[PRÉVIA] Playoffs NBA 2023: Sacramento Kings x Golden State Warriors
Kings e Warriors se enfrentam em um duelo de playoff que marca um encontro da juventude contra a experiência
Logo na primeira rodada dos playoffs da temporada 2022-2023 da NBA, um duelo que chama muita atenção por diversos fatores. Embates individuais, juventude contra experiência, retorno aos playoffs, um ataque excepcional contra um time cascudo na pós-temporada. Uma coisa é certa: esse vai ser um confronto decidido nos detalhes.
Sacramento Kings e Golden State Warriors atravessam momentos diferentes nesses últimos anos. O time da capital californiana não chegava nos playoffs havia 16 anos. Era a maior seca de uma franquia nos esportes americanos. Do outro lado, os Warriors atravessam provavelmente seu melhor momento na história, conquistando quatro títulos de 2015 até 2022. Outro fato curioso é de que as duas equipes nunca estiveram juntas na pós-temporada. E justamente na primeira vez, se encontram logo em um duelo de primeira rodada.
De um lado, uma equipe com jovens muito talentosos. Liderados por De’Aaron Fox, o Sacramento Kings tem um elenco que foi montado para chegar na pós-temporada, independente do fator idade. Os grandes nomes dessa equipe mostram que mesmo com sua juventude, querem fazer uma campanha histórica e surpreender quem não os coloca como favoritos.
Já do outro lado, o Golden State Warriors não fez sua melhor temporada regular. Por muitos momentos, eles estiveram na briga por uma vaga nos playoffs. Mesmo assim, tiveram o segundo melhor ataque da liga, atrás apenas dos Kings. E no final, conseguiram uma vaga direta garantindo a sexta posição do Oeste. Mas quando todos estão saudáveis, eles certamente possuem um dos melhores times de toda a NBA. Uma junção de qualidade com experiência que, talvez, nenhuma outra franquia tenha neste momento.
Desde que Steve Kerr está no comando da equipe, ele não perdeu nenhuma série de playoff para uma equipe do Oeste. Suas duas derrotas ocorreram apenas nas finais, em 2016 e 2019, contra Cavaliers e Raptors, respectivamente.
Dois times completos e que chegam nos playoffs com o mesmo objetivo: avançar de fase. Os Kings buscam novamente vencer uma série de pós-temporada após tanto tempo longe do mata-mata da NBA. Já os Warriors são os atuais campeões e não querem abrir mão do seu reinado.
Mas o que esperar desse confronto pela segunda rodada da pós-temporada? Confira em mais uma prévia do The Playoffs!
KINGS X WARRIORS: COMO CHEGAM
O Sacramento Kings chega motivado para esse duelo. A equipe volta a disputar os playoffs em grande estilo. Com o melhor rating ofensivo da história da NBA, eles possuem um ataque com muita variação e que impõe muita dificuldade para as equipes adversárias. Muita velocidade e explosão de um time jovem que usa e abusa de transições e bolas de três pontos.
Na última temporada, os Kings trocaram o jovem Tyrese Halliburton por Domantas Sabonis. Um dos grandes jovens armadores da liga por um pivô já mais experiente. Como o franchise player da franquia se chama De’Aaron Fox, a troca fazia sentido. Sacramento buscava municiar seu grande jogador com mais opções, ao invés de ter um outro grande armador. E foi exatamente isso que que o general manager da franquia fez.
Além de Sabonis, os Kings draftaram Keegan Murray, trocaram por Kevin Huerter e contrataram Malik Monk. Juntamente com Harrison Barnes e mais alguns nomes que saem do banco como Trey Lyles e Damion Mitchell, a franquia construiu um elenco capaz de bater de frente contra qualquer outro time da liga.
Já o Golden State Warriors entrou na temporada em um momento muito diferente do seu adversário. Eles são os atuais campeões da NBA. Portanto, nada mais justo do que esperar mais um ano na briga pelo título.
Porém, com perdas importantes na offseason como Gary Payton II, Otto Porter Jr. e Nemanja Bjelica, a franquia teve que buscar outros nomes para essas funções importantes de jogadores vindo do banco. O primeiro nome a chegar foi Donte DiVicenzo. Um jogador que, curiosamente, estava em Sacramento na última temporada, mas já havia sido campeão com os Bucks um ano antes e seguramente poderia ajudar a cumprir alguma dessas funções.
A segunda movimentação foi feita durante a temporada. E foi justamente por um dos nomes que estavam na equipe na última temporada. Eles foram buscar Gary Payton II de volta, mandando James Wiseman embora. Assim, Golden State segue com um elenco capaz de tentar mais uma corrida ao título da NBA.
Com Stephen Curry, Klay Thompson e Draymond Green saudáveis, juntamente com um Jordan Poole que fez uma temporada espetacular e Andrew Wiggins, que é super importante para a equipe, voltando, os Warriors chegam completos no momento decisivo da temporada.
E quando Golden State possui Curry, Thompson, Green e Wiggins em quadra, eles vencem todas as equipes por no mínimo 12 pontos a cada 100 posses de bola. Um quarteto muito forte que chega inteiro e pronto para levar mais um troféu para San Francisco.
O CONFRONTO
O duelo chama atenção pela enorme possibilidade de confrontos individuais. Contudo, o grande embate está claro: De’Aaron Fox contra Stephen Curry. Os dois são os líderes de ambas as equipes e devem protagonizar um grande duelo ofensivo. Isso porque nenhum dos dois é conhecido por ser um exímio defensor, mas sim líderes de seus ataques.
São os grandes responsáveis pela criação e os líderes em pontos de seus times. A bola quase sempre passa pela mão dos dois. Quando se enfrentaram nesta temporada, melhor para Curry, que teve uma média absurda de 35,7 pontos contra os Kings. Fox também foi bem, e anotou 25,3 pontos contra os Warriors. Porém, nesse duelo particular, a experiência do camisa 30 de Golden State já se mostrou importante e decidiu durante a temporada regular.
Outro duelo interessante deve acontecer no garrafão. Isso porque os Warriors terão que tomar a decisão de quem irá marcar o segundo nome de Sacramento. Domantas Sabonis foi importante em todos os aspectos do jogo para sua equipe. Ele liderou a liga em rebotes, com 12,3, e foi o 11º em assistências (mesmo sendo um pivô), com 7,3, além de marcar 19,1 pontos por partida. Ele briga no garrafão, ao mesmo tempo que consegue assistências, espaça a quadra e é uma ameaça de longa distância.
Para marcar Sabonis, Golden State tem duas opções. Kevon Looney, um pivô que seguramente terá seus minutos, mas que, talvez, tenha dificuldade por conta da mobilidade do lituano. Ou Draymond Green, que mesmo sem ser o mesmo jogador de anos anteriores, é o principal marcador da sua geração e segue sendo um dos principais defensores da liga. Neutralizar Sabonis significa frear o ritmo do ataque dos Kings, que passariam a ter que buscar outras opções para criar suas jogadas. Caso eles não consigam realizar essa missão, Sacramento vai ter a chance de imprimir seu ritmo ofensivo que fez história nesta temporada.
Nas alas, um duelo interessante. Andrew Wiggins contra Harrison Barnes ou Keegan Murray. Murray é um calouro, enquanto o outro é um veterano com experiência nos playoffs. Barnes fazia parte daquele time dos Warriors que entre 2014 e 2016 encantou a NBA e quebrou o recorde de vitórias na temporada regular.
Wiggins chega nos playoffs longe de sua melhor forma. Seu pai estava passando por uma situação complicada, enfrentando problemas de saúde, o que o afastou da reta final da temporada regular. Ou seja, ele volta para o momento decisivo, porém, sem ritmo de jogo. Claro, para um talento como ele, isso pode não impactar tanto. Ele deve conseguir ser um nome importante para o ritmo de jogo dos Warriors. Mas é bom ficar de olho em como ele deve se apresentar, principalmente nesses primeiros jogos da série.
Harrison Barnes é um jogador versátil. Ele entrega arremessos de longa distância, porém pode invadir o garrafão e buscar o contato para buscar seus pontos. Ele é um nome importante para o ataque dos Kings, já que faz um pouco de tudo. Além disso, é um grande defensor e deve ser uma peça importante dentro do sistema da equipe que buscará frear o ataque da equipe de San Francisco.
Keegan Murray é um calouro que logo em seus primeiros jogos já ganhou vaga no quinteto titular. Um grande arremessador de três pontos, com aproveitamento de 41,4% no seu ano de estreia. Ele ainda tem o fator tamanho, já que possui envergadura e ajuda no sistema de trocas defensivas de sua equipe. Porém, ele segue sendo apenas um calouro. Quando estiver em quadra, seguramente vai ser explorado e cabe a Mike Brown tomar as decisões para encaixar melhor o garoto dentro de seu sistema.
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A parte mais desequilibrada dessa série, talvez, seja a profundidade dos elencos. Quando os treinadores olham para o banco, existe uma diferença minimamente considerável.
Os Kings possuem em Malik Monk o seu grande nome saindo do banco. Com 13,6 pontos de média por partida, ele deve estar na briga pelo prêmio de sexto homem da liga. Porém, ele é o grande nome que pode impactar na série saindo do banco de reservas para sua equipe. Trey Lyles e Damion Mitchell devem completar a rotação dos Kings, mas não são nomes extremamente confiáveis e que já passaram por um momento decisivo de pós-temporada. Lyles está jogando melhor nesta temporada e melhorou seu aproveitamento de longa distância, enquanto Mitchell pode ajudar mais do lado defensivo.
Do outro lado, os Warriors têm em seu banco Jordan Poole, um jogador que assinou uma renovação de quatro anos e US$ 140 milhões. Um nome que certamente seria titular em diversas outras franquias, mas que aceitou esse papel com Golden State e em muitos momentos é tão protagonista quanto Curry ou Thompson. Quando eles estão mais carregados de marcadores, Poole aparece para decidir para a equipe.
Além dele, os Warriors devem utilizar mais três nomes em sua rotação. Donte DiVicenzo, Gary Payton II e Jonathan Kuminga. Os três devem ter seus minutos em todos os jogos durante a série e dependerá de Steve Kerr saber quem jogará mais e quem jogará menos.
DiVicenzo já se provou na liga. Ele foi campeão com os Bucks e nesta temporada, com Golden State, foi importante saindo do banco. Ele é um bom defensor e ainda espaça a quadra para arremessar de três pontos. Gary Payton II tem problemas com lesões, mas pode ajudar principalmente na defesa. Foi um nome importante no título da última temporada quando entrava em quadra e era responsável por defender os grandes das outras equipes. Por fim, Kuminga é um jogador versátil, que deve ter menos minutos em comparação com ou outros, mas que ajuda encaixando perfeitamente no esquema de Steve Kerr. Um defensor que no ataque pode ajudar tanto no garrafão quanto na bola de três pontos.
RETROSPECTO
Durante a temporada regular, os Warriors levaram a melhor sobre seu rival de divisão na série por 3 a 1. Porém, o último confronto ocorreu dia 8 de abril, com os Kings já garantidos na terceira posição do Oeste e poupando alguns de seus jogadores. Ou seja, para analisar esse confronto durante a temporada regular, temos que olhar para os três primeiros jogos, que aconteceram todos antes do meio de novembro, ainda no começo da temporada.
Golden State levou os dois primeiros jogos, enquanto Sacramento ganhou o terceiro. No total, somando as três partidas, a diferença de pontos ficou em apenas um para os Warriors. Ou seja, foram duelos equilibrados. A grande diferença, como dito anteriormente, foi Stephen Curry. O camisa 30 foi o grande problema para a defesa de Sacramento.
Além dos 35,7 pontos de média no confronto, o camisa 30 teve um aproveitamentos de 59% dos arremessos de quadra, 52% da linha de três pontos e 94% do lance livre. Uma máquina de jogar basquete que foi o grande responsável por estas vitórias. Junto com ele, quem também teve um bom destaque foi Andrew Wiggins. O ala teve uma média de 25 pontos e 55,6% de aproveitamento dos seus arremessos.
Os dois foram fatores de desequilíbrio. Porém, se os Kings podem sacar algo positivo desses jogos, é que apenas os dois conseguiram um destaque pensando em ataque. Os outros nomes dos Warriors foram neutralizados pelo sistema defensivo de Sacramento.
Pelo outro lado, no ataque dos Kings, o armador da equipe também foi o principal nome. De’Aaron Fox anotou 25,3 pontos por partida, com médias de 52% dos arremessos de quadra, um número OK, porém com apenas 33% da linha de três pontos e 77% do lance livre. Querendo buscar algo mais nesta pós-temporada, o armador terá que melhorar seus aproveitamentos, principalmente na linha do lance livre.
Outro nome que foi muito importante nesses duelos foi Domantas Sabonis. Ele teve boas médias de 21 pontos, 17 rebotes e seis assistências. O aproveitamento do lituano também foi bom, com 52% dos arremessos de quadra, 40% arremessando de longa distância e 82% da linha de lance livre. Um nome confiável e que assim como durante toda a temporada regular, liderou sua equipe no aspecto ofensivo.
Porém, se por um lado ele teve grandes números no ataque, ele foi muito explorado pelo ataque de Golden State. Tanto que, em 90 minutos que esteve em quadra nestes três jogos, os Warriors ganharam o confronto por 36 pontos de diferença. Ou seja, Sabonis ajudou na produção ofensiva, mas foi muito explorado por uma equipe que sabe fazer exatamente isso. Se aproveitar das fragilidades do adversário.
AGENDA DA SÉRIE
JOGO 1: Sábado (15/04), às 21:30, Golden State Warriors @ Sacramento Kings
JOGO 2: Segunda-feira (17/04), às 23:00, Golden State Warriors @ Sacramento Kings
JOGO 3: Quinta-feira (20/04), às 23:00, Sacramento Kings @ Golden State Warriors
JOGO 4: Domingo (23/04), às 16:30, Sacramento Kings @ Golden State Warriors
JOGO 5: Terça-feira (25/04), à definir, Golden State Warriors @ Sacramento Kings*
JOGO 6: Quinta-feira (27/04), à definir, Sacramento Kings @ Golden State Warriors*
JOGO 7: Sábado (29/04), à definir, Golden State Warriors @ Sacramento Kings*
* Jogos só acontecerão se necessário
Obs.: Todos os horários são de Brasília
PALPITE: Sacramento Kings 2-4 Golden State Warriors
Temporada regular é uma coisa, playoff é outra completamente diferente. Por mais que a melhor campanha seja de Sacramento, os Warriors têm um elenco mais experiente e que finalmente chega inteiro depois de uma temporada conturbada. Com todos os jogadores disponíveis em quadra, fica muito difícil para os Kings.
Mas se engana quem pensa que vai ser uma série fácil. Golden State pode até ser favorito, mesmo com uma pior campanha, mas Sacramento tem um elenco capaz de impor muita dificuldade aos atuais campeões, podendo inclusive surpreender em uma série de sete jogos.
Para aprontar nessa série, os Kings terão que demonstrar que são capazes de manter o ritmo ofensivo em um nível superior. O ataque vai ter que se destacar como fez durante toda temporada regular. Atém disso, eles vão precisar parar Stephen Curry. Ele foi o diferencial nos confrontos entre as equipes e se estiver inspirado, incomoda muito.
Mike Brown, treinador dos Kings, provavelmente, vai utilizar os dias prévios ao início da série para preparar sua equipe para esse desafio. Dobrar a marcação, fechar espaços e se desdobrar defensivamente é a principal tarefa da equipe na busca pelo acesso a próxima fase dos playoffs.
O fator Andrew Wiggins vai ser super importante para esse confronto pelo lado dos Warriors. Caso o ala esteja bem após ficar afastado das quadras, Golden State é praticamente imparável. Ele seria um adicional ao já ótimo esquema ofensivo de Steve Kerr.
Seguramente, o treinador dos Warriors sabe que esse será o ano mais desafiador para sua equipe. Isso porque mesmo tendo uma campanha pior do que a maioria dos adversários, sua equipe é vista como favorita em grande parte dos encontros. Ou seja, Golden State sabe que uma eliminação precoce seria vista como um fracasso. Independentemente da qualidade dos adversários.
Por isso, com um elenco mais equilibrado e experiente, os Warriors podem até sofrer, mas vão levar essa série de playoff. Stephen Curry e companhia seguem na busca do seu quinto anel, para se firmar como uma das grandes dinastias da história da NBA.
Foto 1: Divulgação Twitter/Golden State Warriors
Foto 2: Divulgação Twitter/NBA India
Foto 3: Divulgação Twitter/Golden State Warriors
Foto 4: Divulgação Twitter/Sacramento Kings
Foto 5: Thearon W. Henderson/Getty Images