Com terceiro quarto fulminante, Georgia bate a rival Georgia Tech
Equipe de Kirby Smart faz os ajustes necessários e marca 21 pontos na volta dos vestiários
“Clássico é clássico e vice-versa”. A semana 14 do college football mais conhecida como rivalry week, sempre reserva grandes emoções, mesmo envolvendo potências e times medianos à época. Mas não foi o que aconteceu na tarde deste sábado (30) no “Clean, Old-Fashioned Hate Classic”. A equipe de Georgia Bulldogs não tomou conhecimento e venceu a rival Georgia Tech Yellow Jackets por 52 a 7 no Bobby Dodd Stadium, em Atlanta (GA).
Apesar dos quatro touchdowns e 254 jardas lançadas pelo quarterback Jake Fromm, o grande destaque da partida foi a defesa dos Bulldogs que neutralizou todo o ímpeto ofensivo adversário, sobretudo no primeiro tempo, quando o placar ainda estava apertado.
O próximo compromisso do time comandado por Kirby Smart já é no próximo sábado (7) contra a cabeça-de-chave número 1 do país LSU Tigers na final da Conferência SEC. Como não conseguiu se classificar para a temporada de bowls, Georgia Tech só volta a entrar em campo em setembro de 2020.
O confronto
Georgia Tech entrou na partida como uma das piores defesas contendo o jogo corrido, cedendo quase 205 jardas por jogo. Mas Kirby Smart resolveu começar o jogo de maneira bem agressiva, testando o poderio aéreo. Sem sucesso.
O quarterback Jake Fromm não mostrava sintonia com seus recebedores e as primeiras duas campanhas resultaram num total de seis jogadas e apenas quatro jardas – os três pontos inaugurais só foram possíveis graças a um bom retorno de punt que colocou os Bulldogs já no campo de ataque.
A boa notícia para Georgia é que o ataque adversário apresentava-se ainda pior. Foram três three and outs seguidos para o setor do coordenador ofensivo Dave Patenaude. Vinte das últimas 38 campanhas de Georgia Tech não resultaram em first down – o que explica muito o fato da equipe ter apenas três vitórias na temporada.
Os Yellow Jackets ainda estão se adaptando a um novo estilo de jogo após a aposentadoria do lendário treinador Paul Johnson. Johnson foi um dos responsáveis por implementar e popularizar a triple option no college football, método que deu dor de cabeça para muitas defesas de equipes tradicionais do país.
O ataque dos Bulldogs só foi desencantar a partir da terceira campanha. Boas corridas da dupla de running backs D’Andre Swift e Brian Herrien possibilitaram Fromm a se sentir confortável para trabalhar no pocket. Foi assim que os Bulldogs chegaram em seus dois primeiros touchdowns na partida.
Apesar do começo inconsistente, a inoperância ofensiva do adversário e o talento dos seus jogadores já colocavam os Bulldogs com 17 pontos na frente ao fim do primeiro quarto.
Georgia Tech só foi ter sua primeira chance no campo de ataque com três minutos corridos no segundo período – isso devido a um erro do time de especialistas de Georgia. O retornador Dominick Blaylock deixou a bola do punt escapar e ela se ofereceu para um jogador dos Yellow Jackets. A resposta foi imediata e James Graham achou Tyler Davis na end zone.
Antes da partida, o treinador Geoff Collins falou que para vencer uma equipe forte como Georgia seu time teria que ser agressivo. E lá foram eles. Onside kick logo após o TD, recuperado. Porém o ataque novamente não produziu nada e Georgia Tech teve que ir pro pro punt.
Os Bulldogs e proporcionaram outro turnover, agora um fumble de Swift, que colocou os Yellow Jackets novamente no campo de ataque. Desta vez as corridas funcionaram e o time ficou em posição de chutar um field goal, mas o kicker errou uma tentativa de apenas 27 jardas.
Após um drive contundente, o confiável kicker Rodrigo Blankenship também errou um FG que iria colocar Georgia à frente novamente por 13 pontos no intervalo. Georgia 17, Georgia Tech 7.
Os ajustes e a bronca de Kirby Smart no vestiário surtiram efeito e Georgia voltou para o terceiro quarto lembrando a equipe que se classificou para a final nacional do ano passado: defesa sólida e ataque dinâmico. Foi assim que os Bulldogs deram uma surra nos Yellow Jackets nesse período: 21 a 0. Como parâmetro, Fromm lançou para 149 jardas apenas nesses 15 minutos – o QB tinha apenas 105 jardas considerando o primeiro tempo inteiro.
A má notícia ficou por conta da lesão de Swift, que saiu de campo com dores no ombro após sofrer outro fumble. Ainda não há nenhuma definição quanto a sua situação para o jogo contra LSU.
Outra dúvida para o duelo decisivo contra os Tigers é o WR George Pickens. Autor de cinco TDs e 457 jardas recebidas na temporada, Pickens se envolveu em uma briga logo após uma pontuação de sua equipe. Há grandes chances do jogador ser suspenso pelo menos durante o primeiro tempo (punição comum no âmbito universitário).
Com o jogo já decidido, Kirby Smart resolveu colocar os reservas em campo no último quarto – período perfeito para ver quem serão as estrelas do futuro do time. É o caso da dupla de running backs Zamir White (melhor jogador da posição da última classe do high school) e James Cook (irmão de Dalvin Cook, atleta do Minnesota Vikings). Os dois running combinaram para 60 jardas em apenas 9 tentativas.
Foto: Reprodução Twitter/Georgia Bulldogs