Mesmo quase sem QB, Baylor vence North Carolina com muita criatividade
Com 2 QB's lesionados e abusando da formação wildcat, Bears voltam a vencer um bowl; Goff e Fournette também dão show
Você é técnico de um dos bons times do College Football. A situação que se desenha é a seguinte: seus dois principais quarterbacks, o melhor recebedor e um dos principais corredores estão machucados. Em números, são 80 touchdowns fora da disputa do Russell Athletic Bowl. O cenário é desolador, certo? Não para Baylor, que com um esquema de jogo extremamente criativo, derrotou North Carolina na Florida por 49 a 38.
Sem Seth Russell (lesão no pescoço), Jarrett Stidham (tornozelo), Corey Coleman (hérnia) e Shock Linwood (pé) ficaram de fora. A solução encontra pelo técnico Art Briles foi deixar os snaps na mão de nada menos que quatro jogadores. Apenas um deles era quarterback: Chris Johnson. Os outros eram Johnny Jefferson e Devin Chafin (running backs), além de Lynx Hawthorne (wide receiver). Abusando da formação wildcat, os Bears tiraram os Tar Heels do prumo.
Quarterback pra que, se você tem Johnny Jefferson!
WATCH: Johnny Jefferson had a special, special game. 23 carries, 299 yards, 3 TDs. #SicUNC https://t.co/fs5Tbmi5Of
— Baylor Football (@BUFootball) December 30, 2015
“Nós nos sentimos bem com isso. Os nossos jogadores foram preparados”, disse Kendal Briles, filho do técnico Art e coordenador ofensivo de Baylor. “A partir de um todo, apesar da adversidade que passamos neste ano, os rapazes se mantiveram juntos como uma equipe deve fazer em momentos difíceis”.
Johnny Jefferson foi o grande nome do duelo. O running back em 23 carregadas, conseguiu 3 touchdowns e estabeleceu um novo recorde de jardas no bowl com 299, o que perfaz um média de incríveis 13 jardas por corrida. Lançou ainda 24 jardas.
Durante o primeiro tempo, os Bears abriram sua campanha não conseguindo converter uma quarta descida. Após isso, North Carolina abriu o placar após lançamento de Marquise Williams nas mãos de Brandon Fritts.
O lance parece ter acordado o ataque dos Bears. Foram quatro touchdowns seguidos, todos correndo com a bola. Dois com Jefferson, um com Hawthorne e outro com Chafin. Mas nesse meio tempo, os Tar Heels também conseguiram pontuar. Dois TD’s e um field goal de 32 jardas deixaram tudo em 28 a 17.
Melhor que carro! Vai de 0 a 80 jardas em poucos segundos:
WATCH: Here's Johnny…. Jefferson houses it from 80 yards out. Now with 259 yards and 3 TDs on 15 carries. #SicUNC https://t.co/IPFypyh6Ku
— Baylor Football (@BUFootball) December 30, 2015
Na volta do intervalo, NC conseguiu encostar mais ainda. Williams correu para uma jarda e diminuiu para 4 pontos a vantagem. Só que Baylor conseguiriam dois lances chaves para consolidar a vitória: primeiro um touchdown de Terence Williams abriu a vantagem para 35 a 24. Depois, quando North Carolina estava na linha de 2 jardas do ataque, o linebacker Aiavion Edwards dos Bears conseguiu forçar um fumble e a equipe recuperou a bola na endzone.
O golpe foi tão forte que na primeira jogada pós fumble, Jefferson correu 80 jardas para ampliar ainda mais a diferença: 42 a 24. A partir daí, o jogo ficou controlado. E mesmo com alguns touchdowns saindo, para os dois lados, pouca coisa mudou. O placar final ficou em Baylor 49, North Carolina 38. Uma vitória e tanto, para um time completamente desfalcado.
Melhores momentos de Baylor 49, North Carolina 38:
Jared Goff quebra recordes de Rodgers e Mariota em vitória sobre Air Force
Se você é torcedor dos 49ers ou dos Browns, preste muita atenção a este nome: Jared Goff. O quarterback de California deu uma aula de futebol americando, lançando 6 touchdowns e 467 jardas para dar a vitória para seu time contra Air Force no Armed Forces Bowl, por 55-36.
Na vitória, o QB conseguiu números impressionantes: possui o recorde de TDs lançados na Pac 12, com 43, um ano após Marcus Mariota, hoje no Tennessee Titans, conseguir 42. Superou ninguém menos que Aaron Rodgers, que era o antigo recordista em jardas num bowl pela universidade com 394, na vitória sobre Virginia Tech por 52-49 em 2003.
“Ele é definitivamente um cara bom para idolatrar”, disse Goff sobre Rodgers. “Ele fez um monte de coisas grandes aqui”, completou.
Marcação dupla? Problema algum para Jared Goff:
The last touchdown: https://t.co/mi87ZrtbC6 (watch now on @ESPN)
— Cal Football (@CalFootball) December 29, 2015
A expectativa agora é: Goff irá para o draft da NFL? O atleta pode atuar por mais um ano por Cal. E é isso que os torcedores cantaram nas arquibancadas do duelo com Air Force, com as palavras: “One more year” (mais um ano). “Eu estava cantando também”, disse Sonny Dykes, técnico dos Golden Bears, tirando risos dos repórteres na coletiva de imprensa pós-jogo.
Goff completou ainda, relembrando uma situação que já havia passado, só que como torcedor da universidade: “É engraçado”. “Eu era uma daquelas crianças cantando para DeSean Jackson cerca de 10 anos atrás. É hilária essa situação”.
#LoseForGoff vai bombar nos times da NFL pós-bowl:
With this touchdown, @BryceTreggs just tied his father for eighth on Cal's career receiving touchdown list. https://t.co/Nt1GqNr6tw
— Cal Football (@CalFootball) December 29, 2015
Um dado sobre o jogo? Se somarmos as jardas totais de Air Force, chegamos a 434. “Sozinho”, Goff produziu 467. Tem franquia na NFL coçando as mãos e cantando: “Skip the last year” (pule o último ano) para o camisa 16 dos Golden Bears.
Melhores momentos de Cal 55, Air Force 36:
Com show de Fournette, LSU bate Texas Tech e fatura Texas Bowl
Cinco touchdowns, 212 jardas correndo e 256 jardas totais. Dúvidas sobre quem foi o MVP do Texas Bowl? Leonard Fournette mostrou todo o seu repertório atlético na, apesar de não parecer, difícil vitória de LSU sobre Texas Tech por 56 a 27, que valeu o Texas Bowl aos Tigers.
Com 10:28 do terceiro quarto, os Red Raiders perdiam por apenas um ponto. O duelo estava bastante disputado. Só que uma corrida de 43 jardas de Fournette, para virar o confronto, parece ter acordado LSU. Foram 5 touchdowns em sequência, que resultaram no elástico placar de 56 a 27.
Cansei de correr, vou mergulhar agora, diria Fournette:
https://vine.co/v/iqHV7blZ2bQ
O nome do jogo pouco falou sobre a vitória e a atuação. Com respostas curtas e sucintas, disse que “a noite foi produtiva”, sobre seus números. Falando sobre ter feito uma recepção para touchdown, foi ainda mais direto: “Eu gosto de correr a bola, não gosto de fazer recepções”.
O técnico Les Miles (LSU) resumiu bem a atuação do camisa 7: “Esta é uma noite que Leonard Fournette poderia ter de novo e de novo e de novo”, disse. “Não chamaria isso de rotina, porque ele não é só um corredor, ele é especial. É rápido, forte e capaz de liderar o time nos piores momentos”, finalizou.
(Fotos: reprodução twitter)