[PRÉVIA] Playoffs da NBA 2021: Philadelphia 76ers x Washington Wizards
No embate entre primeiro e oitavo colocado no Leste, vantagem para os Sixers que prometem vir para a briga pelo título
Penúltimo confronto de playoff definido, o Philadelphia 76ers vai encarar o Washington Wizards na primeira rodada da pós-temporada da NBA. As duas equipes começam neste domingo (23) a disputa para ver quem avança para o próximo round.
Enquanto os Sixers foram mais consistentes e fizeram a melhor campanha da Conferência Leste, o caminho do time da capital americana foi um pouco mais complicado. Os Wizards jogaram duas partidas de play-in. Na primeira, valendo a sétima posição, perderam para o Boston Celtics. Na segunda e última chance, passaram o trator no Indiana Pacers para garantir a vaga.
Diferente de outros confrontos, aqui temos um claro favorito contra um azarão. Mesmo com a recuperação de Washington no último mês, os triplos-duplos de Russell Westbrook e o talento de Bradley Beal, a vantagem é do time da Philadelphia, que foi superior nos confrontos diretos e durante o ano como um todo.
No começo da temporada, ninguém apontava os 76ers como principal força do Leste. Os favoritos eram os Bucks, de Giannis Antetokounmpo, e os Nets, do “big three”. Mas com a chegada de Doc Rivers ao comando da franquia da Pensilvânia, as coisas foram diferentes.
O time encaixou. Joel Embiid fez uma temporada magnífica e está na briga pelo prêmio de MVP. Ben Simmons foi constante e fez uma grande dupla com o camaronês. E os coadjuvantes fizeram muito bem seu trabalho. Ou seja, o time deu liga e vem quente para a briga pelo título nesse ano.
Então, o que esperar desse confronto que abre os playoffs? Confira em mais uma prévia do The Playoffs.
76ERS X WIZARDS
Analisando as duas equipes, vemos duas duplas despontando como principais armas ofensivas. Joel Embiid e Ben Simmons, contra Russell Westbrook e Bradley Beal. E mesmo como o enorme talento da dupla dos Wizards, Simmons e Embiid levam vantagem aqui por conta da constância durante a temporada.
Começando pelo candidato ao MVP. Embiid já provou ser uma força nos dois lados da quadra. Porém, falando de ataque, ele foi sensacional nesta temporada. Mesmo jogando apenas 51 dos 72 jogos, o camisa 21 teve o seu melhor ano em pontos e nos aproveitamentos. Média de 28,5 pontos para ele, 51,3% de acerto nos arremessos e 37,7% da linha de três pontos. Uma máquina que briga pela principal premiação individual da liga e chega descansado nos playoffs, um ponto que é muito importante e deve ser considerado, ainda mais pensando nas próximas rodadas.
Já o outro nome da dupla dos Sixers é Ben Simmons. O australiano não teve sua melhor temporada quando o assunto são números. Diferente de Embiid, suas médias foram menores em comparação a anos anteriores. Porém, quem vê Philadelphia jogando, percebe Simmons muito presente em quadra. Ele participa de quase todas as movimentações no ataque. Tanto quando carrega a bola ou quando aparece como opção mais próxima da cesta. E na defesa, ele geralmente fica responsável por marcar o melhor atleta do time adversário, por conta do seu tamanho e sua versatilidade para defender em mais de uma posição.
Agora falando de Washington, começamos com o cara que quebrou um recorde que parecia inalcançável até então: Russell Westbrook. O agora camisa 4 passou Oscar Robertson e se tornou o jogador com mais triplos-duplos na história da NBA, com 184.
Mas ele é mais do que isso. Apesar da inconstância, quando Westbrook apresenta sua melhor versão, ele é um pesadelo para os times adversários. O armador trás muita energia para sua equipe. E ele vem no seu melhor momento na temporada, a primeira com o time de Washington. Antes do All-Star, ele estava cometendo muitos erros, não entregava o seu melhor nas partidas e os Wizards caminhavam para mais um ano sem playoff. Porém após o jogo das estrelas, suas médias melhoram, ele diminuiu seu número de turnovers (mesmo ainda estando com uma média alta) e foi fundamental para que a equipe da capital americana chegasse até aqui.
O outro nome da dupla da capital é Bradley Beal. Mais uma vez o camisa 3 fez uma temporada fenomenal. Segundo lugar na lista de cestinhas da liga, com 31,3 pontos por partida, melhor marca de sua carreira, e um aproveitamento de 48,5% dos arremessos, também um recorde para ele. Vindo para o play-in, Beal estava um pouco baleado, e não fez um bom jogo contra os Celtics. Porém, se existia alguma dúvida sobre seu estado físico, elas acabaram depois da partida contra os Pacers. Vinte e cinco pontos para ele em uma partida em que poderia ter feito mais, mas a vantagem no placar fez com que Scott Brooks o tirasse da quadra para poupá-lo.
O CONFRONTO
Analisando as peças que as equipes têm de apoio, vemos uma diferença ainda maior do que em relação às duplas principais. O Philadelphia 76ers leva muita vantagem nesse quesito. Com um elenco mais profundo, Doc Rivers possui mais opções para mudar uma série, e pode testar mais possibilidades para frear as principais armas do seu oponente.
Começando por Tobias Harris. O ala tem uma função muito importante no ataque e é o segundo principal cestinha da equipe. Por conta do seu tamanho, Harris consegue jogar perto da cesta e oferecer perigo ao adversário. Mas não é só isso. Ele se especializou como um chutador de longa distância e é constantemente acionado nesse quesito no ataque dos Sixers.
Além de Harris, temos os especialistas da bola de três pontos: Seth Curry e Danny Green. Os dois possuem um aproveitamento acima dos 40% e podem não armar tanto o jogo, mas espaçam bem a quadra e assim que existe uma dobra em Embiid ou em Simmons, eles vão estar prontos para guardar esses arremessos.
Em relação à defesa, Green segue na lista e também tem atuação importante nesse setor. Além dele, Matisse Thybulle e Dwight Howard também vêm para a quadra para trazer essa energia no momento sem a bola.
George Hill, Furkan Korkmaz, Shake Milton, Mike Scott, Tyrese Maxey, todos estes nomes também tiveram sua importância durante a temporada regular. Agora chega a vez de Doc Rivers montar suas estratégias para cada jogo que vier pela frente. Rodar bem o elenco e definir a minutagem dos atletas vai ser fundamental para os Sixers seguirem na briga pelo título.
Já pelos Wizards, menos opções. Começando então pelo brasileiro Raul Neto, ou Raulzinho. Ele conquistou seu espaço no elenco e hoje é titular da equipe. Apesar de Westbrook ter mais a bola na mão, ele também pode fazer esse papel. Se ele estiver bem na série, será muito importante para que Washington tenha alguma chance no confronto.
Outro nome importante é o de Rui Rachimura. Terceiro principal pontuador da equipe (Thomas Bryant está fora da temporada), o japonês tem um papel fundamental nos dois lados da quadra. Sua envergadura o ajuda muito nesse sentido. Porém, a falta de experiência em pós-temporada pode acabar atrapalhando.
Alex Len, Daniel Gafford e Robin Lopez, Ish Smith e Davis Bertans são outros nomes que devem pintar em quadra pelos Wizards. Um elenco visivelmente menos profundo, mas que deve tentar definir uma estratégia para frear os Sixers.
Uma parte do confronto que foi menos falada até agora é a defesa. Afinal, temos um dos principais times da liga, com um candidato a MVP em um dos lados. Quem ficará responsável por fazer a marcação de Joel Embiid?
Com três pivôs que podem e devem atuar, provavelmente eles ficarão com essa missão. Porém, nenhum deles chega perto do nível do camaronês. Alex Len, Daniel Gafford e Robin Lopez têm sua importância, mas nada comparado a Embiid. Uma opção que com certeza será usada são as faltas, com os três e mais alguns outros se revezando para não sobrecarregar ninguém nesse quesito. A outra é a dobra, que provavelmente também virá em muitos momentos. E se o sistema defensivo não estiver pronto para fazer coberturas aqui, Philadelphia terá muitos arremessos livres.
Fora isso, os Wizards não devem se preocupar especificamente com mais ninguém. Mesmo com todo o talento de Ben Simmons, sua dificuldade na bola longa facilita um pouco o trabalho defensivo do adversário e Washington provavelmente tentará forçar isso para obter algum sucesso.
Já pelos Sixers, duas preocupações: Westbrook e Beal. Em questão de arremessos, a principal ameaça é Bradley Beal. E quem deverá ganhar mais minutos para marca-lo é Matisse Thybulle.
O camisa 3 já mostrou que consegue pontuar contra os Sixers. Durante a temporada regular ele teve uma noite com 60 pontos. Porém, ele só foi parado quando Thybulle entrou em quadra e ficou responsável por sua marcação. No duelo seguinte, ele já entrou como primeira opção para defender Beal. E mais uma vez teve sucesso, diminuindo e muito a pontuação do atleta dos Wizards.
Já contra Westbrook, poderemos ter um revezamento um pouco maior na marcação. Quem deve começar nessa função é Ben Simmons, que pode dificultar o trabalho do camisa 4 por conta de seu tamanho e envergadura. Além dele, Danny Green e Shake Milton devem realizar essa função durante a série.
Por fim, o principal questionamento é: será que Russell Westbrook repetirá o que vinha fazendo e vai apresentar um basquetebol de alto nível nos playoffs? Caso isso aconteça e ele mantenha a sequência que vinha apresentando, os Sixers devem ter uma dificuldade um pouco maior no embate.
RETROSPECTO
Três vitórias em três jogos para o time da Pensilvânia. Porém, apenas uma dessas vitórias que foi mais tranquila. Nos outros dois confrontos, os jogos foram decididos nos minutos finais.
Na primeira partida, ainda em dezembro do ano passado, vitória por apenas seis pontos. Westbrook entregou um triplo-duplo de costume e Bradley Beal anotou 31 pontos. Mas a noite foi de Joel Embiid, que deitou e teve uma performance sensacional, com 29 pontos e 14 rebotes para garantir o triunfo.
No segundo jogo, uma chuva de pontos: 141 a 136 para os Sixers. Joel Embiid foi mais uma vez fantástico, com 38 pontos, mas quem se destacou também foi Seth Curry, que fez 28 pontos. Pelos Wizards, atuação monstruosa de Bradley Beal: 60 pontos e carregando o time nas costas em muitos momentos.
No último encontro, já agora em março, uma lavada. 127 a 101 em uma partida que Philadelphia dominou de ponta a ponta. Mesmo sem Ben Simmons, a equipe foi muito bem e Doc Rivers pôde dar minutagem a muitos jogadores.
Ou seja, mais um ponto negativo que pesa contra os Wizards. Nem mesmo quando a equipe já vinha numa crescente o triunfo contra os Sixers veio.
A SÉRIE: #1 Philadelphia 76ers x #8 Washington Wizards
JOGO 1: Domingo (23/05), às 14h00, Philadelphia 76ers x Washington Wizards – SporTV
JOGO 2: Quarta-feira (26/05), às 20h00, Philadelphia 76ers x Washington Wizards – SporTV
JOGO 3: Sábado (29/05), horário a definir, Washington Wizards x Philadelphia 76ers – ESPN
JOGO 4: Segunda-feira (31/05), horário a definir, Washington Wizards x Philadelphia 76ers – SporTV
JOGO 5: Quarta-feira (02/06), horário a definir, Philadelphia 76ers x Washington Wizards*
JOGO 6: Sexta-feira (04/06), horário a definir, Washington Wizards x Philadelphia 76ers*
JOGO 7: Domingo (06/06), horário a definir, Philadelphia 76ers x Washington Wizards*
*Jogos só acontecerão se necessário
Obs.: Todos os jogos no horário de Brasília
PALPITE: Philadelphia 76ers 4-1 Washington Wizards
O palpite mais fácil seria um 4 a 0 para os Sixers. E realmente essa possibilidade é grande. Considerando o ano das duas equipes, não seria nada fora da curva. Porém, a temporada de recuperação dos Wizards, com Russell Westbrook quebrando um recorde histórico e com Bradley Beal fazendo mais um ano sensacional, merece uma vitória nos playoffs.
Mas nada mais do que isso. Philadelphia, se souber impor seu ritmo e jogar o seu basquete, assim como fez na temporada regular, não deve ter dificuldades para passar sobre os Wizards. Mesmo com a dupla Beal e Westbrook fazendo de tudo para que isso não aconteça.
Doc Rivers deve usar a série para testar algumas possibilidades e dar rodagem em playoff para os jogadores menos experientes. Como dito antes, ele tem em mãos um elenco profundo e que permite com que ele faça estes testes sem que o rendimento da equipe caia tanto.
Ou seja, no máximo uma vitória para os Wizards, que apesar disso, devem se orgulhar da recuperação que tiveram para chegar até aqui. Mantendo a dupla principal e fazendo alguns ajustes no elenco, seja via Draft, troca ou free agency, eles podem sonhar em ir mais longe na próxima temporada. Porém, para este ano as coisas estão muito complicadas, principalmente encarando o primeiro colocado da conferência. Os Sixers devem avançar sem muitos problemas.
(Fotos: Reprodução Twitter/Philadelphia 76ers; Reprodução Twitter/Washington Wizards; Tim Nwachukwu/Getty Images; Reprodução Twitter/NBA)