[PRÉVIA] Playoffs da NBA 2021: Philadelphia 76ers x Atlanta Hawks
Após vencerem os seus duelos sem sustos, as equipes chegam confiantes na série guiadas pelas estrelas Joel Embiid e Trae Young
Após uma primeira rodada de playoffs da NBA animada, emocionante e repleta de histórias interessantes, o segundo round, que se iniciará neste sábado (5), realmente promete. Provavelmente, a próxima fase da pós-temporada tem tudo para ser de um nível maior que a anterior e com duelos muito mais equilibrados. Para começar, Philadelphia 76ers e Atlanta Hawks medirão forças em busca da final da Conferência Leste.
Liderado pelo pivô Joel Embiid, a franquia da Pensilvânia passou por 4 a 1 pelo Washington Wizards com facilidade. No entanto, nem tudo são flores, já que o camaronês se machucou no jogo 4, com uma pequena ruptura do menisco lateral do joelho direito, e se tornou dúvida para as primeiras partidas da série. Sem ele, os coadjuvantes Ben Simmons e Tobias Harris terão que assumir a responsabilidade de guiar Philly até a final do Leste, confirmando o favoritismo.
Do outro lado chega uma embalada e confiante equipe da Geórgia. Sob o comando do ousado e carismático Trae Young e o seu pick and roll quase “imparável”, Atlanta fez uma série de uma imposição contra um organizado time do New York Knicks, fechando a série em 4 a 1 também, em pleno o Madison Square Garden. Bogdan Bogdanovic, Danilo Gallinari, Clint Capela, entre outros, formam um elenco de apoio bem interessante e que pode surpreender o líder da temporada regular da conferência, mesmo com a desvantagem no mando de quadra.
Diante disso, o que esperar dessa série? Confira em mais uma prévia do The Playoffs!
76ERS x HAWKS: COMO CHEGAM
Após uma primeira rodada sem grandes sustos e com vitórias convincentes, Philadelphia 76ers e Atlanta Hawks chegam em grande fase nas semifinais da Conferência Leste.
Comandados pelo experiente técnico Doc Rivers, os Sixers literalmente dominaram os Wizards na série de primeira rodada. Tirando o jogo 4, Philadelphia foi superior ao adversário do início ao fim e conseguiu impor o seu estilo dentro de quadra, confirmando o favoritismo de primeiro colocado do Leste (49-23).
Baseado em um jogo que prioriza o candidato ao prêmio de MVP Joel Embiid dentro do garrafão, os 76ers tiveram uma média de 124 pontos por duelo contra 110 tentos do rival no round 1. Já o pivô, apesar de ser o grande nome do time, não teve atuações impactantes quanto na temporada regular, quando jogando apenas 51 dos 72 jogos, teve o seu melhor ano em pontos e nos aproveitamentos com 28,5 pontos, 51,3% de acerto nos arremessos e 37,7% da linha de três pontos.
Sofrendo com o seu físico contra Washington, o camaronês jogou poucos minutos (23,8) e teve médias de 24 pontos e 6,8 rebotes, números inferiores aos da primeira fase. Porém ele aumentou o seu aproveitamento com 63,5% de acerto nos arremessos de quadra e 46,2% do perímetro.
O outro grande nome do time é o jovem Ben Simmons e ele chega bem nesta reta decisiva. Apesar de não estar aparecendo tanto em pontuação nos playoffs (14,8), ele participa de quase todas as movimentações da equipe e possui quase um triplo-duplo de média nesta pós-temporada (10,2 rebotes e 9,2 assistências). Versátil, o camisa 25 joga em várias posições nos dois lados da quadra, inclusive de pivô, quando o camaronês não atua. Além do impacto ofensivo partindo para dentro da área pintada, Simmons é um excelente defensor.
Ainda no quinteto titular, temos que ficar de olho também no “coadjuvante” Tobias Harris. O ala vem de números importantes na última série e foi o maior cestinha da franquia com 25 pontos de média por jogo, além de 10 rebotes. Se o adversário não se preocupar com o ala, poderá ter sérios problemas, já que ele tem qualidade para comandar a franquia da Pensilvânia.
Na parte defensiva, apesar dos 30 pontos de Bradley Beal por partida e 110 no total dos Wizards, Philadelphia conseguiu “anular bem” o time da capital americana, principalmente Russell Westbrook, que fechou com “apenas” 19 tentos de média.
Já no Atlanta Hawks, a forma até surpreendente que a equipe eliminou o New York Knicks não foi por acaso. Com um trabalho muito eficiente de pick and roll da dupla Trae Young e Clint Capela, além de bons arremessadores do perímetro, o time comandado pelo técnico Nate McMillan está em boa fase e pode aprontar.
A quinta posição do Leste (41-31) foi uma surpresa, já que a franquia passou por uma temporada turbulenta e de altos e baixos, principalmente pelas lesões. Mas uma mudança importante na comissão técnica durante o campeonato, com a saída de Lloyd Pierce da função de head coach para a entrada do ex-auxiliar McMillan, ex-Indiana Pacers, foi o início de tudo e a equipe embalou nos playoffs.
Se alguém tinha dúvida de como o jovem Trae Young chegaria no seu primeiro ano de pós-temporada, não tem mais. Ele se comportou muito bem contra um tradicional rival, teve personalidade e mostrou que não se assusta com qualquer adversidade.
Young foi o principal condutor da engrenagem. Provocações à parte, ele mostrou-se maduro, confiante e um líder em quadra, elevando o nível dos seus companheiros. Todo o estilo de jogo visto na temporada regular foi comprovado na hora de “fogo”. O camisa 11 usou e abusou da infiltração, velocidade, “tiros” de longe e da sua qualidade de “cavar” faltas.
Nos números individuais, o armador teve 29,2 pontos e 9,8 assistências, com aproveitamento de quadra de 44,1%, dos lances livres de 91,9% e 34,1% de três pontos contra os Knicks, ou seja, o garoto “está quente”.
Além dele, vale destacar algumas peças complementares que ajudaram o time a chegar nesta fase da competição. Bogdan Bogdanovic (14,4 pontos) e Clint Capela (10 pontos, 13,4 rebotes e 2,2 tocos) estão jogando muito bem e podem ajudar bastante em vários momentos de pressão. Apesar de ter muita qualidade, Lou Williams esteve discreto até aqui e é uma peça que pode contribuir mais, porém a concorrência do principal jogador do time prejudica a sua produção.
Se o ataque nunca foi o problema da franquia, temos que ressaltar a evolução do sistema defensivo nos playoffs, setor que era o “calcanhar de Aquiles” na temporada regular. Com uma marcação implacável, inclusive com dobras, em Julius Randle, os comandados do treinador McMillan limitaram o MIP (Most Improved Player) da liga a somente 18 tentos por jogo, sendo 97 pontos de média de toda a franquia nova-iorquina na série. Na temporada regular, Randle fechou com 24,1, ou seja, diferença considerável. Entretanto, o que mais “saltou aos olhos” foi a queda na precisão dele. De 45,6% no aproveitamento de quadra e 41,1% do perímetro, ele caiu para 29,8% e 33,3%, respectivamente. Trabalho muito bem feito no principal pontuador adversário.
Com um elenco talentoso, o Atlanta Hawks não chega como favorito, mas vai tentar surpreender.
O CONFRONTO
Levando em consideração os times escalados na primeira rodada, acredito que o principal dilema do Philadelphia 76ers é arrumar uma forma de parar Trae Young e o seu pick and roll. Com bons marcadores e um sistema consolidado, vejo que essa dura tarefa será mais coletiva do que individual, já que será necessário realizar dobras e trocas constantes para limitar as ações do camisa 11 em vários momentos.
Armador da franquia de Philadelphia, Ben Simmons tem características diferentes do jogador de Atlanta. Mais alto e forte fisicamente, não vejo um duelo individual entre eles, apesar de atuarem na mesma posição. Young não é um grande defensor e ele deve ficar responsável pela marcação de Seth Curry, especialista nas bolas de três pontos. Curry é peça fundamental do técnico Doc Rivers e ajuda o time a espaçar a quadra.
Já Simmons deve ficar responsável por “anular” Bogdan Bogdanovic ou até mesmo o bom ala-pivô John Collins, já que se trata de um defensor versátil e com ótima altura para jogar próximo ao garrafão.
Ainda nas alas, Tobias Harris, principal pontuador dos Sixers na série contra os Wizards, será vigiado de perto pelo jovem e talentoso De’Andre Hunter. Vejo uma diferença na qualidade ofensiva neste confronto, mas com o jovem jogador dos Hawks podendo fazer um bom trabalho defensivo.
Danny Green e Bogdanovic, ambos arremessadores de elite do perímetro, devem se encontrar em quadra. Vejo o sérvio com mais qualidades técnicas do que o jogador de Philly e com um basquete mais variado. Ele precisará ser vigiado de perto pelo experiente adversário, que é considerado um bom marcador.
No garrafão, Joel Embiid é o grande astro e o diferencial dos 76ers. Ele é um pivô com muitas qualidades técnicas, ótimo dentro da área pintada, mas com muitos recursos para arremessar de longa e média distância também. O camaronês pegará pela frente Clint Capela, que vem de bons números na temporada regular e nos playoffs, principalmente nos rebotes e em tocos, mas as qualidades do camisa 21 são superiores, sem dúvidas.
Se ele estiver saudável, Embiid não terá problemas em “engolir” Capela, apesar do suíço ser um bom jogador. Uma dobra de marcação poderá ser a solução aqui, no entanto, essa escolha poderá promover uma liberdade maior para alguns bons arremessadores de longe.
Caso o astro dos Sixers não atue, Rivers tem a possibilidade ainda de colocar Simmons como “pivô”. O jogador atuou mais próximo da cesta em algumas partidas, inclusive no jogo 5 contra Washington, que encerrou a série.
Além dos quintetos titulares, vejo possibilidades interessantes nos dois elencos. Matisse Thybulle, Dwight Howard, George Hill, Furkan Korkmaz, Shake Milton e Tyrese Maxey são boas opções para Philadelphia. Já em Atlanta, nomes como Danilo Gallinari, Kevin Huerter e Lou Williams são jogadores que podem contribuir bastante também. No entanto, o elenco dos Sixers é maior, mais versátil e isso pode ser decisivo no confronto.
Nos bancos de reservas, no duelo dos técnicos, McMillan vem fazendo um trabalho brilhante na franquia da Geórgia, porém na comparação com Doc Rivers, eu fico com o treinador dos Sixers. A sua experiência de vários anos na liga, título em 2008 com o Boston Celtics e um elenco mais extenso, faz com que ele tenha mais chance de êxito neste confronto paralelo.
RETROSPECTO
Na temporada regular, os times se enfrentaram três vezes, com duas vitórias do Philadelphia 76ers contra uma do Atlanta Hawks. Apesar do equilíbrio no número de triunfos, as partidas contaram com vitórias fáceis dos mandantes. No primeiro duelo entre eles, os Hawks, com o quinteto completo, venceram com facilidade os Sixers em casa. Já no fim da temporada, Philadelphia ganhou duas vezes seguidas do rival em um período curto de dois dias. Em um dos confrontos, Atlanta atuou sem o seu principal jogador, o armador Trae Young.
76ers 94 x 112 Hawks – 11/1/21, State Farm Arena
Hawks 83 x 127 Sixers – 28/4/21, Wells Fargo Center
Hawks 104 x 126 Sixers – 30/4/21, Wells Fargo Center
AGENDA DA SÉRIE
JOGO 1: Hawks @ 76ers, 6/6, 14h (horário de Brasília)
JOGO 2: Hawks @ 76ers, 8/6, 20h30 (horário de Brasília)
JOGO 3: 76ers @ Hawks, 11/6, 20h30 (horário de Brasília)
JOGO 4: 76ers @ Hawks, 14/6, horário a confirmar
JOGO 5: Hawks @ 76ers, 16/6, horário a confirmar*
JOGO 6: 76ers @ Hawks, 18/6, horário a confirmar*
JOGO 7: Hawks @ 76ers, 20/6, horário a confirmar*
*Jogos só acontecem se necessário
PALPITE: Philadelphia 76ers 4-2 Atlanta Hawks
O resultado desta série passará muito pelas condições físicas de Joel Embiid. Com ele em quadra e saudável, vejo um favoritismo nítido para o Philadelphia 76ers. No entanto, caso o camaronês não esteja 100% e não atue, acredito em um duelo muito equilibrado, imprevisível, no qual o protagonismo pode ficar para Trae Young.
Além das duas estrelas, jogadores coadjuvantes terão papéis fundamentais no confronto como Bogdan Bogdanovic, Clint Capela, Danilo Gallinari, pelos Hawks, além de Danny Green, Tobias Harris, Seth Curry e Ben Simmons, pelos Sixers.
Levando tudo em consideração e contando com a presença do camaronês, arrisco na classificação de Philadelphia em 6 jogos.
Imagem 1: (Foto: Reprodução Twitter / Philadelphia 76ers)
Imagem 2: (Foto: Reprodução Twitter / Atlanta Hawks)
Imagem 3: (Foto: Reprodução Twitter / Philadelphia 76ers)
Imagem 4: (Foto: Mitchell Leff/Getty Images)