever de casa e anulavam os ataques com certa facilidade. A primeira escapada no placar ficou por conta de Michigan State. Numa enterrada de Matt McQuaid, os Spartans colocaram 12 a 05 na contagem. Só que quem conta com Williamson e Barrett nunca fica muito tempo atrás. A dupla trouxe Duke de volta a partida. Somado a um bom momento de Reddish, os Blue Devils colocaram 30 a 21 em bola de três de Barrett.
Foi então que Izzo parou o confronto. E a parada foi fundamental para MSU. Depois que o comandante travou o confronto, os Spartans anotaram 13 pontos seguidos, sem sofrer nenhum. Winston guiava o ataque e fazia ótima marcação em Jones, que não distribuía o jogo por Duke. Tillman era o ponto de desafogo no ataque quando era necessária uma bola longa. E com isso, o time foi ao vestiário vencendo por 34 a 30.
Tillman fez um grande jogo:
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A volta para o segundo tempo marcou uma virada no jogo. Zion Williamson não parecia disposto a entregar a classificação com facilidade. O ala ligou o famoso “playoff mode” de LeBron James e passou a atropelar tanto no ataque, quanto na defesa. Durante os quatro primeiros minutos da etapa final, somente o camisa um pontuou pelos Blue Devils. E quando não foi ele, Jones marcou numa bandeja dando a liderança para o time, 42-41.
Durante boa parte do segundo tempo, houve troca na liderança. Nunca um time abriu mais do que quatro pontos neste momento. Até que com dois minutos para o final, Barrett encaixou uma linda cesta de três pontos e colocou Duke à frente por 64 a 63. Coach K parou o jogo para alinhar a defesa. E a parada funcionou. Javin DeLaurier conseguiu um bom rebote e Williamson resolveu no ataque, 66-63 com apenas 1:44 restando.
Izzo pediu tempo. Tillman cortou a diferença para apenas um ponto, 66-65. Barrett tentou a cesta, mas acabou errando. Kenny Goins conseguiu recuperar a posse e ainda brilhou quando ninguém esperava. Com apenas 39 segundos para o final, encaixou uma belíssima bola de três que não só virou o jogo para Michigan State, como deu uma vantagem de dois pontos para o time. 68 a 66 e tempo de quadra para Duke.
A lenda de Michigan State, Magic Johnson:
Spartan Family. 👏@MagicJohnson | @MSU_Basketball #MarchMadness | #FinalFour pic.twitter.com/G7wcJZyxxf
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Faltando apenas seis segundos, a derradeira chance dos Blue Devils. Barrett recebeu falta de Tillman embaixo da cesta. Dois lances livres que poderiam levar o duelo para a prorrogação. Mas, a estrela canadense falhou. Errou o primeiro. E na tentativa de realmente errar no segundo, acabou acertando. Sem tempos para pedir, Duke precisava cometer faltas. Após conseguir fazer a primeira, ainda precisava de mais uma para levar Michigan State para a linha de lance livre. Tillman foi dar a saída e Barrett falhou novamente: não conseguiu parar Winston que recebeu uma bola rápida e só precisou correr para o ataque e garantir a vitória para os Spartans. Os Blue Devils, enfim, estavam eliminados.
Tom Izzo não se conteve no final do jogo. Com lágrimas no rosto, o técnico comentou a felicidade que estava sentido: “Eu amo todos vocês, eu agradeço a todos vocês. Vejo vocês em Minneapolis”. Quem esteve torcendo pelos Spartans in loco foi Magic Johnson. O lendário armador guiou Michigan State ao título do March Madness de 1979, em cima de Indiana State de ninguém menos que Larry Bird. Será um sinal de que o futuro dos Spartans será o mesmo?
Michigan State encara Texas Tech em busca do sonhado título nacional. Do outro lado da chave, Auburn e Virginia duelam em busca da outra vaga. Num dos March Madness mais loucos da história, tudo pode acontecer em Minneapolis, palco do Final Four.
Foto: Twitter / Michigan State