Zion Williamson deve ser interrogado sobre ‘benefícios indevidos’ recebidos em Duke
Gina Ford, ex-representante publicitária do jovem dos Pelicans, alega que ele teria sido pago para jogar nos Blue Devils
O ala-pivô Zion Williamson, do New Orleans Pelicans, recebeu uma notícia ruim, nesta terça-feira (2). O juiz David Miller, do tribunal estadual da Flórida, negou o pedido do novato da NBA para permanecer em processo de descoberta se ele era elegível pelas regras da NCAA quando jogou por uma temporada pela Universidade de Duke em 2018/19.
O juiz do 11º Circuito da Flórida determinou também que Williamson seja obrigado a responder a interrogatórios e pedidos de admissão dos advogados que representam Gina Ford e a empresa Prime Sports Marketing, que estão processando o jogador em US$ 100 milhões por violar o contrato de marketing estabelecido entre as partes.
No mês passado, os advogados de Ford pediram para Zion admitir que sua mãe e padrasto receberam “dinheiro, benefícios, favores ou outras coisas de valor” para jogar por Duke e usar produtos da Nike e da Adidas na sua carreira universitária, algo ilegal segundo as regras da NCAA.
Espera-se que os advogados de Zion entrem com um recurso no Terceiro Tribunal de Apelação da Flórida, argumentando que um caso federal anterior na Carolina do Norte envolvendo as mesmas partes e reivindicações tem procedência.
Além disso, os advogados do jovem astro da NBA pediram ainda a um juiz federal que anulasse seu contrato de marketing com Ford e a Prime Sports Marketing, alegando que não era válido, pois viola o North Carolina’s Uniform Athlete Agents Act, porque a Prime Sports não é certificada pela NBPA (associação dos jogadores da NBA) e nem possui um representante registrado na Carolina do Norte ou na Flórida.
Pelo outro lado, Ford e a Prime Sports Marketing processaram Williamson, a Creative Artists Agency (CAA) e dois de seus funcionários no tribunal da Flórida, argumentando que a CAA interferiu no acordo da Prime Sports com Williamson e que ele violou o contrato assinado de cinco anos.
“Essa questão é um boato e um engano completo”, disse Jeffrey Klein, advogado de Williamson, para o juiz Miller durante uma audiência virtual de 52 minutos na manhã desta terça-feira (2).
“Acreditamos que, por uma questão de lei, o estatuto proíbe esse contrato. A questão com relação ao status de amador, não há problema e, de fato, se eles quisessem descobrir a questão com respeito ao status de amador, a elegibilidade é uma determinação feita pela NCAA e feita por Duke. Não acho relevante aqui o que está ocorrendo, porque francamente essas determinações foram feitas… pelo Estatuto da Carolina do Norte”.
Doug Eaton, um dos advogados de Ford, argumentou que a lei da Carolina do Norte não se aplicaria a Zion Williamson se ele não fosse elegível quando jogasse pelos Blue Devils.
“A NCAA não é o árbitro final dessa questão”, disse Eaton para Miller. “Podemos estabelecer que ele não era elegível durante esse período, o que seria uma defesa da alegação de que nosso contrato era inválido. O objetivo deste estatuto é proteger os estudantes/atletas reais e elegíveis, além de estudantes/atletas do comportamento predatório dos agentes e não foi projetado para proteger pessoas que já estão aceitando benefícios indevidos”.
“Se você está aceitando benefícios indevidos, não é um aluno/atleta elegível e a NCAA pode decidir retroativamente que você não é elegível. Isso já aconteceu várias vezes antes… Essa não é uma determinação definitiva que ele é um atleta/aluno qualificado e temos a oportunidade de provar que ele não era elegível nesse período e é isso que vamos fazer”, finalizou o advogado.
Williamson se comprometeu com Duke em janeiro de 2018. Ele fez 33 aparições nos Blue Devils durante a temporada do basquete universitário de 2018/19, antes de se declarar ao Draft da NBA em 2019 . O New Orleans Pelicans selecionou o ala-pivô como a primeira escolha geral.
O americano de 19 anos, natural da Carolina do Norte, perdeu os três primeiros meses de sua temporada inaugural, após passar por uma cirurgia no joelho, antes de fazer seu jogo de estreia em janeiro deste ano.
A temporada 2019/20 da NBA está suspensa desde 11 de março, em razão da pandemia do novo coronavírus.
(Foto: Grant Halverson/Getty Images)