Rachel Nichols, da ESPN americana, pede desculpas por falas sobre Maria Taylor
Jornalista se manifestou no programa 'The Jump', após reportagem do New York Times revelar conversa em que ela associa causas sociais e o trabalho da colega de profissão
Após repercussão negativa, a famosa repórter de NBA e apresentadora Rachel Nichols, da ESPN americana, emitiu um breve pedido de desculpas no programa “The Jump”, no qual ela apresenta, nesta segunda-feira (5), pelos comentários que ela fez associando causas sociais e o trabalho da sua colega de profissão na emissora Maria Taylor, revelados em uma reportagem realizada pelo The New York Times neste domingo (4).
“A primeira coisa que eles ensinam na escola de jornalismo é não ser a história e eu não pretendo quebrar essa regra hoje ou me distrair de uma fantástica final”, iniciou Nichols nesta segunda-feira (5). “Mas também não quero deixar este momento passar sem dizer o quanto eu respeito, o quanto valorizo nossos colegas aqui da ESPN, como estou profundamente, profundamente arrependida por decepcionar aqueles que magoei, especialmente Maria Taylor, e quão grata eu sou por fazer parte desta equipe excepcional”.
Na matéria, o importante jornal detalhou supostos conflitos internos na emissora e divulgou comentários que Nichols fez em 2020, enquanto ela e Taylor estavam sendo consideradas para o trabalho de cobertura das finais da NBA.
De acordo com o “The Times” tudo começou quando Nichols foi informada pela ESPN que Taylor, que é negra, iria trabalhar nas finais da liga em vez dela. Com isso, Rachel Nichols se sentiu incomodada e desabafou com Adam Mendelsohn, consultor de longa data de LeBron James, em uma ligação que foi acidentalmente gravada e depois vazada.
Durante essa ligação, Nichols disse que achava que Taylor só estava sendo promovida no trabalho por causa do histórico ruim da ESPN americana em causas sociais.
“Desejo a Maria Taylor todo o sucesso do mundo – ela cobre futebol, ela cobre basquete”, falou Nichols em julho de 2020, segundo reportagem do New York Times. “Se você precisa dar a ela mais coisas para fazer porque você está se sentindo pressionado sobre seu péssimo passado sobre causas sociais – que, a propósito, eu conheço pessoalmente pelo lado feminino – tipo, vá em frente. Basta colocá-la em outro lugar. Você não pode tirar isso de mim”.
No entanto, essa gravação estava acessível a vários funcionários da emissora e acabou vazando publicamente por um profissional interno. Ele foi o único punido pelo incidente até agora.
Nichols disse inicialmente que estava “abalada” com o fato de um “colega de trabalho” gravar e compartilhar sua conversa particular. Além disso, Rachel Nichols explicou na reportagem do New York Times que estava apenas “desabafando com um amigo sobre o processo interno da ESPN, não sobre Maria”.
“Minhas próprias intenções nessa conversa e a opinião dos responsáveis da ESPN não são a soma do que importa aqui – se Maria achou que a conversa foi perturbadora, então foi, e eu fui a causa disso para ela”, confessou a jornalista.
Nichols disse ainda que pediu desculpas a Taylor várias vezes, mas a colega de profissão “optou por não responder”. Os comentários de Nichols também aborreceram muitos de seus colegas de trabalho em “The Jump” e entre os envolvidos na cobertura da NBA, incluindo os jornalistas Jalen Rose, Adrian Wojnarowski e Jay Williams.
Depois do ocorrido, Taylor inicialmente se recusou a participar do programa “NBA Countdown”, antes de mudar de ideia com a condição de que Nichols não estivesse no programa. A ESPN concordou em um primeiro momento, mas na sequência incluiu materiais pré-gravados de Nichols.
Para finalizar, ainda de acordo com a reportagem, o conflito gerado poderá ter novas consequências, já que o contrato de Maria Taylor acabará neste mês durante as finais da NBA e “poucos passos foram dados de forma concreta em direção a uma renovação”, mesmo sendo uma das principais repórteres da emissora.
(Foto: Reprodução Twitter / Rachel Nichols)