Liberty University anuncia ascensão para a elite do College Football em 2018
NCAA aprova pedido da universidade, que ainda sem conferência definida, sofrerá processo de reclassificação
A Liberty University, faculdade privada católica do estado da Virgínia, vive alguns dos mais importantes dias de sua história. Nesta quinta-feira (16), em movimentação surpreendente, a NCAA aprovou o pedido da universidade para fazer parte da FBS, a primeira divisão do College Football. Os Flames irão competir como universidade independente na FBS a partir de 2018. O time jogava na Big South, da FCS (segunda divisão no futebol americano).
O programa, em iniciativa do recém contratado diretor atlético Ian McCaw, decidiu em janeiro deste ano enviar um protocolo para a NCAA e incluir o time na FBS de maneira independente, já que nenhuma conferência aceitou a entrada da universidade até o momento. O resultado final só saiu nesta quinta e, a não ser que receba alguma proposta futura, continuará sem conferência.
Turner Gill, treinador de Liberty, tem experiência comprovada na FBS. O comandante treinou Buffalo de 2006 a 2009, e passou por Kansas de 2009 a 2010. Os Flames abrem a temporada de 2017 enfrentando Baylor fora de casa.
“Hoje é um dia especial para o departamento atlético e programa de Liberty”, disse McCaw. “Estamos muito contentes com a visão de liderança que nosso presidente mostrou ao conquistar essa vaga na elite do College Football.”
No entanto, o desafio será enorme atuando na principal divisão universitária. Liberty conquistou apenas 4 vitórias e somou 21 derrotas contra equipes da FBS. E ao contrário de Appalachian State, que venceu 3 títulos da FCS de 2005 a 2007, ou Marshall, que venceu o título da FCS em 1992 e 1996 antes de se transferir para FBS em 1997, Liberty nunca sequer competiu pelo título da segunda divisão do futebol americano universitário.
A movimentação realizada pelos Flames é extremamente rara. Outras universidades já entraram para a FBS inicialmente como independentes, mas como parte do processo de transição para uma conferência – caso de Western Kentucky em 2008.
Nos próximos anos, Liberty sofrerá um processo de reclassificação feito pela NCAA. A transição funcionará da seguinte forma:
2017
Praticamente nada muda. Todos os 11 jogos previamente marcados (entre jogos fora e dentro da conferência) estão mantidos, o time continuará competindo na Big South e fará parte da FCS. A única mudança é que, devido à transição, Liberty estará inelegível para os playoffs da FCS neste ano.
2018
Liberty entra para a FBS como universidade independente. Por estar em transição, está inelegível para jogar um Bowl Game mesmo que conquiste ao menos seis vitórias. Liberty obrigatoriamente terá que marcar ao menos três jogos em casa contra times da FBS. Apesar da universidade já cumprir o requisito de ter um estádio com capacidade de ao menos 15 mil torcedores (o atual estádio comporta 19,2 mil), mais 6 mil lugares devem ser construídos. Além disso, o programa irá transicionar de 63 bolsas (entre totais e parciais) da FCS para as 85 bolsas totais na FBS.
2019
Liberty está elegível para a pós-temporada. Neste ano, terá que marcar ao menos cinco jogos em casa contra times da FBS e todas as 85 bolsas devem estar disponíveis.
Foto: Twitter / Liberty University