[PRÉVIA] Playoffs NBA 2022: Milwaukee Bucks x Chicago Bulls
Atuais campeões começam o caminho do possível bicampeonato contra os Bulls, que voltam aos playoffs lesionados e após montanha-russa na temporada
Os playoffs estão de volta, assim como o atual campeão Milwaukee Bucks, que começa sua tentativa ao bicampeonato contra o Chicago Bulls, que volta à pós-temporada depois de quatro anos.
O confronto inicial da série, que acontece neste domingo (17), representa o primeiro duelo das equipes nos playoffs desde 2015. Naquele tempo, a situação do times eram bem diferentes. Chicago era comandado por Jimmy Butler e Derrick Rose, além de Paul Gasol no garrafão. Já os Bucks estavam longe do time que se encontram hoje. Giannis Antetokounmpo, aos 20 anos, estava em sua segunda temporada na liga e tinha médias de 12 pontos por jogo. A equipe já tinha um também jovem Khris Middleton, cestinha do time na época. Além deles, contavam com o armador Michael Carter-Williams, que tinha acabado de receber o prêmio de Novato do Ano, jogando pelo Philadelphia 76ers. Atualmente, ele está sem time.
Na ocasião, Chicago ganhou a série por 4 a 2, com Antetokounmpo sendo expulso no último jogo após falta dura em Mike Dunleavy. Posteriormente, o grego mostrou arrependimento com seu comportamento na época, declarando que está muito mais maduro e concentrado hoje.
Agora, Milwaukee chega à pós-temporada na terceira colocação da Conferência Leste, após 51 vitórias e 31 derrotas, mesma campanha que o Boston Celtics. Entretanto, devido ao confronto direto, a equipe ficou na terceira. Com o resultado, Boston enfrentará o Brooklyn Nets de Kevin Durant e Kyrie Irving.
No fim da classificação da temporada regular, Milwaukee pareceu ter desistido da segunda colocação para enfrentar os Bulls, julgado como um adversário mais fraco.
O começo da temporada 2021-22 foi difícil para os Bucks. Após o primeiro mês, sua campanha estava com 50% de aproveitamento, sofrendo com lesões de Brook Lopez e Middleton, chegando a usar nove quintetos titulares diferentes. Entretanto, a equipe foi se ajustando e uma sequência de oito vitórias consecutivas restabeleceu a organização dentre a elite do Leste. Ademais, o trio Holiday, Antetokounmpo e Middleton retomou como um dos mais prolíficos da liga, com os Bucks tendo 11 pontos a mais em 100 posses, quando a unidade está em quadra.
Em relação aos Bulls, esta temporada tem sido uma de retomada para a franquia, que vinha mal nos últimos anos. E isso se deve principalmente à chegada de DeMar DeRozan. A inter-temporada de Chicago foi uma das que atraiu mais interesse ao público. Em adição a DeRozan, a equipe contratou Alex Caruso e Lonzo Ball, dois bons e atléticos defensores do perímetro. Estas chegadas mais Zach LaVine, um segundo ano do promissor Patrick Williams e uma temporada completa de Nikola Vucevic indicavam um bom grupo para o futuro.
E foi exatamente isso que o 2021 deste Bulls mostrou. Até o Ano Novo, a equipe tinha o melhor recorde do Leste, mostrando entrosamento entre as peças novas e velhas e construindo um status de possível campeão. Mas foi no fim de janeiro que as coisas começaram a desmoronar. Lonzo e Caruso realizaram cirurgia com uma semana de diferença, encerrando a temporada de Ball, e LaVine lesionou seu joelho esquerdo. Desde então, um ataque que já foi top 5 na NBA caiu drasticamente e a defesa se tornou uma das piores da liga. Assim, a equipe terminou a temporada regular com 46 vitórias e 36 derrotas, em sexto na conferência e com a esperança do torcedores mais baixa do que nunca.
Confira em mais uma prévia do The Playoffs o que esperara da série!
Foto: Reprodução Twitter/NBA
BUCKS X BULLS: COMO CHEGAM
Dizer que as equipes chegam em situações diferentes ao que começaram a temporada é um eufemismo. Elas seguiram direções completamente opostas.
Os Bulls são um dos times mais instáveis da liga em 2022. A equipe encerrou a temporada regular com uma vitória contra o Minnesota Timberwolves. A partida contou com as maiores pontuações da temporada de Ayo Dosunmu e Patrick Williams, certamente aumentando a confiança dos dois jovens titulares da equipes.
Mas antes disso, Chicago teve uma sequência quatro derrotas, incluindo para os Bucks, o Boston Celtics e o Miami Heat. Isso só evidencia o que o time fez no resto da temporada. Eles tem duas vitórias e 21 derrotas contra equipes participantes dos playoffs neste ano, a pior marca da liga.
Como se o seu histórico não tivesse a favor, a equipe não tem jogadores-chave completamente saudáveis. Caruso e Williams são dois dos melhores defensores da equipe e estão longe de estarem 100%. E Zach LaVine, provavelmente o jogador com o maior arsenal ofensivo de Chicago, ainda sente desconforto no joelho esquerdo.
Assim, eles terem que contar com altas minutares de seus armadores jovens. Dosunmu e especialmente Coby White vindo do banco. O ex-Tar Heel não terminou a temporada em grande momento, mas os Bulls tem oito vitórias e três derrotas quando ele marca pelo menos 20 pontos. Além disso, Caruso tem tido apenas 33% de aproveitamento do perímetro desde que voltou da lesão, e White é o segundo jogador com mais bolas de três pelo time na temporada, só atrás de LaVine.
Com toda essa disfunção, uma coisa que foi ótima para a franquia a temporada inteira foi DeRozan. O ala teve a maior pontuação de sua carreira neste ano, com 27,9 pontos de média, e fez sua primeira aparição no All-Star Game desde 2018, em sua última temporada com o Toronto Raptors. Ele também foi o jogador da NBA que mais marcou pontos no quarto quarto, com 612 totais, com 55% aproveitamento nos arremessos e 44% do perímetro. Com tais números, ele é o jogador que decidirá para a equipe de Billy Donovan no fim.
Assim como Chicago, o Milwaukee Bucks também não teve o fim de temporada mais constante. A equipe teve seis vitórias e quatro derrotas nos últimos dez jogos. Mas destes triunfos, alguns de seus adversários foram os Celtics, os Nets e o Philadelphia 76ers, todos fortes concorrentes na conferência.
Nesses jogos, Giannis se destacou tendo duas das suas melhores performances no ano. Contra Joel Embiid, um dos candidatos a MVP, o grego teve 40 pontos e 14 assistências, e dois dias depois anotou 44 pontos e 14 rebotes contra KD.
Com a volta de Brook Lopez, Milwaukee só melhorará suas estatísticas coletivas. A equipe é a segunda da liga em rebotes por jogo, com 46,7 de média, e com seu retorno a tendência é aumentar. Além disso, Lopez estando em quadra facilita o jogo de Giannis. Enquanto ele defensivamente oferece forte marcação no interior, tirando um pouco essa função do MVP, ele chuta 36% do perímetro, o que libera o garrafão para assim infiltração de Antetokounmpo.
Mesmo com a equipe perdendo Donte DiVincenzo em troca para o Sacramento Kings, Milwaukee também teve o importante retorno de Pat Connaughton no último mês da temporada. O ala tinha fraturado sua mão direita em fevereiro, mas retornou com importante peça e marcando duplos dígitos vindo do banco, além de ser um dos principais arremessadores de três do time.
Com os retornos dos importantes jogadores e a ascensão de Giannis na segunda metade da temporada, tendo mais de 30 pontos de média em janeiro (31,5), fevereiro (32,1) e março (33,3), os Bucks chegam a pós-temporada em um dos seus melhores momentos na temporada.
Já do outro lado, o ataque de Chicago piorou em todos os meses da temporada menos o última, o que indicava uma possível recuperação. Com isso e mais os retornos recentes de jogadores essenciais para esse duelo, o momento em que a franquia chega à pós-temporada está longe do ideal, mas talvez ela volte ao seu ritmo inicial contra os adversários.
Foto: Reprodução Twitter/Chicago Bulls
O CONFRONTO
Quem vai parar Giannis Antetokounmpo? Essa é a principal questão que os Bulls têm que pensar em seu esquema de jogo. Além do grego ter tido a maior média de pontuação de sua carreira, com 29,9 pontos por jogo, a equipe de Billy Donovan não tem um jogador que consiga fazer um trabalho solo no astro.
Em duelos possíveis contra Derrick Jones Jr. e Tristan Thompson, Giannis leva a vantagem física em cima de ambos. E com o ala Patrick Williams, o mais capaz do trabalho, voltando de cirurgia no punho esquerdo ao fim da temporada, ele ainda não tem ritmo de jogo.
Além dele, o pivô Jordan Bell, que está na G League com o Windy City Bulls, entrou na NBA como um dos pivôs mais atléticos de sua classe. Devido à falta de opções, ele pode ser trazido para a equipe principal para ajudar no trabalho defensivo.
Já para Milwaukee, seu nome mais importante neste duelo é Jrue Holiday. Com a defesa do time piorando depois do All-Star Break, os Bucks terminaram com a vigésima defesa da liga e a antepenúltima contra o aproveitamento na bola de três.
Assim, o armador terá um grande trabalho com a dupla DeRozan-Lavine. Com Brook Lopez e Giannis defendendo o interior, Holiday precisará diminuir o ritmo dos dois, especialmente de DeRozan. Mas já vimos do que ele é capaz, demonstrado em seu trabalho contra James Harden na série contra os Nets nos últimos playoffs.
Com LaVine tendo uma temporada marcada por lesões, o duelo para ficar de olho é certamente Holiday contra DeRozan, principalmente por conta do volume de jogo do Bull. Nos confrontos da temporada regular, o ala teve um aumento nas tentativas de arremessos, mas com menor eficiência.
Além disso, colocar um asterisco em um possível confronto entre Caruso e Grayson Allen em quadra. A lesão que tirou o armador foi contra Allen, quando fraturou seu punho direito. Tudo aconteceu após falta dura, cometida pelo ala dos Bucks, que tem a fama de desleal desde sua época em Duke. Então, não é preciso dizer que haverá faíscas e uma rixa particular entre os dois.
Alex Caruso suffered a fractured right wrist and will likely need surgery…
Should Grayson Allen be suspended for this play?#NBA #NBAtwitter
— ♛ (@SackUp_Sports) January 22, 2022
Curiosamente, o aspecto que pode se mostrar mais decisivo na série é o jogo do perímetro. Os Bucks são o sexto time que mais chuta de três da liga e o segundo em porcentagem de arremessos fora do garrafão. Entretanto, eles são o pior time contra a longa distância, cedendo 14,5 bolas de três por jogo, pelo quarto ano seguido.
Chicago precisará capitalizar nessa deficiência do adversário, mas o time é o que menos arremessa da longa distância na NBA. Agora com Lonzo Ball fora da temporada regular, a equipe terá que se apoiar em outros jogadores, já que o armador era o único que tinha mais de 40% de aproveitamento. Em sua ausência, a responsabilidade fica com LaVine e Coby White, os que tem maior volume dos Bulls na região. Além deles, Vucevic é extremamente importante no quesito, tendo a capacidade de espaçar a quadra, marcar cestas e liberar espaço no garrafão.
Em relação aos reservas, Mike Budenholzer tem opções versáteis tanto no ataque quanto na defesa, com Bobby Portis, Grayson Allen e o experiente Serge Ibaka. Já Chicago tem a experiência veterana no garrafão com Tristan Thompson, mas se apoia muito em White para pontuar fora os titulares.
Com um quinteto titular com Patrick Williams e o novato Ayo Dosunmu, é possível que Billy Donovan explore o atleticismo da equipe em transições rápidas e movimentação no perímetro. Assim, tentando pegar os Bucks com a defesa mal arrumada.
Enquanto isso, Milwaukee provavelmente tentará capitalizar na vantagem física e na usa versatilidade de opções ofensivas. Além disso, deixar Antetokounmpo brilhar como tem feito nas últimas temporadas.
Foto: Reprodução Twitter/NBA
RETROSPECTO
As equipes se enfrentaram quatro vez durante a temporada regular, e foi um avassalo dos atuais campeões, vencendo todas as partidas. Os dois primeiros confrontos entre os times foram de certa forma equilibrados, com os Bucks ganhando com menos de dez pontos de diferença no placar. Nesses jogos, Chicago chegou a contar com boas partidas de DeRozan e LaVine, mas o coletivo de Milwaukee se sobressaiu. Entretanto, os dois últimos duelos foram um massacre dos Bucks, vencendo por quase 25 pontos de média. Especialmente nesses jogos, a diferença em quadra foi a presença de Brook Lopez no garrafão, forçando os jogadores adversários a utilizarem dos jogos da média e longa distância. Além disso, Milwaukee conseguiu também espaçar mais a quadra, criando mais versatilidade ofensiva e eficiência do perímetro, dificultando para o desfalcado Bulls.
Bulls 90 X 94 Bucks – 21/1/22, Fiserv Forum
Bucks 118 X 112 Bulls – 4/3/22, United Center
Bulls 98 X 126 Bucks – 22/3/22, Fiserv Forum
Bucks 127 X 107 Bulls – 5/4/22, United Center
AGENDA DA SÉRIE
JOGO 1: Bulls @ Bucks, 17/04, 19h30 (horário de Brasília)
JOGO 2: Bulls @ Bucks, 20/04, 22h30 (horário de Brasília)
JOGO 3: Bucks @ Bulls, 22/04 21h30 (horário de Brasília)
JOGO 4: Bucks @ Bulls, 24/04, 14h (horário de Brasília)
JOGO 5: Bulls @ Bucks, 27/04, horário a confirmar*
JOGO 6: Bucks @ Bulls, 29/04, horário a confirmar*
JOGO 7: Bulls @ Bucks, 1/5, horário a confirmar*
*Jogos só acontecem se necessário
PALPITE: Milwaukee Bucks 4-1 Chicago Bulls
É muito provável que esta série não se estenda a cinco jogos e os Bucks façam o trabalho rápido. Mas mesmo com a inconstância e as lesões, Chicago tem a capacidade e o potencial de roubar um jogo, o segundo ou terceiro, surpreendendo os adversários.
Entretanto, Milwaukee tem a experiência e sabe do quê precisa para vencer na pós-temporada. Enquanto isso, os Bulls têm tido jovens ascendendo no fim da temporada, como White e Dosunmu. Mesmo assim, os duelos individuais, especialmente com Giannis, e a força coletiva favorecem os atuais campeões.
Levando em consideração isso e principalmente o momento das duas equipes, é segura a classificação dos Bucks em cinco jogos com potencial de varrer.
Foto: Reprodução Twitter/Milwaukee Bucks