Miami vence Florida na abertura da temporada do futebol americano universitário
Duelo entre duas das maiores universidades do estado teve emoção até o fim
Nada poderia simbolizar mais o college football do que o jogo que deu o pontapé inicial para a temporada do mesmo. Inúmeras faltas e turnovers por pura inexperiência dos atletas, os special teams fazendo “gracinhas” e o principal: emoção até o fim. Assim podemos definir a vitória de #8 Florida Gators sobre Miami Hurricanes por 24 a 20 na noite deste sábado(24), no Camping World Stadium, em Orlando (FL). O jogo ainda marcaria o reencontro dos head coachs Manny Diaz e Dan Mullen: Diaz serviu como coordenador defensivo para Mullen em Mississippi State em 2010 e 2015.
Definitivamente não foi uma partida bonita de se ver. Se por um lado o quarterback dos Hurricanes Jarren Williams fazia sua estreia na NCAA, quem parecia estar com aquela “ansiedade de novato” era justamente seu oponente, Feleipe Franks. O signal-caller cometeu três turnovers que ajudaram Miami a se sustentar na partida. A defesa dos Gators teve que se sobressair sobre a inexperiente linha ofensiva dos “Canes” para a equipe de Dan Mullen sair com a vitória.
Agora, ambos os times vão receber um merecido descanso e só irão atuar daqui a duas semanas, no dia 7 de setembro. Florida recebe a equibe de UT Martin Skyhawks, da Football Championship Subdivision (a “segunda divisão” do futebol americano universitário), enquanto Miami vai até Chapen Hill enfrentar o rival de conferência North Carolina Tar Heels.
O confronto
Parecendo um veterano, Jarren Williams conduzia com maestria a primeira campanha do ataque de Miami até a red zone. Marcar touchdowns nas últimas 20 jardas do campo era um problema para o time em 2018. E persistiu. Um sack acabaria com as chances e abriria o placar com um field goal de 36 jardas convertido pelo kicker Bubba Baxa.
A resposta de Florida veio de maneira bem rápida. Após a defesa dos Hurricanes conseguir forçar um 3&out, Mullen optou por realizar um fake punt, com sucesso. Na jogada seguinte, o polivalente Kadarius Toney recebeu uma bola na linha de scrimmage num play action, quebrou 5 tackles e anotou um TD gigante de 66 jardas. Os Gators viravam o jogo, 7 a 3.
No começo do segundo quarto, o maior símbolo de Miami na temporada passada finalmente reapareceu: a turnover chain (corrente do turnover), entregue a todo atleta da defesa que conseguir roubar a bola do ataque adversário). E sem miséria. Feleipe Franks cometeu fumble numa read option. Na campanha seguinte, o quarterback fez um toss para o running back Malik Davis, que não conseguiu segurar a bola. Florida fazia de tudo para colocar Miami no jogo, mas o ataque dos Hurricanes também não produzia.
Um field goal e um touchdown do tight end Brevin Jordan na parte final do período colocaria os Gators numa situação delicada. Miami ia para os vestiários com a liderança no placar, 13 a 7.
Na volta para o segundo tempo, Dan Mullen tratou de incentivar seus jogadores de defesa e deixar claro que a vitória passava pelas mãos deles. E deu certo. Jarren Williams não teve a mesma tranquilidade para trabalhar no pocket como tinha na primeira etapa. A linha ofensiva começava então a evidenciar suas fraquezas perante a sua inexperiência. Ambos os OTs eram calouros e cometiam erros de novatos, tanto em faltas como em leituras erradas de bloqueio. Isso serviu para a linha defensiva de Florida ter uma noite inesquecível: foram 10 sacks e 16 tackles para perda de jardas.
Um field goal para os Gators no início do terceiro quarto esquentaria as coisas. Na campanha seguinte, o retornador de Miami Jeff Thomas cometeu um fumble no punt e entregou a bola para o adversário já na red zone. Feleipe Franks lançou para o running back Lamical Perine que entrou facilmente na end zone. Florida 17 a 13.
Após o touchdown de 50 jardas do running back de Miami DeeJay Dallas, no começo do último quarto, uma sucessão de erros cometidos por ambas equipes. Franks foi interceptado num passe totalmente despretensioso. Em seguida, Miami perdeu um field goal de 27 jardas. Coube ao quarterback de Florida acalmar as coisas e liderar a equipe até a end zone. Florida tomava a frente novamente, 24 a 20.
A parte mais emocionante ficou para o final. Foi de certa forma bizarro, porém de fato cheio de dramaticidade. Miami tinha a posse da bola faltando pouco mais de oito minutos para o fim. Williams conseguiu conduzir o sistema ofensivo até a linha de 30 jardas do ataque, mas a quarta descida não foi convertida. Os Gators anotaram outro sack, deixando Miami numa situação complica, já que restavam quatro minutos no relógio e o time não tinha mais timeouts para pedir.
Para Florida, era só administrar o jogo com corridas e deixar o tempo correr, certo? Ledo engano. Franks lançou uma interceptação que deixou Miami já no campo de ataque. Florida ainda teve duas faltas de interferência no passe a seu favor – inclusive uma em quarta descida faltando 34 jardas (!!!) que resultaram em primeiras descidas automáticas. Na jogada decisiva, uma quarta descida já entrando na red zone, Williams não conseguiu segurar o snap e teve que lançar a bola já caído. Em vão. Vitória de Florida.
Foto: Reprodução Twitter/Florida Gators