Uma ode a Kobe Bryant! Mamba faz 60 pontos e se despede fazendo história
Anotando 60 pontos, Kobe dá adeus à NBA com uma atuação digna de um dos maiores de todos os tempos
*Texto originalmente publicado em 14 de abril de 2016 e atualizado em 27 de janeiro de 2020, às 19h17, como parte das homenagens a Kobe Bryant
No esporte, não existem roteiros. Heróis, vilões, bandidos e mocinhos são forjados dentro das linhas que separam o campo de jogo e as arquibancadas. O que define sua posição na história é o que você faz em quadra. E Kobe Bryant fez tanto, mas tanto pelo esporte, que tem seu nome cravado na seleta categoria de gênios do basquete. E teve uma despedida digna de toda a sua carreira.
60 pontos na conta de Black Mamba. 60 pontos dentre os 101 marcados pelo time. Isso representa 59,40% da pontuação do Los Angeles Lakers na derradeira vitória da equipe sobre o Utah Jazz (101 a 96). Foi a maior pontuação de um atleta nesta temporada e a maior de Bryant desde os 61 pontos no Madison Square Garden em 2009.
Teve de tudo na despedida de Kobe? Teve sim!!!
Foi uma noite com inúmeras referências. Se o roster montado pela franquia Angelina deixou muito a desejar para o fim de um dos maiores atletas de todos os tempos dos Lakers, Kobe tratou de dar um “bico”, ou na gíria basqueteira, um “toco” nesse papo de que merecia mais. Em quadra, resolveu a parada no braço e em alguns momentos relembrou os melhores tempos de sua carreira.
Foram 23 pontos somente no último quarto. Pelas mãos do camisa 24, os Lakers tiraram uma diferença de 15 pontos. Kobe mostrava que o fim jamais poderia ser com uma derrota.
Com pouco menos de cinco minutos de confronto, a primeira mostra do show foi um toco seguido de uma cesta no contra ataque. Amigo íntimo do Staples Center, Mamba desfilava e a cada movimento de seu imperador, o ginásio vibrava e gritava “MVP, MVP, MVP”.
Não se recusa uma dança com o dono da festa:
Teve bola de três pontos, dribles, fadeaways, assistências, rebotes… Kobe, na medida do possível, parece dar uma amostra grátis de todo o talento que desfilou por 20 temporadas com a camisa amarela e roxa. Nenhum outro atleta da NBA passou tanto tempo defendendo as cores de um mesmo time.
O Jazz queria ser aquele visitante indigesto e toda vez que Mamba fazia os Lakers se aproximarem do placar, a equipe de Utah dava um jeito de escapar. Até que chegaram os últimos 12 minutos da carreira da lenda.
Adiante seu relógio. Esqueça tudo o que passou e foque quando faltavam 30 segundos para o fim. Kobe recebe a bola, vai próximo a lateral. Bate a pelota pela quadra, com passadas perfeitas, que parecem dolorosas pelo efeito do tempo. Ao cruzar para o outro lado do garrafão, um tiro. Certeiro. Mais dois pontos na conta. Dois pontos que representaram a virada, com o placar mostrando aquela altura 97 a 96 para os donos da casa. O Staples Center explode em felicidade.
Os primeiros e o último ponto de Kobe Bryant na NBA:
Houve tempo ainda para os últimos dois pontos de sua carreira, em dois lances livres. E um fato curiosíssimo encerrou o tempo de Bryant na NBA. Julius Randle pegou um rebote e passou para Kobe. Da defesa, Mamba deu um longo passe para Jordan Clarkson que enterrou com força na tabela do Jazz. Para alguém com fama de “fominha”, o camisa 24 encerrou seus trabalhos na maior liga de basquete do mundo com uma assistência. Fim de jogo, ginásio ensandecido.
“Eu acho que a parte mais importante é que todos nós ficamos juntos durante tudo isso”, disse Bryant em seu discurso de despedida. “Vocês sempre estarão em meu coração, e eu sinceramente, sinceramente agradeço. Obrigado do fundo do meu coração. Eu amo vocês”.
Infelizmente, acabou:
Kobe Bryant deixou as quadras. Para todos os fãs do basquete, do esporte em geral, seria um dia muito triste. Mas o próprio, com uma atuação de gala, digna dos melhores tempos, vai fazer esse sentimento ficar um pouquinho de lado. Afinal, foi dia de exaltar um dos maiores de todos os tempos. Obrigado. Muito obrigado, Kobe Bryant.
(Foto 1: Harry How/Getty Images)
(Foto 2: Harry How/Getty Images)