Estrelas comentam sobre decisão da NCAA de remunerar atletas
Comitê de Governantes aprova emenda que autoriza regras para que uso da imagem seja remunerado
O Comitê de Governantes da NCAA colocou em pauta uma forma para que os alunos-atletas que estejam na universidade e disputando suas competições passem a serem reconhecidos por isso. A votação para permitir que os atletas se “beneficiem do uso de seu nome, imagem e semelhança” foi aprovada por unanimidade.
É bom frisar que tal votação não abre o precedente para que as faculdades passem a pagar os jogadores. Agora, a NCAA passa a estudar uma forma para que esta remuneração aconteça. Para isso, o Comitê delegou para cada uma das três divisões da NCAA estudos que viabilizassem estas regras até janeiro de 2021.
Tal notícia rapidamente se espalhou e teve reflexos em grandes nomes dos EUA. LeBron James foi um dos primeiros a comentar ao escrever um tweet dizendo que havia sido “um belo dia para todos os atletas universitários daqui para frente! Obrigado por me permitir trazer mais luz para eles. Estou muito orgulhoso da equipe da @uninterrupted [plataforma liderada por James], focando nisso e em todos os que lutam nessa batalha. Não é uma vitória, mas um começo!”
Its a beautiful day for all college athletes going forward from this day on! Thank you guys for allowing me to bring more light to it. I’m so proud of the team at @uninterrupted bringing focus on this and to everyone who has been fighting this fight. Not a victory but a start! 🙏🏾
— LeBron James (@KingJames) October 29, 2019
É bom lembrar que LeBron James Jr, filho do astro, atua pela equipe de basquete de Sierra Canyon, tradicional escola de ensino médio nos Estados Unidos. Aos 15 anos, Bronny está próximo de assinar com uma equipe do College Basketball se assim desejar. O jovem já recebeu propostas de faculdades como Kentucky.
Quem também se manifestou sobre o assunto foi a EA Sports. Conhecida por ter criado os jogos de College Football durante alguns anos, a desenvolvedora, através de seu CEO Andrew Wilson, em entrevista ao Wall Street Journal, disse que “nossa posição é que adoraríamos construir um jogo. Se houver um mundo em que as pessoas que governam essas coisas sejam capazes de resolver como pagar aos jogadores pelo uso de seu nome, semelhança e estatísticas e dados, saltaríamos para o oportunidade de construir um jogo em um piscar de olhos”, comentou.
O ano de 2013 marcou a última vez que um jogo da modalidade foi lançado. A produção foi interrompida quando Ed O’Bannon abriu um processo de ação coletiva em relação ao uso de sua semelhança no game. A EA criava atletas com nomes genéricos, mas características e estatísticas semelhantes aos jogadores que estavam no College. A desenvolvedora afirma que sempre desejou remunerar os atletas por tal, mas esbarrou nas dificuldades impostas pela NCAA sobre o assunto.
Bernie Sanders, candidato a presidência dos Estados Unidos, também se posicionou. Disse, também em um tweet, que a “NCAA lutará contra qualquer tentativa de compartilhar seus bilhões com os jogadores. Atletas universitários são trabalhadores. Eles merecem remuneração, uma associação e receber por seu próprio nome, imagem e semelhança.”
É bom se atentar as entrelinhas da proposta. O Comitê afirma que deu a missão para que as divisões criem suas regras para que os atletas sejam beneficiados. Porém, avisou que estes ainda são amadores. Com isso, estudantes e não podem ser considerados como funcionários da universidade, o que dificulta um pouco a resolução para um pagamento.
Tudo isso nasceu porque o Governador da Califórnia, Gavin Newsom, assinou recentemente um projeto de lei que foi elaborado pela senadora democrata Nancy Skinner, que concedia aos atletas da NCAA os direitos de utilização de sua semelhança e também que impedia as universidades da Califórnia de punir atletas por aceitarem dinheiro de patrocínio, a partir de janeiro de 2023. O problema é que o projeto ganhou adeptos de outros estados, como a Flórida, que desejou informações sobre para aplicar da mesma forma.
Para que não perca o controle sobre tudo, a NCAA corre desesperadamente para aprovar esta remuneração sob seus próprios termos. Uma das maiores lutas dos esportes universitários dos EUA começa a ganhar contornos reais e as cenas dos próximos capítulos devem gerar bastante interesse de todas as partes.
Foto: Twitter / Clemson