Clemson e Alabama vencem e decidem o College Football Playoff
Com show de seus quarterbacks, Tigers e Bama vão disputar o cobiçado troféu de campeão nacional no próximo dia 11
“Deshaun Watson é o melhor jogador do país. Simples assim”. “As pessoas podem ter suas próprias opiniões ou o que quiserem, mas não há um melhor do que o nº 4. Esse cara é especial em todos os aspectos.”
Com essas palavras, o técnico de Clemson, Dabo Swinney, falou sobre a incontestável vitória de seu time no Orange Bowl, quando os Tigers bateram Oklahoma por 37 a 17 no Sun Life Stadium, carimbando assim a vaga do time para a grande decisão do College Football Playoff no próximo dia 11 contra Alabama.
E os elogios não foram gratuitos. Watson realmente fez grande partida. Mesmo lançando uma interceptação, foram 187 jardas aéreas e 1 touchdown. Correndo, fez um estrago com outro TD e mais 145 jardas. Outro destaque da equipe foi o running back Wayne Gallman com 2 TDs e 150 jardas.
“Já se foram 34 anos desde Clemson teve a chance de ganhar um campeonato nacional”, disse Swinney. “Eu sabia que estaria aqui. Era apenas uma questão de quando”, emendou.
O time não entrou como favorito, apesar da campanha invicta até então. E resolveu dar uma resposta em campo. O começo foi um pouco conturbado. Na primeira campanha dos Sooners, touchdown. O drive ficou concentrado em passes de Baker Mayfield e corridas de Samaje Perine, que fechou com uma de 1 jarda que abriu a contagem.
Jogadas “fake” sempre são legais:
Gutsy call on 4th down and the fake punt pays off! #ALLIN pic.twitter.com/JZupSoL7iO
— RedditCFB (@RedditCFB) December 31, 2015
Após um field goal de Greg Huegel de 26 jardas que diminuiu a diferença para 7-3, veio uma das grandes jogadas do duelo. Clemson seguia para um ataque provavelmente não resultaria em nada além de um punt. Numa 4ª para 4 jardas, o punter Andy Teasdall foi para o chute, que na verdade era um fake punt. E mostrou talento para a principal posição do futebol americano. Com um lindo passe achou o defensive tackle Christian Wilkins, que por sua vez poderia fazer as vias de wide receiver, numa bola de 31 jardas que parece ter sido o “click” que os Tigers precisavam para começar a atuar. O drive resultou em um touchdown de Watson, numa corrida de 5 jardas, 10 a 7.
Um dia normal na vida de Deshaun Watson:
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Com três campanhas que resultaram em FG, dois para Clemson e um para Oklahoma, o placar mostrava 16 a 10 para os Tigers. Só que antes do fim do primeiro tempo, Mark Andrews recebeu boa bola de Mayfield para virar o jogo e levar os Sooners para o intervalo com vantagem de 1 ponto, 17 a 16, já que no último drive de Clemson, Watson acabou interceptado.
Na volta dos vestiários, Watson e Gallman começaram a infernizar a vida da defesa de Oklahoma. O segundo rapidamente deu novamente a liderança para o time com uma corrida de 1 jarda para a endzone. Depois, Watson deu bela bola para Hunter Renfrow dilatar ainda mais a vantagem, 30 a 17.
Linda bola de Watson:
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Mais um golpe nas pretensões dos Sooners veio quando B. J. Goodson interceptou Mayfield. Alguns drives depois, Gallman destruiu a defesa dos adversários com poderosas corridas e deu números finais ao placar em 37 a 17. Mayfield seria interceptado mais uma vez antes do apito final, que foi o ponto de partida para uma grande festa da torcida dos Tigers que faturaram o Orange Bowl, fizeram a dobradinha em Oklahoma, já que no ano passado venceram os Sooners pelo Russell Athletic Bowl e ainda podem se tornar a primeira equipe da história a ser campeã com um recorde de 15-0. Falta muito pouco. “Apenas” um Crimson Tide pelo caminho.
Melhores momentos de Clemson 37, Oklahoma 17:
Com (inesperado) show de Jake Coker, Alabama destrói Michigan State no Cotton Bowl
Muito se fala sobre dois quarterbacks: Paxton Lynch (Memphis) e Jared Goff (Cal). Até mesmo o adversário Connor Cook já teve seus dias de bajulação. Atuando num time que é conhecido pela força de sua defesa e de seu jogo corrido, que possui ninguém menos que o Heisman Trophy, o running back Derrick Henry, em suas fileiras, o quarterback Jake Coker por vezes pode passar despercebido.
Só que na impressionante vitória de Alabama sobre Michigan State por sonantes 38 a 0, que valeu o título do Cotton Bowl e a oportunidade de desafiar Clemson no jogo do título nacional, Coker beirou a genialidade. Foram 25 passes certos em 30 tentativas para 286 jardas e 2 touchdowns.
“Esta é uma equipa especial que eu não poderia estar mais orgulhoso de fazer parte disto,” disse Coker.
“Ele é um grande quarterback, um grande líder e pode fazer as coisas acontecerem quando precisamos dele”, comentou o recebedor ArDarius Stewart de Bama.
Quem disse que Alabama não tem o seu menino Neymar?
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Crimson Tide parecia querer dar uma resposta para a inesperada derrota nas semifinais do ano passado, quando eram favoritos e caíram para a eventual campeã, Ohio State.
“Eu acho que no ano passado, quando nós viemos para este jogo, fomos muito felizes de apenas participar”, argumentou o treinador Nick Saban. “Acho que este ano nós quisemos vencer a partida e realmente penso que os nossos rapazes tiveram uma visão do que eles queriam e alguém precisava pagar o preço, graças a toda a preparação que tivemos”, concluiu, aumentando para 9-0 seu recorde pessoal quando enfrenta antigos assistentes técnicos, como no caso Mark Dantonio dos Spartans.
É possível parar Derrick Henry?
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Completando sobre o ano passado, o técnico disse: “Talvez estivéssemos um pouco complacentes demais, e eu assumo a responsabilidade por tudo o que aconteceu”. “Todo o tempo que estivemos aqui mantivemos o foco em vencer dessa vez”, encerrou o assunto.
Sobre o jogo, o que se pode comentar é em como a defesa de Alabama não deixou que Michigan State conseguisse pensar em uma saída. Sufocando os Spartans do começo ao fim, Alabama não queria dar chance para outra zebra. Forçou duas interceptações de Cook, cedendo 16 first downs e limitando o jogo corrido dos adversários a apenas 29 jardas, perfazendo a impressionante média de apenas 1 jardas por tentativa.
Todo o swing de Nick Saban. Se não for técnico, já pode virar dançarino:
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Derrick Henry correu para “apenas” 75 jardas, mas por duas vezes tais corridas foram até a endzone. O wide receiver calouro Calvin Ridley anotou 2 touchdowns e acumulou 138 jardas, se mostrando uma ótima alternativa para quando o jogo corrido falhar.
É bom Clemson começar a temer, pois a papa títulos do College Football parece chegar a decisão em sua melhor forma.
(Fotos: reprodução twitter)