Protestos anti-racismo continuarão acontecendo em retorno da NBA
Manifestações dos atletas nas partidas foram parte de acordo entre liga e Associação Nacional dos Jogadores de Basquete
A NBA chegou a um acordo nesta quarta-feira (24) que permitirá que os protestos anti-racistas continuem no retorno da temporada. As manifestações por parte dos atletas durante as partidas foram combinadas entre a liga e a Associação Nacional dos Jogadores de Basquete, a NBPA.
De acordo com Malika Andrews, da ESPN norte-americana, a reunião ocorreu nesta terça-feira (23) entre o comissário da liga, Adam Silver, a diretora executiva da NBPA, Michele Roberts, e o presidente da NBPA e armador do Oklahoma City Thunder, Chris Paul. Além do trio, Trae Young, do Atlanta Hawks, C.J. McCollum, do Portland Trail Blazers, Malcolm Brogdon, do Indiana Pacers, e Donovan Mitchell, do Utah Jazz, também participaram da conversa e enfatizaram um de seus objetivos assim que a temporada for retomada no ESPN Wide World of Sports Complex, no Walt Disney World Resort em Orlando, no dia 30 de julho.
“O grupo que se encontrou concordou em princípio que o objetivo da temporada recomeçar em Orlando será tomar ações coletivas para combater o racismo sistêmico e a desigualdade racial em todo o país”, foi afirmado em comunicado para a imprensa. No mesmo texto, pode-se perceber que mesmo que “os planos específicos não tenham sido finalizados”, foram discutidos planos para que aumente a representação dos negros nas equipes, no front office e na diretoria da liga, que trabalhem com mais empresas com proprietários negros e a criação de uma fundação que vise a expandir o desenvolvimento educacional e econômico em comunidades negras.
No mesmo comunicado, CP3 também afirma que ele e seus colegas de trabalho nas quadras precisam trazer mudanças, mostrando que espera um resultado positivo para atletas como Brogdon, Young, Russell Westbrook, Kyrie Irving, Stephen Curry e Jaylen Brown, que foram alguns atletas que foram a público protestar. “As questões de racismo sistêmico e brutalidade policial em nosso país precisam acabar. Como jogadores, assumimos um papel de liderança quando se trata de usar nossas vozes para trazer soluções práticas. Mas há muito trabalho pela frente, em Orlando e em longo prazo, para continuar o impulso e trazer mudanças reais e duradouras para nossa sociedade”.
Oito dias antes do anúncio desta quarta, o armador do Los Angeles Lakers Avery Bradley, que já confirmou que não participará do retorno da temporada, disse que queria ver uma maior diversidade étnica entre as pessoas que tomam as decisões, afirmando a ideia que ele e Irving, seu líder do movimento, defendem. “A liga tem a responsabilidade de nossas comunidades em ajudar a nos capacitar – assim como fortalecemos a marca da NBA”.
A NBA foi a primeira liga esportiva dos Estados Unidos a paralisar a temporada devido à pandemia de coronavírus, interrompendo as partidas no dia 11 de março, quando Rudy Gobert, pivô do Utah Jazz, registrou o caso zero de COVID-19. Donovan Mitchell, também do Jazz, Kevin Durant, do Brooklyn Nets, Marcus Smart, do Boston Celtics e Christian Wood, do Detroit Pistons, Nikola Jokic, do Denver Nuggets, Malcolm Brogdon, do Indiana Pacers, e Jabari Parker, do Sacramento Kings, foram outros sete jogadores de 20 casos a terem os nomes confirmados como infectados pelo novo coronavírus, mas todos os primeiros cinco atletas estão recuperados, assim como outros três membros do elenco dos Nets e dois dos Lakers.
Os outros casos envolvem três pessoas no Philadelphia 76ers, um membro da direção dos Nuggets, Doris Burke, comentarista de NBA na ESPN estadunidense, e Patrick Ewing, ex-jogador de basquete. Ainda não se sabe se estes estão completamente livres do coronavírus.
Os Estados Unidos são o país com mais casos confirmados e com mais mortes no mundo, tendo mais de 2 milhões e 425 mil pacientes, mais de 123 mil óbitos e mais de 746 mil casos de americanos livres da doença.
Foto: Sarah Stier/Getty Images