Ranking dos calouros da NBA 2020-2021 #1
Primeiro mês demonstrou que classe se provou mais forte que as projeções iniciais, embora sem nenhum franchise player imediato
Com um pouco mais de um mês do início da temporada da NBA, uma nova classe de calouros tem demonstrado dois apontamentos: esses atletas estão mais prontos do que se esperava, mas ainda não conseguem assumir a responsabilidade de conduzir uma franquia.
Anthony Edwards é o cestinha entre os calouros, mas não tem conseguido ser titular de um Minnesota Timberwolves cada vez mais longe dos playoffs. Já LaMelo Ball demonstra ser o mais polido desses jovens talentos e mesmo assim tem alta taxa de turnovers e irregularidades com o Charlotte Hornets.
As lesões também têm atrapalhado o desenvolvimento de algumas potenciais estrelas. Escolhidos entre os dez primeiros atletas do último Draft, Onyeka Okongwu, Killian Hayes e Obi Toppin perderam jogos importantes neste primeiro mês, sendo que Hayes deve voltar apenas em março aos Pistons.
Outros nomes passaram ‘abaixo do radar’ no Draft e já têm contribuído de forma regular para suas equipes, como é o caso de Immanuel Quickley, Tyrese Maxey e Precious Achiuwa.
Quer saber mais sobre essas certezas e dúvidas das equipes sobre suas jovens estrelas? Confira abaixo o top 10 dos calouros do primeiro mês da temporada 2020-2021 da NBA, mais um conteúdo exclusivo do The Playoffs, que irá acompanhar o desempenho deles mensalmente.
Foto: Ezra Shaw/Getty Images
1- LaMelo Ball, Charlotte Hornets (Draft: terceira escolha)
A Família Ball chegou ao seu apogeu na NBA. Com todo respeito a Lonzo, mas LaMelo é o atleta do clã com maior qualidade nas duas pontas da quadra. Charlotte é uma franquia em desenvolvimento e com um técnico como James Borrego, que já demonstrou bom trabalho em evoluir Devonte’ Graham e P.J. Washington desde que chegou na Carolina do Norte.
Mais do que uma futura ‘máquina’ de triplos-duplos, LaMelo demonstra técnica apurada na condução das jogadas e também nos arremessos, mesmo que os turnovers ainda sejam um problema nesse início de carreira na NBA (2,5 por jogo e maior média entre os calouros).
Como os Hornets já contam com Graham e Rozier para a armação das jogadas, Ball tem tido menos minutos (média de 24,6) do que seu talento e posição de escolha no Draft poderiam prever. Mas justamente essa competição interna e divisão nas responsabilidades são fundamentais para a formação de um atleta, mesmo os mais talentosos como LaMelo.
(Foto: Reprodução Twitter/Charlotte Hornets)
2- James Wiseman, Golden State Warriors (Draft: segunda escolha)
Wiseman caiu dentro de um elenco campeão como o do Golden State Warriors e por isso conta com boas peças para desenvolver o atleta. O caminho de um pivô na NBA não é fácil, mas ter alguém como Draymond Green do lado abre portas necessárias para essa evolução.
O pivô tem apresentado um bom arsenal ofensivo, com chute regular do perímetro (33,3% de aproveitamento) e muita energia ao atacar o aro. Na defesa, boa média de 1,4 toco por jogo e 5,9 rebotes por jogo, embora algumas deficiências, em especial contra atletas mais rápidos ainda são vistas.
Steve Kerr tem uma diamante nas mãos, mas ao mesmo tempo sabe que os Warriors precisam ser competitivos, mesmo sem Klay Thompson. Essa balança precisa ser equilibrada para não queimar etapas com Wiseman, sem dúvida o calouro de maior talento que chegou em São Francisco sob a batuta de Kerr.
3- Anthony Edwards, Minnesota Timberwolves (Draft: primeira escolha)
Comparado aos outros dois atletas já balizados no ranking, Edwards claramente caiu no sistema mais difícil de se desenvolver. Mesmo com a presença de peças experientes como Ricky Rubio, os Timberwolves têm um time ainda em construção e o ala ainda precisa buscar espaço nessa fundação.
Prova é que Edwards não começou nenhuma partida como titular na temporada, embora tenha bons 24,8 minutos de média em quadra. Mesmo assim é difícil mensurar a importância de Edwards nessa equipe, ainda muito refém de atuações do cada vez mais instável D’Angelo Russell e do lesionado Karl-Anthony Towns.
Mesmo assim Edwards é o cestinha entre os calouros na temporada (12,3 pontos) até aqui e demonstra bons momentos em seu jogo agressivo ao aro, embora o arremesso de perímetro (27,4% nos chutes de três) ainda precise ser mais regular. Talento não falta ao ala, mas as dúvidas pré-Draft ainda persistem, acentuadas pela franquia que o escolheu.
4- Cole Anthony, Orlando Magic (Draft: 15ª escolha)
Um dos ditados populares mais famosos é que ‘a ocasião, faz o ladrão’ e Anthony sem dúvida tem sido um ‘assaltante’ em alta pelos lados de Orlando. Desde a lesão de Markelle Fultz, o armador assumiu a função de conduzir o Magic em quadra e o saldo até o momento não deixa de ser positivo.
Com altos e baixos no percurso, Anthony tem demonstrado principal boa capacidade na finalização das jogadas, em especial nos chutes do perímetro. O armador tem média de 33,9% nos arremessos de três, incluindo a cesta da vitória eletrizante contra o Minnesota Timberwolves no dia 20 de janeiro.
A regularidade ainda é o ponto chave para Anthony ser mais útil ao Magic e também subir neste ranking. Fultz não irá retornar mais nesta temporada, então a bola está nas mãos do armador para esse batismo de fogo dentro da NBA.
5- Tyrese Haliburton, Sacramento Kings (Draft: 12ª escolha)
Mesmo com De’Aaron Fox e Buddy Hield na equipe, os Kings foram ousados e buscaram Haliburton no último Draft, algo similar ao que o Cleveland Cavaliers fez com Collin Sexton e Darius Garland em anos passados.
Haliburton atuou em apenas um jogo como titular (em uma partida em que Fox estava lesionado), mas tem sido um atleta regular vindo do banco de reservas. São 11,4 pontos e 4,9 assistências, tendo apenas 1,5 de média de turnovers por jogo.
Além disso, Haliburton tem se provado um excelente chutador do perímetro com média de 47% nesses arremessos. Com os Kings ainda sendo uma franquia em busca de maior estabilidade (que não vai ser encontrada com Luke Walton), o armador tem sido uma das poucas âncoras encontradas nesta temporada.
6- Immanuel Quickley, New York Knicks (Draft: 25ª escolha)
O principal calouro na Big Apple é o armador ousado e que conquista minutos com Tom Thibodeau vindo do banco. Com apenas 17,8 minutos em quadra, são 11 pontos de média, uma equação que demonstra como Quickley tem sido importante na rotação dos Knicks.
Somente contra o Portland Trail Blazers no dia 23 de janeiro, Quickley estabeleceu a segunda melhor marca de pontuação para um calouro na temporada, com 31 pontos. Detalhe, o armador atuou em 23 minutos nessa partida.
Com Elfrid Payton em boa fase, Quickley deve continuar sendo o sexto homem de Thibodeau e tem a missão de seguir demonstrando que com mais minutos em quadra, a pontuação e desempenho também podem crescer.
7- Tyrese Maxey, Philadelphia 76ers (Draft: 21ª escolha)
Vindo das asas de John Calipari em Kentucky, Maxey tem se mostrado uma opção interessante na rotação dos 76ers neste início da temporada.
O armador chegou a comandar os 76ers em quadra durante o surto de Covid-19 no início de janeiro, fase que ajudou a estabilizar a média de Maxey em dez pontos. Ele teve uma partida de 39 pontos inclusive, dia 9 de janeiro, contra o Denver Nuggets.
O principal desafio para Maxey é ser mais regular nos arremessos de quadra, em especial nos chutes no perímetro (29,3% de média). Os 76ers são contenders na Conferência Leste e a minutagem do armador em quadra precisa ser conquistada com maior eficiência.
8- Patrick Williams, Chicago Bulls (Draft: quarta escolha)
Williams foi o principal reach do último Draft, mas tem mostrado lampejos de que pode ser um ala interessante para o futuro de Chicago. Com boa envergadura, o calouro conta com 9,4 pontos e quatro rebotes de média neste início de temporada.
A principal crítica feita ao atleta é a falta de eficiência nos arremessos de quadra, tendo apenas 46% de aproveitamento nos chutes gerais. Essa inconsistência é aceitável em um calouro e o fato dos Bulls não almejarem voos maiores nesta temporada beneficia que o aprendizado seja feito na tentativa e erro.
Titular absoluto nos 16 jogos dos Bulls na temporada, Williams tem jogado bons 25,4 minutos e caso consiga evoluir na conversão de arremessos, tem tudo para ser o calouro com mais minutos jogados nesta temporada.
9- Precious Achiuwa, Miami Heat (Draft: 20ª escolha)
Miami parece uma franquia com olho clínico para achar alas e pivôs no Draft. O nigeriano que atuou em Memphis tem ganho cada vez mais espaço na rotação do Heat.
Como Erik Spoelstra varia a formação com pivô de referência (sem contar o fato desse jogador ser o Meyers Leonard), Achiuwa tem entrado nesse rodízio, sendo o reserva imediato de Bam Adebayo.
Com média de 16,1 minutos em quadra, o ala-pivô tem 7,3 pontos e 4,9 rebotes, além de um bom aproveitamento de 63% nos arremessos de quadra. Se a consistência persistir, o tempo de jogo deve aumentar para o nigeriano.
10- Isaac Okoro, Cleveland Cavaliers (Draft: quinta escolha)
Mesmo sem ser brilhante, Okoro tem chamado a atenção pela regularidade em quadra com os Cavaliers. O melhor defensor da classe até o momento, mas que precisa de maior envolvimento no ataque da equipe.
Com nomes como Andre Drummond e a dupla de armadores Sexton-Garland, é natural que a bola chegue menos para Okoro na definição das jogadas, mas o aproveitamento de 39,1% nos arremessos de quadra precisa ser melhor.
Okoro tem tudo para ir evoluindo ao decorrer da temporada e ser ainda mais útil aos Cavaliers na parte ofensiva. Hoje pelos atributos defensivos, já merece um lugar no ranking.
Menções honrosas
O Memphis Grizzlies tem apresentado olhar clínico no Draft nos últimos anos e a dupla Xavier Tillman e Desmond Bane em breve pode adentrar ao ranking.
Devin Vassell (Spurs) e Aaron Nesmith (Celtics) foram chutadores escolhidos no Draft e que podem ‘esquentar’ a qualquer momento para figurar entre os dez melhores calouros.
Já Obi Toppin (Knicks) e Onyeka Okongwu (Hawks) sofreram com lesões e ainda enfrentam pesada concorrência interna em equipes que brigam por playoffs na Conferência Leste. Esses dois nomes não devem aparecer tão cedo nesta lista.