Com excelente atuação defensiva, Clemson vence Syracuse fora de casa
Adversário vinha incomodando a potência universitária nos últimos anos; Trevor Lawrence e Travis Etienne não impressionam
Cabeça-de-chave #1, Clemson Tigers até que teve suas recaídas, mas conseguiu vencer Syracuse Orange sem grandes problemas por 41 a 6 na noite deste sábado (14) no Carrier Dome, em Nova Iorque. A defesa foi o grande destaque da partida: além de não ceder um touchdown, a unidade do assistente técnico Brent Venables teve sete sacks e 15 tackles para perda de jardas.
O duelo já contava com um histórico não muito agradável para os então franco favoritos no duelo. O time do técnico Dino Barbers tem sido uma verdadeira pedra no sapato para Dabo Swinney: em 2017, Eric Dungey anotou 3 TDs e ‘Cuse cometeu o upset; no ano passado, Clemson ia perdendo a partida até o minuto final, mas Travis Etienne conseguiu a virada.
Na próxima semana, os dois times terão oponentes do Group of Five, o conjunto das cinco conferências mais fracas da primeira divisão do college football, em suas agendas. Syracuse volta a jogar no Carrier Dome, desta vez contra Western Michigan. Já Clemson tem tudo para chegar à quarta vitória consecutiva ao enfrentar Charlotte, da C-USA, também dentro de casa.
O confronto
O quarterback Trevor Lawrence e o running back Travis Etienne, dois candidatos seríssimos ao prêmio Heisman, não conseguiram se destacar tanto. Apesar de bater sua própria marca individual de jardas em uma partida (395), Lawrence teve duas interceptações na partida. Etienne terminou o jogo com 75 jardas, mas sem touchdowns.
Syracuse começou com uma tática defensiva bastante interessante, trazendo mais pressão com blitzes nos early downs com o argumento que o passing game de Clemson agora é bem mais presente se comparado aos dois outros confrontos. Só que a resposta de Clemson foi ainda mais esperta.
Com passes mais rápidos e para fora do campo nas primeiras descidas, Dabo Swinney era capaz de abrir o campo para o quarterback Trevor Lawrence e fazer o coordenador defensivo de Syracuse, Brian Ward, pensar duas vezes antes de mandar blitzes. Em seguida, o signal-caller de Clemson arriscava um passe longo.
Assim surgiu o primeiro touchdown do jogo, com um fake screen seguido de um passe na rota fly para Amari Rodgers. O wide receiver terminou a partida com incríveis 121 jardas e 2 TDs. Seu companheiro Tee Higgins também foi muito bem, anotando 150 jardas de recepção.
A estratégia ofensiva de Cuse também era bem clara. Correr com a bola no interior da linha e tentar pegar a agressiva defesa de Brent Venables desguarnecida também com alguns lançamentos mais compridos. Só que ambos os planos da equipe para neutralizar seu oponente foram por água abaixo.
Dino Barbers apresentava uma linha ofensiva totalmente remendada e fora de sintonia. Três jogadores começaram a partida pela primeira vez em suas respectivas posições: lesionado, o C titular deu lugar ao LT; o RT titular passou para a esquerda e o RT reserva subiu uma posição no depth chart. Era tudo o que Venables queria para impor dominância por parte da sua unidade.
Clemson agora joga numa espécie de 3-2-6, ou seja, três DLs e seis na secundária. Essa quantidade exarcebada de jogadores na parte mais funda do campo permite que Venables trabalhe um esquema muito híbrido e para que seus safeties flutuem e lotem o box, confundindo totalmente o ataque adversário. O esquema deu certo: foram sete sacks e diversas faltas por parte da OL de Syracuse.
Trevor Lawrence também mostrava também pode castigar defesas com os pés ao apresentar boa leitura e mobilidade nas zone reads. O quarterback de Clemson terminou a partida com 42 jardas terrestres e um touchdown.
Um par de FGs ainda colocava a equipe de Barbers no jogo, mas o 17 a 6 no placar no intervalo não representava o volume de jogo da partida.
Na volta dos vestiários, as coisas ficaram um pouquinho mais tensas. Trevor Lawrence lançou duas interceptações nos três primeiros drives. É a segunda partida na temporada que T-Law comete dois turnovers na partida. O QB dos Tigers não foi tão displicente com a bola assim em nenhum confronto no ano passado inteiro.
Só que graças ao excelente trabalho da goal line defense de Clemson – e também ao turnover bizarro do quarterback segundanista Tonny Devito, que Clemson conseguiu capitalizar em TD. Ou seja, o placar que poderia estar 17 a 13, passou a marcar 18 pontos de diferença.
A partir daí, Swinney conseguiu administrar o relógio com tranquilidade. Com oito minutos para o fim, o head coach já optava por colocar os reservas em campo. Ainda daria tempo de Clemson aumentar a vantagem no placar com um TD de 57 jardas do running back Chez Mellusi.
Foto: Divulgação Twitter/Clemson Tigers