Treinadores da NBA aguardam permissão para levar famílias para ‘bolha’
Michael Malone, do Denver Nuggets, e Erik Spoelstra, do Miami Heat, relataram o desconforto com a situação e pediram para a liga revisar sua política de confinamento
Michael Malone, técnico do Denver Nuggets, completou seu 60º dia dentro da “bolha” da NBA no Walt Disney World nesta sexta-feira (4) e afirmou que sente falta de sua família, ao mesmo tempo que não entende porque seus parentes mais próximos não podem estar com ele dentro do ambiente seguro da liga.
Malone se opôs à política que diz que os treinadores são incapazes de trazer a família ou convidados para dentro da “bolha”. Alguns jogadores foram reunidos com familiares ou convidados pela primeira vez esta semana, e os árbitros tiveram a opção de trazer um convidado.
“Que vergonha, NBA. Isto é uma loucura”, disse Malone. “Sinto falta de minha família, e acho que falo por mim, falo pelos meus treinadores e provavelmente todos os treinadores que estão aqui – 60 dias e não ter acesso e não ter o privilégio de ter minha família vindo aqui, para mim, é de natureza criminosa. E isso não deveria ser assim. Não deveria ser de forma alguma”, afirmou.
E a situação pode mudar enquanto os playoffs avançam. Erik Spoelstra, técnico de Miami Heat, – que anteriormente criticou a política – disse que os treinadores da liga, liderados por Rick Carlisle, do Dallas Mavericks, estão pressionando para mudar a regra e que a NBA “não fechou totalmente, absolutamente, a porta 100%” sobre a situação.
“Entendo que estas não são decisões fáceis e este não é um período de tempo normal em nossa história”, disse Spoelstra. “Isto é sem precedentes. Você não pode comparar isto com nada mais. Você está tentando montar algo que tem protocolos, que tem estrutura, que está trabalhando em um mundo onde existe a COVID e uma pandemia global. Quanto mais pessoas você acrescentar a isso, então você também estará aumentando o risco de que algo aconteça”, ponderou o comandante do Heat.
A liga trabalhou com funcionários da Disney, bem como com as autoridades sanitárias para determinar quantas pessoas poderiam ser permitidas com segurança dentro da “bolha”. O reinício começou com 22 equipes; apenas oito permanecem, e a redução da quantidade de pessoas permite espaço para os membros da família e, em alguns casos, para o pessoal adicional das franquias entrar na “bolha”.
Spoelstra disse que os treinadores da liga simplesmente querem que a NBA considere o pedido e revise essa política. Ele não vê sua esposa e dois filhos jovens há dois meses. “Não estamos no exército. Não temos antecedentes nisto. Sinto muita falta da minha família. Estes são tempos extraordinários e esta é uma oportunidade extraordinária aqui nesta bolha. Portanto, eu entendo. Isto não é fácil”, disse Spoelstra.
Crédito da foto: Reprodução/Denver Nuggets